Diferença entre causa e explicação em 5 dicas

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Diferença sintática entre causa e explicação em 5 dicas

 

Sabemos que nem sempre será fácil diferenciar causa de explicação e, cá pra nós, muitas vezes cabem os dois valores mesmo!

Há situações em que a linha entre os dois é tão tênue que não se distinguem.

Mas há situações em que os dois valores não se confundem e nesses você não pode vacilar. São justamente esses que caem em prova!

 

Quando trabalhamos as orações coordenadas explicativas e subordinadas causais, vemos que normalmente as bancas cobram o elementar, por exemplo, se há uma oração iniciada pela conjunção “porque”, a banca deixa nas alternativas causa ou explicação, evitando inserir os dois valores nas alternativas.

 

Mas a gente sabe que banca está aí para dificultar a vida do concurseiro, por isso vou mostrar abaixo, em 5 dicas, a diferença entre causa e explicação:

Você também pode ver esse conteúdo na minha aula específica da diferença entre causa e explicação no vídeo abaixo:

 

 

Dica 1:

 

A explicação ameniza uma ordem anterior ou necessidade, obrigação:

Estudem, pois o dia da prova está próximo.

Devemos estudar, pois o dia da prova está próximo.

É importante estudar, pois o dia da prova está próximo.

Precisamos estudar, pois o dia da prova está próximo.

 

Assim, após um imperativo “Estudem”, é natural inserirmos uma oração coordenada explicativa para amenizar essa ordem, soando agora como motivação, conselho!

Isso se estende também a qualquer processo verbal que transmita a ideia de obrigação, necessidade, dever, como se nota no segundo, terceiro e quarto períodos acima.

 

Esta é uma dica elementar. Se na prova houver a construção acima, só cabe explicação e você já mata a questão.

 

Dica 2:

 

A explicação esclarece um entendimento, uma hipótese, uma opinião anterior. Além disso, sempre se posiciona após outra oração:

Deve ter chovido, pois as ruas estão alagadas.

 

A oração coordenada explicativa sempre se posiciona após a outra oração. Tal oração nunca se antecipa como ocorre com as subordinadas adverbiais. Assim, numa construção que gere dúvida, percebendo que a oração com conectivos, como “porque”, “pois”, “porquanto”, está antecipada, já sabe que é adverbial causal.

Dica 3:

 

A explicação pode não ser iniciada com conjunção e assim ser separada por vírgula, dois-pontos, travessão ou ponto final:

Entendo que a transferência de renda dignifica o necessitado, põe comida na mesa.

Entendo que a transferência de renda dignifica o necessitado: põe comida na mesa.

Entendo que a transferência de renda dignifica o necessitado – põe comida na mesa.

Entendo que a transferência de renda dignifica o necessitado. Põe comida na mesa.

 

Como a explicação vista aqui é coordenativa, é natural que ela possa ser assindética, isto é, sem conjunção. Sendo assim, tal oração pode ser precedida de vírgula, dois-pontos, travessão e ponto final. É a chamada pontuação expressiva.

 

Dica 4:

A causa ocorre temporalmente antes da outra oração:

 

Aquele candidato passou em primeiro lugar, porque estudou muito.

 

A causa é a origem dee um fato. Assim, ela ocorre temporalmente antes.

No exemplo acima, note que, primeiramente, a pessoa estuda. Esse estudo leva à aprovação, que é a consequência.

 

Dica 5:

 

A causa pode ser deslocada para antes da outra oração:

 

Já que voltou a exportar consideravelmente, o Brasil melhorou seu desempenho.

 

Vimos anteriormente que a oração coordenada explicativa não pode se antecipar. Já a adverbial causal sim.

 

Bom, agora que vimos os aspectos principais, é hora de você praticar comigo!

Vou deixar as questões abaixo e você confere no vídeo abaixo a resolução das questões ok?

 

1. (Unesc / Prefeitura de Criciúma – SC Auxiliar em Farmácia 2023)

A atividade física é importante ‘porque não há tratamento curativo para a neurodegeneração’.

A expressão em destaque trata-se de uma oração:

A) Coordenada assindética.

B) Coordenada sindética explicativa.

C) Coordenada sindética conclusiva.

D) Subordinada adjetiva restritiva.

E) Subordinada adverbial temporal.

Gabarito: B

 

2. (Prefeitura de Fortaleza – CE  Professor 2023)

A gramática tradicional sentencia que o elo semântico interoracional da explicação se estabelece por meio da coordenação, entretanto há exemplos em que a explicação e a causa, a qual ocorre, em nível interoracional, pela subordinação, situam-se em pontos limítrofes. Assinale o período em que tal condição limítrofe está contida.

A) Prefira as verdades amargas às mentiras doces, porque estas simulam a realidade.

B) O mundo há de ser um lugar de paz, porque a guerra destruirá a humanidade.

C) Não se devem comprar pessoas, porque tal produto sempre está estragado.

D) Os homens são imperfeitos, porque a perfeição não existe.

Gabarito: D

 

3. (IBADE / TJ-RS Oficial de Justiça Estadual 2022)

Um político francês declarou o seguinte: “Eu respeito o direito de as mulheres terem sua profissão, mas acho que a profissão de mãe de família deve ser remunerada, é uma missão de saúde pública”.

A última oração desse pequeno texto – é uma missão de saúde pública – traz a ideia de uma:

A) hipótese.

B) causa.

C) consequência.

D) finalidade.

E) explicação.

Gabarito: E

 

4. (Consulplan / Câmara de Unaí-MG Consultor Legislativo 2022)

“Percebe-se que o conceito de cidadania está em permanente construção, pois a humanidade se encontra sempre em luta por mais direitos, maior liberdade e melhores garantias individuais e coletivas.” (6º§)

Considerando as relações sintáticas do período anterior, pode-se afirmar que integra sua composição:

A) Oração coordenada conclusiva.

B) Oração coordenada explicativa.

C) Oração subordinada conclusiva.

D) Oração subordinada adverbial causal.

Gabarito: B

 

5. (Aeronáutica / EEAR Sargento 2020)

Assinale a alternativa que apresenta em destaque oração coordenada explicativa.

A) “Gato que brincas na rua/ Como se fosse na cama,/ Invejo a sorte que é tua/ Porque nem sorte se chama.” (Fernando Pessoa)

B) “Fui por ali dentro, sem arder, porque as almas são incombustíveis.” (Machado de Assis)

C) “Ema experimentava uma sensação de vingança. Pois não sofrera já bastante? (Gustave Flaubert)

D) “―— A bênção não senhor, que eu nunca mais lhe tomo a bênção.” (Rachel de Queiroz)

Gabarito: D

 

6. (CEBRASPE / PO-AL Auxiliar de Perícia 2023)

Fragmento do texto: Com efeito, o tom geral daqueles que defendem essas exposições apela para a utilidade educativa de se usarem corpos humanos reais, dissecados e modelados, em posições didáticas, pois essa técnica possibilita o acesso a “espécimes” cuja riqueza de detalhes e de informações era antes acessível apenas aos anatomistas.

Estariam mantidas a coerência e a correção gramatical do texto se, no último período do texto, a conjunção “pois” fosse suprimida e, em seguida, a vírgula empregada após “didáticas” fosse substituída por dois-pontos.

Gabarito: C

 

 

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Professor Décio Terror