Regência Verbal e Nominal: Aprenda a acertar todas as questões de prova!

Neste artigo, estudaremos sobre “regência verbal e nominal”, que é um dos assuntos mais cobrados em provas e concursos.

Olá, meus amigos!

Meu nome é Décio Terror e sou professor de Português para concursos!

Hoje vamos falar de um conteúdo muito importante, pois cai muito em concursos: a Regência verbal e nominal.

1) Regência Verbal e Nominal: Conceitos Básicos

A regência verbal e nominal têm relação com a transitividade, isto é, tratam da exigência ou não de uma preposição por um verbo ou nome. Em outras palavras, regência verbal e nominal é uma relação de complementação que se estabelece entre termos de uma oração.

2) Regência Verbal

A regência verbal identifica o verbo que exige ou não complemento. O verbo que exige complemento é chamado de transitivo e o que não a exige é chamado de intransitivo.

2.1) Verbo Transitivo Direto

O verbo transitivo direto é aquele que exige complemento SEM preposição, como os exemplos abaixo:

O candidato realizou a prova.

Ele estudou a matéria.

 

Note que os termos “a prova” e “a matéria” são complementos diretos do verbo e são chamados de objetos diretos. Normalmente, indica-se o reconhecimento do objeto direto com a pergunta “o quê?” ao verbo:

O candidato realizou o quê? (resposta: a prova)

Ele estudou o quê? (resposta: a matéria)

2.2) Verbo Transitivo Indireto

Os verbos transitivos indiretos exigem complemento verbal COM preposição. Veja os exemplos:

O candidato duvidou do gabarito da prova.

Ele gosta de Matemática.

 

Note que os termos “do gabarito da prova” e “de Matemática” são complementos indiretos do verbo e são chamados de objetos indiretos.
Normalmente, indica-se o reconhecimento do objeto indireto com a pergunta “de/com/em/a quê?” ao verbo:

O candidato duvidou de quê? (resposta: do gabarito da prova)

Ele gosta de quê? (resposta: de Matemática)

2.3) Verbo Intransitivo

Os verbos intransitivos não exigem complementos verbais (objetos direto ou indireto), mas podem exigir circunstâncias adverbiais, como de lugar, modo, tempo etc:

Os problemas ocorreram.

Os problemas ocorreram naquela época na empresa.

Viajei para São Paulo.

Vim da Bahia ontem.

 

Na oração “Os problemas ocorreram.“, há o sujeito “Os problemas” e o verbo intransitivo “ocorreram”.

Na oração “Os problemas ocorreram naquela época na empresa.“, há o sujeito “Os problemas”, o verbo intransitivo “ocorreram”, o adjunto adverbial de tempo “naquela época” e o adjunto adverbial de lugar “na empresa”.

Na oração “Viajei para São Paulo“, há o verbo intransitivo “Viajei” e “para São Paulo” é o adjunto adverbial de lugar .

Por fim, na oração “Vim da Bahia ontem.“, o verbo “Vim” é intransitivo, “da Bahia” é o adjunto adverbial de lugar e “ontem” é o adjunto adverbial de tempo.

 

2.4) Como reconhecer a circunstância adverbial?

Normalmente, indica-se o reconhecimento da circunstância adverbial com perguntas ao verbo, como as seguintes: “quando?” (para saber o tempo), “onde?”, “aonde?”, “para onde?”, “de onde?” (para saber o lugar), “como?” (para saber o modo), “por quê?” (para saber a causa):

Os problemas ocorreram quando? Onde? (respostas: naquela épocana empresa)

 

Viajou para onde? (resposta: para São Paulo)

Veio de onde? (resposta: da Bahia)

 

2.5) Transitividade e Contexto

É preciso também entender que a transitividade de um verbo sempre dependerá do contexto. Devido a isso não podemos estudar regência decorando simplesmente a transitividade, mas o emprego do verbo no contexto.

Vejamos o verbo “estudar”!

Tal verbo normalmente é transitivo direto, isto é, exige complemento verbal direto. Veja os exemplos abaixo:

Estudo Matemática todos os dias.

Eu estudo todos os dias

Note que, na primeira oração, “Estudo” exige o complemento direto “Matemática”, o qual tem o nome sintático de objeto direto. Além disso, é seguido do adjunto adverbial de tempo “todos os dias”.

Mas, na oração “Eu estudo todos os dias“, o autor entendeu não ser necessário nenhum complemento, isto é, não é necessário demonstrar o que é estudado, mas quando é estudado.

Assim, nesta última oração (“Estudo todos os dias“), o verbo é apenas intransitivo.

 

3) Regência Nominal

A regência nominal ocorre quando um nome (substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio) é transitivo e, por conseguinte, exige um complemento.

Vejamos os exemplos abaixo:

O acesso ao estudo é a chave do desenvolvimento do país.

A sociedade é obediente às leis.

Moro longe de você.

Na primeira oração, note que o substantivo “acesso” exigiu o complemento nominal “ao estudo”.

Na segunda oração, o adjetivo “obediente” exigiu o complemento nominal “às leis” .

Na terceira oração, o advérbio “longe” exigiu o complemento nominal “de você”.

Assim, podemos dizer que os nomes “acesso”, “obediente” e “longe” são nomes transitivos, os quais exigem o termo complemento nominal.

Mas tome cuidado, pois não é sempre que um substantivo é seguido de complemento nominal.

 

4) Listas de Regência Verbal e Nominal

Dando prosseguimento em nosso estudo de regência verbal e nominal, apresentarei a seguir duas listas: uma lista de regência nominal e outra lista de regência nominal. Use-as como material de consulta, retornando a esse artigo sempre que for necessário.

4.1) Lista de Regência Nominal

A regência nominal é bem variável, pois os nomes admitem muitas preposições, mas segue abaixo uma lista dos principais:

acostumado a, com curioso de
afável com, para desgostoso com, de
afeiçoado a, por desprezo a, de, por
aflito com, por devoção a, por, para, com
alheio a, de devoto a, de
ambicioso de dúvida em, sobre, acerca de
amizade a, por, com empenho de, em, por
amor a, por falta a, com, para
ansioso de, para, por imbuído de, em
apaixonado de, por imune a, de
apto a, para inclinação a, para, por
atencioso com, para incompatível com
aversão a, por junto a, de
ávido de, por preferível a
conforme a propenso a, para
constante de, em próximo a, de
constituído com, de, por respeito a, com, de, por, para
contemporâneo a, de situado a, em, entre
contente com, de, em, por último a, de, em
cruel com, para único a, em, entre, sobre

 

4.2) Lista de Regência Verbal

A transitividade é muito ampla e não se esgota naqueles verbos listados nas gramáticas tampouco aqui neste artigo, mas vemos que os concursos se baseiam nestes verbos mais comuns, os quais são listados a seguir.

Agora, vamos para uma lista de verbos que mais caem em concursos para depois treinarmos com questões:

a) Agradar: transitivo direto, com o sentido de “fazer agrado”, “fazer carinho”.

Ela agradou o filho.

Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “ser agradável”.

O assunto não agradou ao homem.

 

b) Ajudar, satisfazer, presidir, preceder: transitivos diretos ou indiretos, com a preposição a.

Satisfiz as exigências.                      ou                   Satisfiz às exigências.

 

 

c) Amar, estimar, abençoar, louvar, parabenizar, detestar, odiar, adorar, visitar: transitivos diretos.

Estimo o colega.                   Adoro meu filho.

 

 

d) Aspirar: transitivo direto quando significa “sorver”, “inspirar”, “levar o ar aos pulmões”: Aspiramos o ar frio da manhã.

Transitivo indireto, com a preposição a, quando significa “desejar”, “almejar”:

Ele aspira ao cargo.

 

e) Assistir: é transitivo direto no sentido de “dar assistência”, “amparar”.

O médico assistiu o paciente.

Mas também é aceito como transitivo indireto, com a preposição a, neste mesmo sentido: O médico assistiu ao paciente.

Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “ver”, “presenciar”.

Meu filho assistiu ao jogo.

Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “caber”, “competir”.

Esse direito assiste ao réu.

Intransitivo, com a preposição em, com o sentido de “morar”.

Seu tio assistia em um sítio. (o termo “em um sítio” é o adjunto adverbial de lugar)

Neste sentido, admite o pronome relativo “onde”: Este é o local onde assisto (onde moro).

 

f) Avisar, informar, prevenir, certificar, cientificar:

São normalmente transitivos diretos e indiretos, admitindo duas construções.

Avisei o gerente do problema.

Avisei-o do problema.

Avisei ao gerente o problema.

Avisei-lhe o problema.

Avisei o gerente de que havia um problema.

Avisei ao gerente que havia um problema.

Cuidado! Veja que tanto o objeto direto quanto o indireto podem ser expressos também por pronomes oblíquos átonos ou orações subordinadas substantivas.

 

g) Atender: é transitivo direto, podendo ser também transitivo indireto no sentido de dar atenção a, receber alguém, seguir, acatar:

Não costuma atender os meus conselhos.

O ministro atendeu os funcionários que o aguardavam.

Não atendeu à observação que lhe fizeram.

Transitivo indireto no sentido de responder, prestar auxílio a:

Os bombeiros atenderam a muitos chamados.

O médico atendeu aos afogados na praia.

 

h) Chegar: É intransitivo, no sentido de movimento a um destino, exigindo a preposição “a”. Com ideia de movimento de um lugar origem, usa-se a preposição “de”. Deve-se evitar a preposição “em”, muito usada na linguagem coloquial, mas não é admitida na norma culta.

 

Cheguei a Fortaleza.                                   Cheguei de Fortaleza.

Esse verbo admite o advérbio “aonde” ou a locução “para onde”, não admitindo apenas “onde”.

 

Note que, nas orações anteriores, os termos “a Fortaleza” e “de Fortaleza” são adjuntos adverbiais de lugar.

Transitivo indireto, quando transmite valor de limite:

Seu estudo chegou ao extremo do entendimento.

 

i) Chamar: é transitivo direto com o sentido de “convocar”.

Chamei-o aqui.

Transitivo direto ou indireto, indiferentemente, com o sentido de “qualificar”, “apelidar”; nesse caso, terá um predicativo do objeto (direto ou indireto), introduzido ou não pela preposição de.

                        Chamei-o louco.                               Chamei-o de louco.

                        Chamei-lhe louco.                            Chamei-lhe de louco. 

 

A palavra louco, nos dois primeiros exemplos, é predicativo do objeto direto; nos dois últimos, predicativo do objeto indireto.

 

j) Custar: é intransitivo, quando indica preço, valor.

Os óculos custaram oitocentos reais.

Obs.: adjunto adverbial de preço ou valor: oitocentos reais.

Transitivo indireto, com a preposição a, significando “ser custoso”, “ser difícil”; com esse sentido, normalmente estará seguido de um infinitivo:

Custou ao aluno entender a explicação do professor.

Obs: A expressão “entender a explicação do professor” é sujeito oracional e “ao aluno” é o objeto indireto. (Isso custou ao aluno)

 

k) Esquecer, lembrar, recordar: são transitivos diretos, sem os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos):

Ele esqueceu o livro.             Lembrou a situação.                  Recordou o fato.

Transitivos indiretos com pronomes oblíquos átonos, exigindo preposição de.

Ele se esqueceu do livro.     Lembrou-se da situação.    Recordou-se do fato.

 

No sentido figurado, há ainda a possibilidade de o sujeito do verbo “esquecer” não ser uma pessoa, mas uma coisa:

Esqueceram-me as palavras de elogio.

Esqueceu-se verificar o número da placa.

Essa mesma regência vale para “lembrar”, isto é, há na língua o registro de frases como “Não me lembrou esperá-la”, em que “lembrar” significa “vir à lembrança”. O sujeito de “lembrou” é “esperá-la”, ou seja, esse fato (o ato de esperá-la) não me veio à lembrança.

 

Os verbos Lembrar recordar também podem ser transitivos diretos e indiretos:

Lembrei ao aluno o dia do teste.

 

l) Implicar: é transitivo direto quando significa “pressupor”, “acarretar”.

Seu estudo implicará aprovação.

 

Transitivo direto e indireto, com a preposição em, quando significa “envolver”.

Implicaram o servidor no processo.

 

Transitivo indireto, com a preposição com, quando significa “demonstrar antipatia”, “perturbar”.

Sempre implicava com o vizinho.

 

m) Morar, residir, situar-se, estabelecer-se pedem adjuntos adverbiais com a preposição em, e não a:

Morava na Rua Onofre da Silva.

 

Cabe aqui observar que o vocábulo “onde” não pode receber preposição com este verbo. A estrutura “aonde moro” está errada gramaticalmente, o correto é: onde moro.

n) Namorar: transitivo direto:

Ela namorou aquele artista.

 

o) Obedecer e desobedecer: transitivos indiretos, com a preposição a.

Obedeço ao comando.                    Não desobedeçamos à lei.

 

p) Pedir, implorar, suplicar: transitivos diretos e indiretos, com a preposição (mais raramente, para):

Pediu ao dirigente uma solução.

Só admitem a preposição para quando existe a palavra licença (ou sinônimos), clara ou oculta.

            Ele pediu para sair. (ou seja: pediu licença para)

 

q) Perdoar e pagar: são transitivos diretos, se o complemento é coisa.

Perdoei o equívoco. Paguei o apartamento

Transitivos indiretos, com a preposição a, se o complemento é pessoa.

Perdoei ao amigo.    Paguei ao empregado.

Podem aparecer os dois complementos, sendo o verbo transitivo direto e indireto:

O Brasil pagou a dívida ao FMI.

O FMI perdoará a dívida aos países pobres.

Note que, se no último exemplo retirássemos a preposição “a” e inseríssemos a preposição de, o verbo passa a ser apenas transitivo direto e o termo preposicionado passa a ser o adjunto adnominal que caracteriza o núcleo deste termo. Veja:

O FMI perdoará a dívida dos países pobres.

Observação: “perdoará” é verbo transitivo direto, o termo “a dívida dos países pobres” é o objeto direto, cujo núcleo é “dívida” e “dos países pobres” é o adjunto adnominal.

 

r) Preferir: é transitivo direto: Prefiro biscoitos.

Transitivo direto e indireto, com a preposição aPrefiro vinho a leite.

Cuidado, pois o verbo “preferir” não aceita palavras ou expressões de intensidade, nem do que ou que. Assim, está errada a construção como “Prefiro mais vinho do que leite”.

 

s) Presidir: transitivo direto ou indireto:

O chefe presidiu a cerimônia.                    O chefe presidiu à cerimônia.

 

t) Querer: é transitivo direto, significando “desejar, ter intenção de, ordenar, fazer o favor de”:

Ele quer a verdade.

 

Transitivo indireto, significando “gostar, ter afeição a alguém ou a alguma coisa”. É normal o advérbio “bem” ficar subentendido ou explícito. Assim, é exigida a preposição a:

A mãe quer muito ao filho. (…quer bem ao filho)

 

u) Responder: é transitivo direto, em relação à própria resposta dada.

Responderam que estavam bem.

Transitivo indireto, em relação à coisa ou pessoa que recebe a resposta.

Respondi ao telegrama.

Às vezes, aparece como transitivo direto e indireto:

Respondemos aos parentes que iríamos.

 

v) Visar: é transitivo direto quando significa “pôr o visto”, “rubricar”:

Ela visou as folhas.

Transitivo direto quando significa “mirar”:

Visavam um ponto na parede.

Transitivo indireto, com a preposição a, quando significa “pretender”, “almejar”:

Visava à felicidade de todos.

 

Aqui não é aceito o pronome “lhe” como complemento, empregando-se, assim, as formas “a ele” e “a ela”.

Algumas gramáticas aceitam a regência deste verbo na acepção de “pretender, almejar” como verbo transitivo direto, quando logo após houver um verbo no infinitivo:

O programa visa facilitar o acesso ao ensino gratuito.”

 

Vejam, a seguir, um vídeo com questões comentadas de regência verbal e nominal.

Para ficar atenta(o) em todas as nossas postagens no blog, clique aqui.

Ficou com dúvida? Entre em contato via Whastapp: 32 98447-5981

Então é isso por hoje, meus amigos! Regência verbal e nominal não será mais uma pedra no seu sapato!! 🙂

Um grande abraço!

Décio Terror

Prova comentada Tribunal de Contas do Estado do Pará TCE PA 2024 Auditor de Controle Externo

Prova comentada Tribunal de Contas do Estado do Pará TCE PA 2024 Auditor de Controle Externo

Olá!

Vamos a mais uma prova comentada da banca FGV!

Após ler este material, dê um feedback para mim no Whatsapp (32 98447-5981) ou nos comentários deste post sobre este método escrito: se auxilia mais em relação ao vídeo, ok? É sempre importante entender o que funciona melhor para você!

Após a prova, você encontrará o raio-x e o gabarito.

Em seguida, você encontrará a prova comentada para sanar possíveis dúvidas.

Bom estudo!

Você pode baixar esta prova aqui!

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Assinale a opção em que os termos estão em paralelismo sintático, ou seja, apresentam segmentos estruturalmente idênticos.

(A) Viajarei pela Europa, conhecerei Paris e voltarei feliz da vida.

(B) Pelas notícias de ontem, o jornal de hoje faz temer as de amanhã.

(C) A imprensa mente, deturpa os fatos e agride o vernáculo.

(D) A conversação não é apenas dizer a coisa certa no momento certo, mas não dizer o que está errado no momento preciso.

(E) O amor é mais precioso que a vida, e a honra é mais preciosa que o dinheiro.

Comentário: O paralelismo sintático apresenta segmentos estruturalmente idênticos, ou seja, apresenta uma coordenação de termos ou orações de mesma base. Vale ressaltar que o fato de não haver paralelismo sintático não significa necessariamente que haverá erro gramatical.

Na alternativa (A), os verbos estão paralelos, pois estão enumerados no mesmo tempo: futuro do presente do indicativo. Porém, quanto à regência, eles não estão paralelos, pois o primeiro é intransitivo e é seguido do adjunto adverbial de lugar “pela Europa”; o segundo é transitivo direto e é seguido do objeto direto “Paris” e o terceiro é intransitivo e é seguido do predicativo do sujeito dentro de um predicado verbo-nominal “feliz”. Confirme:

Viajarei pela Europa, conhecerei Paris e voltarei feliz da vida.

Na alternativa (B), não há paralelismo, por não haver termos coordenados, enumerados. Confirme:

Pelas notícias de ontem, o jornal de hoje faz temer as de amanhã.

Na alternativa (C), os verbos estão paralelos, pois estão enumerados no mesmo tempo: presente do indicativo. Porém, quanto à regência, eles não estão paralelos, pois o primeiro é intransitivo; o segundo é transitivo direto e é seguido do objeto direto “os fatos” e o terceiro é transitivo direto e é seguido do objeto direto “o vernáculo”. Confirme:

A imprensa mente, deturpa os fatos e agride o vernáculo.

Na alternativa (D), o verbo “dizer” é transitivo direto e é repetido com dois objetos diretos de bases diferentes: o primeiro é constituído do substantivo “coisa” precedido do artigo “a”; o segundo é constituído do pronome demonstrativo “o” seguido da oração subordinada adjetiva “que está errado”. Ambos objetos diretos são seguidos de adjuntos adverbiais temporais “no momento certo” e “no momento preciso”. Confirme:

A conversação não é apenas dizer a coisa certa no momento certo, mas não dizer o que está errado no momento preciso.

A alternativa (E) é a correta, pois há duas orações coordenadas entre si com sujeito constituído de substantivo precedido de artigo definido (“O amor” e “a honra”). Ambas orações apresentam o verbo de ligação “é” e o predicativo é constituído de adjetivo comparativo (“mais precioso que a vida”, “mais preciosa que o dinheiro”).

Assim, há um paralelismo sintático perfeito. Confirme:

O amor é mais precioso que a vida, e a honra é mais preciosa que o dinheiro.

Gabarito: E

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

As frases abaixo mostram uma comparação. Assinale a opção em que a comparação não é explicada.

(A) Ideias são como crianças. As nossas são sempre maravilhosas.

(B) As bibliotecas são como as farmácias: muitos venenos e poucos remédios.

(C) A leitura, como a comida, não alimenta se não digerida.

(D) Os discursos são como as orações copiadas dos textos religiosos.

(E) Os talheres são como o papel higiênico: só ficam limpos se não forem usados.

Comentário: Na alternativa (A), há a comparação entre “ideias” e “crianças”. A explicação reside na oração seguinte, a qual afirma que, assim como as crianças, nossas ideias são sempre vistas por nós como maravilhosas. Para confirmar, poderíamos até reajustar os períodos com a conjunção “pois”. Compare:

Ideias são como crianças. As nossas são sempre maravilhosas.

Ideias são como crianças, pois nossas são sempre maravilhosas.

Na alternativa (B), há a comparação entre “bibliotecas” e “farmácias”. O sinal de dois-pontos evidencia que o termo “muitos venenos e poucos remédios” é um aposto explicativo. Veja:

As bibliotecas são como as farmácias: muitos venenos e poucos remédios.

Na alternativa (C), há comparação entre “leitura” e “comida”, e a explicação está no segmento “não alimenta se não digerida”. Veja de forma mais evidente por meio da conjunção “pois”:

A leitura, como a comida, não alimenta se não digerida.

A leitura é como a comida, pois não alimenta se não digerida.

A alternativa (D) é a que deve ser marcada, pois houve apenas a comparação entre “os discursos” e “as orações copiadas dos textos religiosos”. Note que não há qualquer segmento explicativo:

Os discursos são como as orações copiadas dos textos religiosos.

Na alternativa (E), há a comparação entre “talheres” e “papel higiênico”. O sinal de dois-pontos evidencia que a oração “só ficam limpos se não forem usados” é explicativa, tanto assim que podemos trocar o sinal de dois-pontos pela conjunção “pois”. Compare:

Os talheres são como o papel higiênico: só ficam limpos se não forem usados.

Os talheres são como o papel higiênico, pois só ficam limpos se não forem usados.

Gabarito: D

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

As frases abaixo são construídas contando com a duplicidade de sentido de um termo, à exceção de uma. Assinale-a.

(A) Livro raro é aquele devolvido depois de emprestado.

(B) Eu, quando tenho de enviar uma mensagem, não escrevo um livro: vou aos Correios.

(C) Como dizia o esquartejador, vamos por partes.

(D) Os homens de poucas palavras são os melhores.

(E) A única pessoa que escuta os dois lados de uma discussão é o sujeito do apartamento vizinho.

Comentário: A questão parece pedir a alternativa que não apresenta ambiguidade. Mas, na realidade, ao observarmos as alternativas, notamos que a questão apresenta 4 alternativas com palavras que têm um sentido original comum, mas, pelo contexto, está sendo empregada em sentido diferente.

Na alternativa (A), o adjetivo “raro”, originalmente, significa algo que é incomum, difícil de encontrar ou valioso devido à sua escassez. Por exemplo, um “livro raro” pode ser uma edição especial ou antiga, a que poucas pessoas têm acesso.

Na frase, “raro” é usado de maneira figurativa e irônica. O autor brinca com o fato de que é incomum que as pessoas devolvam livros depois de emprestá-los. Aqui, “raro” não se refere ao valor ou à dificuldade de encontrar o livro em si, mas ao fato de que é raro (incomum) que alguém devolva um livro que pegou emprestado.

Na alternativa (B), a palavra “livro” pode referir-se a uma obra escrita ou, de forma figurada, a um texto muito longo. A frase aproveita essa duplicidade de sentidos ao sugerir que, quando a pessoa precisa enviar uma mensagem, ela prefere ser breve e objetiva, em vez de escrever um texto longo e detalhado (que é comparado metaforicamente a “escrever um livro”). Em vez de escrever um livro, o que tomaria muito tempo, a pessoa “vai aos Correios”, que é uma maneira figurada de dizer que ela faz algo mais direto ou prático para se comunicar.

Na alternativa (C), a duplicidade de sentido está na expressão “vamos por partes”. Essa frase pode ser interpretada literalmente, referindo-se à ação do esquartejador, cortar literalmente, ou figuradamente, como uma sugestão de resolver um problema de maneira organizada, dividindo-o em etapas.

A alternativa (D) é a que não apresenta ambiguidade, pois a frase faz uma afirmação direta sobre homens de poucas palavras, sem explorar um jogo de palavras ou significados duplos.

Na alternativa (E), há ambiguidade, pois há um jogo de palavras com “escutar os dois lados”. No sentido figurado, que é o mais usado, refere-se à imparcialidade de considerar diferentes pontos de vista; no literal, refere-se à habilidade física de ouvir. O humor da frase surge da interpretação literal, em que o vizinho escuta ambos os lados da discussão devido à proximidade física.

Gabarito: D

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Assinale a opção em que a frase inicial, introduzida pela conjunção “se”, não apresenta valor de condição.

(A) Se a voz do povo é a voz de Deus, começo a pressupor que Deus é um sujeito muito calado.

(B) Se os homens são tão maus com o auxílio da religião, como seriam sem ela?

(C) Se os homens tivessem verdadeiramente convicção de sua fé, seriam todos santos.

(D) Se quiserdes saber o que Deus pensa do dinheiro, é só olhar a quem Ele o dá.

(E) Se existe Deus, por que há coisas como a fome e os horários políticos na televisão?

Comentário: Na alternativa (A), há relação de condição factual e resultado. A frase sugere que, caso a voz do povo seja realmente considerada a voz de Deus, então é possível concluir que Deus é muito calado, supostamente porque a população não se manifesta, não busca seus direitos. Confirme:

Se a voz do povo é a voz de Deus, começo a pressupor que Deus é um sujeito muito calado.

A alternativa (B) é a que não apresenta valor de condição. Como há uma estrutura parecida com a da alternativa (E), vamos apontar as diferenças das duas mais adiante, com uma explicação mais didática.

Na alternativa (C), há uma relação de condição hipotética e resultado. A frase afirma que, caso os homens tivessem verdadeira convicção de sua fé, o resultado seria que todos seriam santos. Confirme:

Se os homens tivessem verdadeiramente convicção de sua fé, seriam todos santos.

Na alternativa (D), há uma relação de condição hipotética e resultado, pois entendemos que, se a pessoa quiser saber algo sobre o pensamento de Deus, o resultado será obtido ao observar quem Ele favorece. Confirme:

Se quiserdes saber o que Deus pensa do dinheiro, é só olhar a quem Ele o dá.

Na alternativa (E), há uma relação de condição e resultado.

As alternativas (B) e (E) apresentam uma estrutura semelhante, pois há oração subordinada iniciada com a conjunção “se” e a oração principal é uma pergunta.

Vamos observar primeiramente a alternativa (E).

Nela se percebe um questionamento da existência de Deus, porque, se ele existisse mesmo, não deveria haver coisas como a fome e, de uma forma bem-humorada, os horários políticos na televisão.

Assim, percebe-se que a pergunta é retórica e é feita justamente para provocar a reflexão sobre a existência de Deus. A pergunta não induz uma resposta direta.

Para deixar mais claro, poderíamos reconstruir essa relação de condição e resultado com a transformação dessa pergunta retórica numa afirmação já gerada dessa condição. Compare:

Se existe Deus, por que há coisas como a fome e os horários políticos na televisão?

Se existe Deus, não deveria haver coisas como a fome e os horários políticos na televisão.

Percebeu agora que o questionamento é retórico e conseguimos desenvolvê-lo numa afirmação resultante da condição?

Agora, vamos à alternativa (B), a qual também apresenta questionamento.

Note que há uma relação de condição hipotética. O resultado (“como seriam”) se dá pela condição expressa no adjunto adverbial condicional “sem ela”, e não pela oração subordinada “Se os homens são tão maus com o auxílio da religião”.

Assim, tal oração subordinada não é a condição para a pergunta. Ela é a base de raciocínio que fica subentendida no adjunto adverbial condicional “sem ela”. Vamos a algumas formas para deixar isso bem claro:

Já que os homens são tão maus com o auxílio da religião, como seriam sem a religião?

Como seriam os homens sem a religião, já que eles são tão maus com o auxílio dela?

Se os homens são tão maus com o auxílio da religião, como seriam sem ela?

Agora ficou mais fácil notar que a condição não está na oração subordinada, mas no adjunto adverbial de condição “sem ela”.

Isso confirma a alternativa (B) como o gabarito desta questão.

Gabarito: B

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Assinale a frase em que o termo sublinhado mostra valor interrogativo.

(A) Não sei como é a alma de um criminoso, mas a alma do homem bom, honesto, é um inferno.

(B) Se quem ama o vinho e o amor vai para o inferno, o paraíso deve estar vazio.

(C) Onde há humanos há moscas e deuses.

(D) Uma sociedade sem religião é como um navio sem bússola.

(E) Não é lícito confiar quando os deuses são contrários.

Comentário: As palavras grifadas “como”, “quem”, “onde”, “quando” podem fazer parte de frases interrogativas diretas ou indiretas.

Numa frase interrogativa direta, deve haver finalização com ponto de interrogação, mas isso não ocorreu em nenhuma alternativa.

Numa frase interrogativa indireta, a palavra “quem” pode ser um pronome interrogativo, quando a oração principal transmitir dúvida, por meio do verbo “saber” ou sinônimo, como, por exemplo:

Eu não sei quem está aí.

O mesmo ocorre com os vocábulos “como”, “onde”, “quando”, que passam a advérbios interrogativos, como nos exemplos:

Eu não sei como ela está.

Eu não sei onde ela está.

Eu não sei quando ela vem.

Assim, notamos que a alternativa (A) é a correta, pois “como” é um advérbio interrogativo de modo, dentro de uma típica frase interrogativa indireta, constituída da oração principal, que expressa dúvida, por meio do verbo “saber” e da oração “como é a alma de um criminoso”, que é subordinada substantiva objetiva direta, cujo conectivo não é conjunção integrante, mas o advérbio interrogativo de modo “como”.

Sempre que há uma frase interrogativa indireta, pode-se transpô-la em direta:

Como é a alma de um criminoso?

Gabarito: A

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Assinale a opção que apresenta o texto que deve ser classificado como descritivo.

(A) A escola de samba entrou na avenida, passou diante dos jurados e, quando saiu na zona de dispersão, dava a impressão de ter certeza da vitória.

(B) Os jurados estavam sentados numa espécie de plataforma que se debruçava sobre a passarela do desfile, mostrando sempre muita atenção ao que se desenrolava à sua frente.

(C) As escolas de samba continuam sendo uma grande atração do carnaval carioca e é a razão principal da presença de turistas na cidade do Rio.

(D) O mestre-sala exibiu toda a sua categoria de sambista, fez os cumprimentos necessários aos jurados, agradeceu os aplausos do público e continuou sua caminhada.

(E) A bateria de uma escola de samba é uma atração à parte, atraindo o interesse do público em geral, já que ela se encarrega de dar o ritmo necessário ao samba.

Comentário: Para identificar qual das alternativas apresenta um texto de natureza descritiva, é importante entender que um texto descritivo tem como principal característica a apresentação de detalhes que visam retratar uma cena, objeto, pessoa ou ambiente, com o objetivo de criar uma imagem mental clara no leitor. O foco está nas características, qualidades e estados, sem que haja progressão temporal ou uma sequência de ações que mova a narrativa adiante.

Na alternativa (A), a frase apresenta uma sequência de ações realizadas pela escola de samba. O foco está na ação (entrar, passar, sair), o que caracteriza um texto narrativo, e não descritivo. Confirme:

 A escola de samba entrou na avenida, passou diante dos jurados e, quando saiu na zona de dispersão, dava a impressão de ter certeza da vitória.

A alternativa (B) é a correta, pois há uma descrição da posição dos jurados e da plataforma onde estavam, além da atenção que eles demonstravam. A frase não narra uma ação, mas sim descreve um cenário e o comportamento dos jurados, o que é característico de um texto descritivo. Confirme:

Os jurados estavam sentados numa espécie de plataforma que se debruçava sobre a passarela do desfile, mostrando sempre muita atenção ao que se desenrolava à sua frente.

Na alternativa (C), a frase faz uma afirmação sobre a importância das escolas de samba no carnaval carioca e sua atração para turistas. É uma frase dissertativa e transmite uma opinião, não descrevendo uma cena ou objeto. Confirme:

As escolas de samba continuam sendo uma grande atração do carnaval carioca e é a razão principal da presença de turistas na cidade do Rio.

Na alternativa (D), há novamente uma sequência de ações (exibir, fazer, agradecer, continuar). Portanto, é um texto narrativo, e não descritivo. Confirme:

O mestre-sala exibiu toda a sua categoria de sambista, fez os cumprimentos necessários aos jurados, agradeceu os aplausos do público e continuou sua caminhada.

Na alternativa (E), a frase também faz uma afirmação sobre a importância da bateria de uma escola de samba, explicando seu papel no contexto do desfile. É uma frase dissertativa e transmite uma opinião, não descrevendo uma cena ou objeto. Confirme:

A bateria de uma escola de samba é uma atração à parte, atraindo o interesse do público em geral, já que ela se encarrega de dar o ritmo necessário ao samba.

Gabarito: B

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Observe o trecho descritivo abaixo, que tem por objeto um personagem de uma cidade interiorana:

’Seu Paulo’ era um mineiro já de alguma idade, que já havia trabalhado em São Paulo como motorista, mas agora era um faz-tudo em Lavras. Tinha bom humor, gostava muito de conversar e, na minha pequena propriedade, fazia as pequenas tarefas agrícolas diárias, como limpar o terreno, botar água nas plantas e tirar pragas que surgissem na grama.

Essa pequena descrição

(A) procura identificar o personagem por meio de seus traços físicos.

(B) destaca sobretudo os traços psíquicos do personagem.

(C) mostra traços físicos e psíquicos do personagem.

(D) descreve o personagem em diversas épocas, procurando valorizá-lo.

(E)   indica somente características sociais do personagem descrito, mostrando-o como símbolo do interiorano.

Comentário: Para resolver essa questão, é necessário analisar o trecho descritivo e identificar o tipo de características que são enfatizadas na descrição do personagem “Seu Paulo”.

A alternativa (A) está errada, pois o trecho não menciona características físicas detalhadas. Apenas é mencionado que “Seu Paulo” já tinha “alguma idade”, o que não é suficiente para considerar uma descrição física. As características físicas de uma pessoa envolveriam sua altura, cor de cabelo, tipo físico, feições, etc., o que não ocorreu no texto.

A alternativa (B) é a correta, pois esse trecho foca nas características psicológicas e comportamentais de “Seu Paulo”, como seu bom humor e gosto por conversar, além de descrever suas atividades diárias, que são tarefas agrícolas. Confirme:

’Seu Paulo’ era um mineiro já de alguma idade, que já havia trabalhado em São Paulo como motorista, mas agora era um faz-tudo em Lavras. Tinha bom humor, gostava muito de conversar e, na minha pequena propriedade, fazia as pequenas tarefas agrícolas diárias, como limpar o terreno, botar água nas plantas e tirar pragas que surgissem na grama.

A alternativa (C) está errada, pois, como vimos na alternativa (A), o trecho não menciona características físicas.

A alternativa (D) está errada, pois o texto menciona o passado de “Seu Paulo” como motorista em São Paulo, mas foca principalmente em sua vida atual em Lavras. Não há uma narrativa detalhada que aborde diversas épocas ou tente valorizar o personagem por esse viés.

A alternativa (E) está errada, pois, embora o trecho mostre “Seu Paulo” como um faz-tudo em Lavras, o foco não é exclusivamente social, mas também abrange aspectos de sua personalidade e atividades diárias.

Gabarito: B

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Observe o pequeno texto narrativo a seguir:

Passeava despreocupadamente pelas ruas do meu bairro e passei diante de uma loja da loteria esportiva e me lembrei de que havia um alto prêmio acumulado. Fiquei tentado em jogar, mas não podia gastar aquele dinheiro no momento e desisti. Um pouco mais adiante, porém, arrependi-me e voltei para a loja.

Sobre a estruturação desse texto narrativo, assinale a afirmação inadequada.

(A) Há uma situação inicial que mostra o passeio despreocupado do narrador.

(B) Ocorre um fato motivador de uma modificação na situação inicial, que é o fato de passar pela loja de loteria e lembrar-se do prêmio acumulado.

(C) Há uma discussão interior do personagem que corresponde à trama narrativa e a um problema a ser resolvido.

(D) Desistir de jogar corresponde a uma solução temporária do conflito interior do narrador.

(E) Arrepender-se equivale ao final da narrativa, em que o conflito do texto é resolvido.

Comentário: O texto narrativo descreve uma sequência de eventos simples.

Quanto à estrutura, há uma situação inicial, em que o narrador está passeando despreocupadamente pelas ruas do bairro.

Em seguida, há um fato motivador (complicação), em que o narrador passa por uma loja de loteria, lembra-se do prêmio acumulado e sente-se tentado a jogar.

Em seguida, há um conflito, uma discussão interior, pois o narrador pondera sobre a possibilidade de jogar, mas decide não gastar o dinheiro no momento.

Posteriormente, o narrador continua o passeio, mas se arrepende de não ter jogado e decide voltar para a loja.

Como fecho, o arrependimento leva o narrador a retornar à loja de loteria, sugerindo que o conflito interior foi resolvido ao tomar essa decisão.

A alternativa (A) está adequada, pois a situação inicial (“Passeava despreocupadamente pelas ruas do meu bairro”) é, de fato, o passeio despreocupado do narrador pelas ruas do bairro.

A alternativa (B) está adequada, pois realmente há o fato motivador, que introduz o conflito, é o momento em que o narrador passa pela loja de loteria e lembra-se do prêmio acumulado: “e passei diante de uma loja da loteria esportiva e me lembrei de que havia um alto prêmio acumulado”.

A alternativa (C) está adequada, pois realmente o narrador enfrenta uma discussão interior sobre gastar ou não o dinheiro para tentar ganhar o prêmio, o que corresponde ao conflito central da narrativa: “Fiquei tentado em jogar, mas não podia gastar aquele dinheiro no momento e desisti”.

A alternativa (D) está adequada, pois o narrador inicialmente desiste de jogar, o que pode ser visto como uma solução temporária para o conflito. No entanto, o arrependimento posterior mostra que o conflito não estava completamente resolvido: “Fiquei tentado em jogar, mas não podia gastar aquele dinheiro no momento e desisti. Um pouco mais adiante, porém, arrependi-me e voltei para a loja.”.

A alternativa (E) é a inadequada, pois o arrependimento do narrador não representa o final da narrativa ou a resolução do conflito; ele apenas leva a um novo desdobramento, que é a decisão de voltar para a loja, onde o conflito interior do narrador é finalmente resolvido: “Um pouco mais adiante, porém, arrependi-me e voltei para a loja.

Logo, o fim da narrativa está no momento em que ele volta para a loja e joga.

Gabarito: E

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Assinale a oração adversativa que estabelece entre os segmentos indicados uma relação de real oposição.

(A) A palavra é dom de todos, mas a sabedoria cabe a poucos.

(B) Há muito o que saber, mas pouco que viver.

(C) O que os homens realmente querem não é conhecimento, mas certezas.

(D) Esteja pronto para escutar, mas lento para dar a resposta.

(E) Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.

Comentário: Uma oração coordenada adversativa é aquela que estabelece uma relação de contraste ou oposição entre duas ideias. Geralmente, é introduzida por conjunções como “mas”, “porém”, “contudo”, “entretanto”, “todavia”, entre outras.

A característica principal da oração adversativa é que as ideias contrastadas têm sentidos opostos ou, pelo menos, apresentam algum tipo de divergência significativa.

Mas a questão pede o sentido de oposição, contrário.

Na alternativa (A), ocorre contraste, pois houve apenas a generalização de que a palavra é dom de todos e em seguida a restrição de que a sabedoria cabe a poucos. Note que essas palavras não são contrárias, opostas.

Na alternativa (B), não há uma relação de oposição no sentido de que essas duas ideias sejam contrárias, mas sim uma comparação entre a quantidade de conhecimento disponível e o tempo limitado de vida. Essa comparação é feita para destacar a diferença entre saber e viver.

Na alternativa (C), há contraste entre “conhecimento” e “certezas”. Embora “conhecimento” e “certezas” sejam diferentes, a oposição não é tão direta, pois as duas ideias podem coexistir; não há uma oposição completa, mas sim uma distinção de valor ou prioridade.

Na alternativa (D), não há oposição direta. Estar pronto não é contrário ou oposto de ser lento, da mesma que forma escutar não é oposto de dar a resposta.

A alternativa (E) é a correta, pois a frase estabelece uma clara oposição entre “quem sempre ensina” e “quem de repente aprende“, já que a frase desafia a concepção tradicional de um mestre como alguém que está constantemente em posição de ensinar, ao propor que o verdadeiro mestre é aquele que, em vez de apenas ensinar, também está aberto a aprender.

Gabarito: E

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Leia a frase abaixo com atenção:

Ninguém fica velho apenas por viver, mas por perder o interesse em viver.

Assinale a afirmativa correta o significado ou a estruturação dessa frase.

(A) A relação entre os segmentos da frase não é de oposição, mas de diferença.

(B) O adjetivo “velho”, no contexto da frase, tem alto valor pejorativo.

(C) O segundo segmento da frase retifica algo dito erradamente no primeiro segmento.

(D) O termo “fica velho” pode ser adequadamente substituído por “envelheceu”.

(E) O emprego de “apenas” mostra uma visão negativa do ato de viver.

Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois oposição significa ideias contrárias. Note que a segunda causa “por perder o interesse em viver” não é contrária, oposta à anterior: por viver.

Assim, houve apenas um contraste, uma diferença, entre ficar velho por viver e ficar velho por perder o interesse em viver.

A alternativa (B) está errada, pois o adjetivo “velho” não carrega um valor pejorativo, negativo. A frase está focada na ideia de envelhecimento como um estado de espírito ou condição emocional, e não em uma crítica ou desvalorização explícita da velhice.

A alternativa (C) está errada, pois o segundo segmento da frase não corrige ou retifica o primeiro; em vez disso, ele aprofunda a ideia, acrescentando uma explicação mais completa sobre a causa do envelhecimento. Não há uma correção de erro, mas uma complementação que diferencia as causas de “ficar velho”.

A alternativa (D) está errada, pois a expressão “fica velho” é empregada em sentido figurativo e sugere que a velhice é mais uma questão de estado mental, de comportamento, da perda de interesse em viver (conforme se percebe no segundo segmento da frase).  Por isso, foi afirmado que ninguém fica velho apenas por viver, mas por perder o interesse em viver.

A troca por “envelheceu” daria ao trecho o sentido literal, que é o processo natural de envelhecimento, o que altera o sentido original da frase e implicaria incoerência na frase. A própria frase defende que ficar velho não é envelhecer, isto é, não é apenas pelo longo tempo de vida.

A alternativa (E) está errada, pois o uso de “apenas” não carrega uma visão negativa do ato de viver, mas sim relativiza a ideia de que viver por si só não é suficiente para “ficar velho”. A frase sugere que envelhecer está mais relacionado à perda do interesse em viver do que ao simples ato de viver.

Gabarito: A

Análise das questões de Português CEBRASPE 2023

Se você está se preparando para concursos públicos, sabe da importância de estudar de forma estratégica para otimizar seu tempo e aumentar suas chances de aprovação. Uma das maneiras mais eficazes de fazer isso é analisando as provas anteriores da banca organizadora.
Neste artigo, vamos mergulhar na análise das questões de Português Cebraspe (antigo Cespe) referentes ao ano de 2023, identificando os temas mais recorrentes e fornecendo dicas valiosas para sua preparação.

Naturalmente não quero com isso que você ignore temas com poucas ocorrências, mas deve dar prioridade ao que mais cai, principalmente se o seu tempo de estudo é pouco.

Análise das Questões:

Durante o ano de 2023, o Cebraspe aplicou diversas provas com questões de Português, abrangendo diferentes áreas da gramática e interpretação de texto. Ao analisar essas questões, foi possível identificar os seguintes temas mais recorrente

1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. 2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. 3 Domínio da ortografia oficial. 4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. 4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual. 4.2 Emprego de tempos e modos verbais. 5 Domínio da estrutura morfossintática do período. 5.1 Emprego das classes de palavras. 5.2 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. 5.3 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração. 5.4 Emprego dos sinais de pontuação. 5.5 Concordância verbal e nominal. 5.6 Regência verbal e nominal. 5.7 Emprego do sinal indicativo de crase. 5.8 Colocação dos pronomes átonos. 6 Reescrita de frases e parágrafos do texto. 6.1 Significação das palavras. 6.2 Substituição de palavras ou de trechos de texto. 6.3 Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. 6.4 Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade. 7 Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República). 7.1 Aspectos gerais da redação oficial. 7.2 Finalidade dos expedientes oficiais. 7.3 Adequação da linguagem ao tipo de documento. 7.4 Adequação do formato do texto ao gênero.

 

Das provas aplicadas em 2023, houve 689 ocorrências de Português.

Neste trabalho, eu evito considerar a quantidade exata de questões, porque há algumas que cobram mais de um tema num só pedido. Por exemplo, às vezes uma questão cobra o emprego de pronome, de verbo e de pontuação. Assim, em vez de registrarmos uma só questão, eu registro três ocorrências, para mapearmos efetivamente o que a banca cobra.

Desse conteúdo, notamos que muitos assuntos são interligados. Assim, uma questão de pronome pessoal, por exemplo, pode envolver os assuntos Emprego de Classes de Palavras, Domínio dos mecanismos de coesão textual, Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, Relações de subordinação entre termos da oração, Colocação dos pronomes átonos.

 

Veja primeiramente os dados em um gráfico:

gráfico

 

Agora, vamos a algumas considerações:

O assunto “5.1 Emprego de classes de palavras” não se encontra no gráfico, por ser muito abrangente. Ele já está representado pelos assuntos mais específicos “conjunções”, “pronomes relativos”, “pronomes”, “verbos”, “preposição”, “advérbio”, “adjetivo”, “substantivo”.

O assunto “5 Domínio da estrutura morfossintática do período” também não se encontra no gráfico, por já abarcar assuntos mais específicos e previstos no conteúdo dos editais, como Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração. Emprego dos sinais de pontuação. Reescrita de frases e parágrafos do texto. Substituição de palavras ou de trechos de texto. Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade. Domínio dos mecanismos de

coesão textual. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual.

 

Vamos aos dados de uma forma mais pontual!

 

Das 689 ocorrências, a banca cobrou

184 ocorrências do assunto 5.1 Emprego das classes de palavras, sendo

57 de conjunções,

50 de demais pronomes e Colocação dos pronomes átonos.

24 de pronomes relativos,

23 de Emprego de tempos e modos verbais;

15 de advérbio;

8 de preposição;

6 de adjetivo;

1 de substantivo.

178 ocorrências do assunto 1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados;

56 ocorrências do assunto 4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. 4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual;

47 ocorrências do assunto 5.4 Emprego dos sinais de pontuação;

43 ocorrências do assunto 6.1 Significação das palavras;

43 ocorrências do assunto 6 Reescrita de frases e parágrafos do texto. 6.2 Substituição de palavras ou de trechos de texto. 6.3 Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. 6.4 Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade;

33 ocorrências do assunto 5.5 Concordância verbal e nominal;

26 ocorrências do assunto 5.2 Relações de coordenação entre termos da oração. 5.3 Relações de subordinação entre termos da oração (sintaxe da oração);

24 ocorrências do assunto 5.7 Emprego do sinal indicativo de crase;

18 ocorrências do assunto 5.6 Regência verbal e nominal;

16 ocorrências do assunto 2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais, sendo 10 de Reconhecimento de tipos textuais e 6 de Reconhecimento de gêneros textuais;

16 ocorrências do assunto 7 Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República). 7.1 Aspectos gerais da redação oficial. 7.2 Finalidade dos expedientes oficiais. 7.3 Adequação da linguagem ao tipo de documento. 7.4 Adequação do formato do texto ao gênero.

5 ocorrências do assunto 3 Domínio da ortografia oficial, sendo que 3 são de acentuação e 2 de emprego de hífen.

 

Observações:

 

Devemos ressaltar que os assuntos Colocação dos pronomes átonos e Emprego de tempos e modos verbais nem precisariam estar explícitos no conteúdo programático, pois já fazem parte do assunto Emprego das classes de palavras.

O emprego de pronomes é um assunto vasto, amplo e percorre outros assuntos, como Domínio dos mecanismos de coesão textual, Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual, Emprego das classes de palavras, Relações de subordinação entre orações.

O assunto 7 Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República). 7.1 Aspectos gerais da redação oficial. 7.2 Finalidade dos expedientes oficiais. 7.3 Adequação da linguagem ao tipo de documento. 7.4 Adequação do formato do texto ao gênero só deve ser estudado se literalmente estiver expresso no conteúdo programático do edital. Nem sempre está previsto nos editais do CEBRASPE.

Os assuntos 5.2 Relações de coordenação entre orações e 5.3 Relações de subordinação entre orações trabalham fundamentalmente o reconhecimento do sentido das conjunções, assunto que está também previsto em 4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. 4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual e 5.1 Emprego das classes de palavras.

 

Com base nesses números, podemos classificar as questões do CEBRASPE em três partes, por índice de ocorrências:

Temas quentes: são os conteúdos de maior ocorrência, sempre estão nas provas, como “interpretação”, “conjunções”, “coesão”, “pronomes”, “pontuação”, “significado de palavras” e “reescrita”.

Juntos, perfazem 68,79% de todas as ocorrências no ano de 2023.

Então, no seu planejamento, a prioridade é estudar esses assuntos primeiro.

 

Temas mornos: são os conteúdos de média quantidade e nem sempre aparecem nas provas, como “concordância”, “oração”, “pronome relativo”, “crase”, “verbo”, “regência”, “advérbio”.

Juntos, perfazem 23,65% de todas as ocorrências no ano de 2023.

 

Temas frios: são os conteúdos de baixa ocorrência, como “tipologia textual”, “gêneros textuais”, “preposição”, “adjetivo”, “acentuação”, “ortografia”, “substantivo”.

Juntos, perfazem 5,23% de todas as ocorrências no ano de 2023.

 

Apesar de nem sempre estar previsto nos editais, o assunto “Correspondência Oficial” obteve 2,32% das ocorrências de 2023. Ele é um caso à parte! Estando previsto no edital, é um tema quente, pois normalmente em provas com 10 questões de Português, pelo menos 2 são deste assunto.

Assim, estando previsto no edital, é assunto muito relevante e passa a ser quente.

 

Assim, todos os temas elencados para sua prova são importantes, e essa classificação serve apenas para você dar prioridade, e não para deixar de estudá-los, ok? Não podemos negligenciar nenhum assunto.

 

Agora, veja o que normalmente é previsto sobre os critérios de avaliação:

“Cada prova objetiva será constituída de itens para julgamento, agrupados por comandos que deverão ser respeitados. O julgamento de cada item será CERTO ou ERRADO, de acordo com o(s) comando(s) a que se refere o item. Haverá, na folha de respostas, para cada item, dois campos de marcação: o campo designado com o código C, que deverá ser preenchido pelo candidato caso julgue o item CERTO, e o campo designado com o código E, que deverá ser preenchido pelo candidato caso julgue o item ERRADO.

(…)

Para obter pontuação no item, o candidato deverá marcar um, e somente um, dos dois campos da folha de respostas.

(…)

A nota em cada item das provas objetivas, feita com base nas marcações da folha de respostas, será igual a: 1,00 ponto, caso a resposta do candidato esteja em concordância com o gabarito oficial definitivo das provas; 1,00 ponto negativo, caso a resposta do candidato esteja em discordância com o gabarito oficial definitivo das provas; 0,00, caso não haja marcação ou haja marcação dupla (C e E).”

 

Então, se você sabe a questão, marque no cartão de respostas, se não sabe, deixe em branco ou marque os dois campos!

Isso determina a maior dificuldade na prova: trabalhar a cabeça para não “chutar”.

Minha mensagem final para você concurseiro, é que priorize os conteúdos que mais caem, mas não negligencie os demais temas, pois a preparação completa é essencial para alcançar o sucesso nos concursos públicos. Com dedicação e estratégia, você estará mais preparado para enfrentar os desafios das próximas provas.

 

 

 

Conheça nossos cursos, clique na imagem abaixo e saiba mais!

CEBRASPE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para ficar atenta(o) em todas as nossas postagens no blog, clique aqui.

Ficou com dúvida? Entre em contato via Whastapp: 32 98447-5981

Grande abraço!

Professor Décio Terror

Prova Português Resolvida da Polícia Civil Santa Catarina 2024 Psicólogo Policial Civil

Neste artigo, vamos comentar a prova Português da Polícia Civil Santa Catarina 2024 Psicólogo Policial Civil.

Neste artigo, comentei a prova 2, tipo verde:

Baixe a prova aqui

Baixe o gabarito aqui

 

1. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)

Assinale a frase que mostra problemas de correção com o emprego do acento grave indicativo da crase.

(A)  Os sábios dizem que a vossa luz se apagará um dia, disseram os vagalumes às estrelas. Estas, porém, não responderam nada.

(B)  Fique atento à tartaruga; ela faz progresso apenas quando estica o pescoço.

(C)  Se achares três reais leva-os à polícia; se achares três mil reais, leva-os a um banco.

(D)  Às vezes, só uma mudança de ponto de vista é suficiente para transformar uma obrigação numa interessante oportunidade.

(E)   Dinheiro é igual à táxi: quando você mais precisa, ele não aparece.

Comentário: A alternativa (A) está correta, pois “disseram” rege a preposição “a” e o substantivo “estrelas” está precedido do artigo “as”, por isso há crase.

A alternativa (B) está correta, pois “atento” rege a preposição “a” e o substantivo “tartaruga” está precedido do artigo “a”, por isso há crase.

A alternativa (C) está correta, pois “leva” rege a preposição “a” e o substantivo “polícia” está precedido do artigo “a”, por isso há crase.

A alternativa (D) está correta, pois cabe crase na locução adverbial de base feminina “Às vezes”.

A alternativa (E) é a errada, pois o substantivo masculino “táxi” não admite ser precedido do artigo feminino “a”. Assim, cabe apenas a preposição “a” exigida pelo adjetivo “igual”.

Gabarito: E

 

2. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)

O célebre cientista Lineu disse certa vez:

“A natureza é um imenso dicionário!”

A comparação entre a natureza e o dicionário se justifica por duas marcas, que são:

(A) a quantidade e a variedade.

(B) a dificuldade e a necessidade.

(C) a necessidade e a precariedade.

(D) a precariedade e a quantidade.

(E) a variedade e a dificuldade.

Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois um dicionário é conhecido pela grande quantidade e variedade de palavras e definições que ele contém, assim como a natureza é conhecida pela sua imensa diversidade de espécies, ecossistemas e fenômenos naturais.

Essa comparação faz sentido e reflete as características compartilhadas entre um dicionário e a natureza.

A alternativa (B) está errada, pois, embora um dicionário possa ser necessário para entender as palavras e a natureza seja essencial para a vida, a comparação direta envolvendo “dificuldade” não é claramente justificada. Além disso, a “dificuldade” não é uma característica intrínseca de um dicionário ou da natureza.

A alternativa (C) está errada, pois precariedade não é uma característica associada a um dicionário ou à natureza de maneira geral. Embora ambos possam ser necessários (dicionários para compreensão da linguagem, natureza para a vida), a precariedade não se encaixa na comparação da frase.

A alternativa (D) está errada, pois, como vimos, precariedade não é uma característica relevante na comparação da frase. Como vimos anteriormente, quantidade é uma marca na comparação dessa frase.

A alternativa (E) está errada, pois, como vimos, cabe “variedade”, mas não cabe “dificuldade”.

Gabarito: A

 

3. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)

Muitas frases são construídas tendo por base outras frases famosas; entre as que estão abaixo, assinale aquela que está isenta dessa intertextualidade.

(A) Repolho não pensa. Logo, não existe.

(B) O céu é o pão de cada dia dos olhos.

(C) A Terra é o provável paraíso perdido.

(D) Antes um pássaro a voar que dois na mão.

(E) A mosca é o termômetro da higiene.

Comentário: Na alternativa (A), há intertextualidade, pois a frase “Repolho não pensa. Logo, não existe.” apresenta uma variação do famoso pensamento de René Descartes “Penso, logo existo”. Neste contexto, a ideia é invertida para um contexto humorístico.

Na alternativa (B), há intertextualidade, pois a frase “O céu é o pão de cada dia dos olhos.” apresenta uma reinterpretação da expressão bíblica “o pão nosso de cada dia“, que é usada na oração do Pai Nosso. A frase associa o céu a algo diariamente necessário ou apreciado, semelhante ao pão.

Na alternativa (C), há intertextualidade, pois a frase “A Terra é o provável paraíso perdido.” remete ao título da obra épica “Paraíso Perdido” de John Milton, mas a coloca em um contexto moderno, referindo-se à Terra.

Na alternativa (D), há intertextualidade, pois a frase “Antes um pássaro a voar que dois na mão.” apresenta uma variação do provérbio “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando“, mas com uma interpretação oposta, valorizando a liberdade em vez da posse segura.

A alternativa (E) é a que devemos marcar, pois a frase “A mosca é o termômetro da higiene.” não apresenta variação direta de nenhuma frase famosa e não apresenta nenhuma expressão dessa frase que seja variação ou faça alusão a alguma expressão famosa. Assim, não há intertextualidade.

Gabarito: E

 

4. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)

Assinale a frase em que a locução sublinhada foi corretamente substituída por um só vocábulo.

(A) O manancial desaprova quase sempre o itinerário do rio. / pluvial.

(B) A felicidade ou a infelicidade dos homens depende tanto de seus humores quanto de sua sorte. / masculina.

(C) Basta um minuto para fazer um herói; mas é necessária uma vida inteira para fazer um homem de bem. / benevolente.

(D) Nas situações de crise lembra-te de que deves conservar tranquila a tua cabeça. / críticas.

(E) A liberdade do outro amplia a minha. / altruísta.

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois a locução adjetiva “do rio” pode ser substituída pelo adjetivo de mesmo sentido “fluvial”. O adjetivo “pluvial” é relativo à chuva.

A alternativa (B) está errada, pois a locução adjetiva “dos homens”, neste contexto, é o mesmo que “dos seres humanos” e pode ser substituída pelo adjetivo de mesmo sentido “humanas”. O adjetivo “masculina” relaciona-se à restrição ao gênero masculino, isto é, sem mulheres neste grupo.

A alternativa (C) está errada, pois a locução adjetiva “de bem” pode ser substituída pelo adjetivo de mesmo sentido “íntegro”. Esse adjetivo transmite a ideia de alguém que é moralmente correto, honesto e possui princípios éticos sólidos, o que está em consonância com o sentido de homem “de bem”.

Já o adjetivo “benevolente” tem o mesmo sentido da locução adjetiva “de boa vontade”, pois tal locução transmite uma ideia similar de bondade, generosidade e disposição para fazer o bem, características associadas à benevolência.

A alternativa (D) é a correta, pois “situações de crise” é o mesmo que “situações críticas”.

A alternativa (E) está errada, pois a locução adjetiva “do outro”, neste contexto, é o mesmo que “outrem”. O adjetivo “altruísta” se refere a um nobre sentimento. A pessoa altruísta se doa para o próximo sem esperar nada em troca.

Gabarito: D

 

5. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)

Observe a seguinte frase:

Os deuses fizeram o campo mais esplendidamente e melhor que tudo.”

Assinale a opção correta sobre as propostas de mudanças nessa frase.

(A) Se reescrevêssemos essa frase, iniciando-a pelo substantivo “campo”, sua forma adequada seria: “O campo, os deuses o fizeram mais esplendidamente e melhor que tudo.”

(B) Se colocarmos “campo” no plural, a forma do vocábulo “melhor” deve modificar-se para “melhores”.

(C) O vocábulo “melhor” poderia ser corretamente substituído por “mais bom”.

(D) A forma verbal “fizeram” poderia ser substituída convenientemente pela forma “construíram” de sentido mais específico.

(E) Se trocarmos “mais esplendidamente” por “da forma mais esplêndida”, o vocábulo “mais” muda de classe gramatical.

Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois a reescrita apenas apresenta enfaticamente o objeto direto com o pronome “o” como objeto direto pleonástico. Compare:

Os deuses fizeram o campo mais esplendidamente e melhor que tudo.

O campo, os deuses o fizeram mais esplendidamente e melhor que tudo.

A alternativa (B) está errada, pois, na frase “Os deuses fizeram o campo mais esplendidamente e melhor que tudo.”, os elementos comparativos de superioridade “mais esplendidamente e melhor que tudo” são constituídos dos advérbios “mais”, “esplendidamente” e “melhor”.

Como sabemos que advérbios não se flexionam no plural, a afirmação está errada.

A alternativa (C) está errada, pois só cabe a forma comparativa de superioridade sintética do advérbio “bem”, que é “melhor”. Note que não há adjetivo “bom”.

A alternativa (D) está errada, pois a forma “construíram” não tem sentido mais específico que “fizeram”.

A alternativa (E) está errada, pois o vocábulo “mais”, em “mais esplendidamente”, é advérbio de intensidade que modifica o advérbio “esplendidamente”. Em “da forma mais esplêndida”, o advérbio de intensidade “mais” modifica o adjetivo “esplêndida”.

Assim, não há mudança de classe gramatical. Permanece como advérbio.

Gabarito: A

 

6. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)

As opções abaixo mostram textos compostos de dois segmentos, separados por uma barra inclinada.

Assinale a relação lógica entre esses segmentos que está corretamente indicada.

(A) A cidade não é uma selva de concreto; / é um zoológico humano. – Relação de comparação.

(B) Não acuses a natureza. / Ela fez a parte dela. – Relação de explicação.

(C) Há boas razões para proteger a Terra. / É o modo mais seguro de prolongar a lucratividade. – Relação de conclusão.

(D) O sol não ganharia nada em beleza / se aparecesse somente uma vez ao ano. – Relação de concessão.

(E) Vamos deixar a natureza seguir seu caminho; / ela entende do negócio melhor do que nós. – Relação de causa e consequência.

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois, embora cada oração se estruture com base em metáfora (comparação), a relação entre essas orações é de contraste, pois a primeira oração nega, e a segunda afirma. Assim, a primeira metáfora de que a cidade é “selva de concreto” é rejeitada em favor de outra: a cidade é um zoológico humano.

Dessa forma, não há comparação entre as orações, mas contraste, oposição.

A alternativa (B) é a correta, pois a segunda oração explica ou justifica a primeira. A instrução para não acusar a natureza é apoiada pela explicação de que a natureza já cumpriu seu papel. Veja com a inserção de um conectivo adequado:

Não acuses a natureza, pois ela fez a parte dela.

A alternativa (C) está errada, pois a segunda frase é uma explicação ou justificativa das boas razões para proteger a Terra, isto é: prolonga a lucratividade. Assim, não cabe conclusão na segunda frase. Veja com a inserção de um conectivo adequado:

Há boas razões para proteger a Terra, pois é o modo mais seguro de prolongar a lucratividade.

A alternativa (D) está errada, pois a segunda oração transmite claramente o valor de condição, por meio da conjunção “se”, e não de concessão.

O sol não ganharia nada em beleza se aparecesse somente uma vez ao ano.

A alternativa (E) está errada, pois a segunda oração fornece um fundamento ou justificativa para a sugestão feita na primeira oração. Assim, não cabe consequência na segunda oração. Veja com a inserção de um conectivo adequado:

Vamos deixar a natureza seguir seu caminho, pois ela entende do negócio melhor do que nós.

Gabarito: B

 

7. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)

Observe, sob o ponto de vista argumentativo, a seguinte frase: “A cidade não é uma selva de concreto; é um zoológico humano.”

A afirmativa correta sobre a estruturação argumentativa dessa frase é:

(A) a tese do texto é a de que a cidade não é uma selva de concreto.

(B) o argumento que apoia a tese se baseia no bom-senso.

(C) a tese do texto é apresentada sem qualquer argumento que a suporte.

(D) a argumentação do texto se utiliza do método dedutivo.

(E) o argumentador apela para a intimidação do leitor.

Comentário: Normalmente, quando uma frase inicia por negação, quer-se negar algo comumente falado e em seguida há o pensamento do autor.

Assim, a frase “A cidade não é uma selva de concreto; é um zoológico humano” é estruturada de forma a criar um contraste direto entre duas visões diferentes da cidade.

Primeiro, ela refuta a ideia comum da cidade como uma “selva de concreto” e depois propõe uma perspectiva alternativa, comparando-a a um “zoológico humano”.

Note que a frase não oferece argumentos racionais ou evidências para apoiar sua visão. Em vez disso, ela procura provocar reflexão no leitor, incentivando-o a repensar as maneiras comuns de ver a cidade.

Agora, vamos às alternativas.

A alternativa (A) está errada, pois a frase começa negando que a cidade seja uma “selva de concreto”, como comumente se fala, mas a tese vai além disso: ela propõe uma visão alternativa da cidade como um “zoológico humano”.

A alternativa (B) está errada, pois o texto apresenta a tese. Não apresenta argumento. Além disso, não há elemento no texto que se possa julgar basear-se no bom-senso. Para isso, haveria necessidade de uma ampliação com outra frase que fornecesse, por exemplo, uma analogia mais detalhada e uma explicação concreta para a comparação feita entre a cidade e um zoológico humano. Mas isso é só uma possibilidade. O que importa é que não houve argumento na frase.

A alternativa (C) é a correta, pois realmente a tese do texto é apresentada sem qualquer argumento que a suporte. A frase apresenta uma afirmação metafórica, mas não oferece argumentos concretos ou evidências para apoiar a visão de que a cidade é um “zoológico humano”.

Como comentado anteriormente, a frase procura provocar reflexão no leitor, incentivando-o a repensar as maneiras comuns de ver a cidade, e não um argumento.

A alternativa (D) está errada, pois o método dedutivo envolveria uma lógica de premissas gerais levando a uma conclusão específica. A frase, por outro lado, é uma afirmação metafórica e não segue uma estrutura dedutiva.

A alternativa (E) está errada, pois não há elementos na frase que sugiram uma tentativa de intimidação. A frase é uma afirmação metafórica que busca provocar reflexão, e não intimidar.

Gabarito: C

 

8. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)

Todas as frases abaixo foram retiradas de um dicionário de citações e quatro delas apresentam erros relacionados à norma culta da língua portuguesa.

Assinale a única frase correta.

(A) Só se pode vencer a natureza obedecendo-a.

(B) Os rios são caminhos que marcham por si só.

(C) Todas as especulações são cinzas, meu amigo, mas a árvore de ouro da vida é eternamente verde.

(D) Destaca-se e viverás.

(E) Toda a vida é sonho e os sonhos, sonhos são.

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o verbo “obedecendo” é transitivo indireto e não admite o pronome átono “a” como objeto indireto. Veja a correção:

Só se pode vencer a natureza obedecendo-lhe.

A alternativa (B) está errada, pois o adjetivo “só” deve concordar com o seu referente plural “caminhos”. Veja a correção:

Os rios são caminhos que marcham por si sós.

A alternativa (C) está errada, pois “cinza” faz contraste com “verde”. Assim, tais palavras estão relacionadas à cor. O adjetivo “verde” se flexiona normalmente no plural quando o referente é plural: camisa verde, camisas verdes.

Porém, o substantivo que se relaciona à cor não deve flexionar-se. Assim, o correto é o emprego de “cinza” no singular. Veja a correção:

Todas as especulações são cinza, meu amigo, mas a árvore de ouro da vida é eternamente verde.

A alternativa (D) está errada, pois, pela conjugação do segundo verbo (“viverás”) na segunda pessoa do singular, notamos que o primeiro também deve ser conjugado nesta pessoa: “Destaca”. Porém, o pronome átono “se” não acompanhou tal pessoa. Assim, para ficar correto, deve-se estruturar da seguinte forma:

Destaca-te e viverás.

A alternativa (E) foi dada como a correta.

É certo que não cabe vírgula entre o sujeito e o predicativo de uma oração. Na oração “e os sonhos, sonhos são”, o termo “os sonhos” é o sujeito e o termo “sonhos” é o predicativo do sujeito. Note que “são” é verbo de ligação.

Mas note que a palavra “sonho” se repete neste pequeno período. Ocorre três vezes num segmento de pequena extensão. Isso nos dá sinal de estilo, de ênfase.

Assim, devemos analisar a pontuação também como expressividade, estilo, ênfase.

Como notamos que as demais alternativas apresentam erros gramaticais incontestáveis, notamos que cabe a vírgula por estilo, simplesmente para enfatizar a repetição do substantivo “sonhos” na última oração. Veja:

Toda a vida é sonho e os sonhos, sonhos são.

Gabarito: E

 

9. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)

Em todos os fragmentos textuais abaixo há processos de retomada dos termos sublinhados; assinale a frase em que o processo é realizado por uma classe gramatical diferente das demais.

(A) Não acuses a natureza. Ela já fez a parte dela.

(B) Graças a Deus o sol já se pôs, e não tenho mais de sair para aproveitá-lo.

(C) Considerai como crescem os lírios do campo; eles não trabalham nem fiam.

(D) Os moradores dos campos são melhores que os das cidades.

(E) Quando um homem não observa a natureza, sempre crê poder melhorá-la.

Comentário: Note que, nas alternativas (A), (B), (C) e (E), os pronomes pessoais “Ela”, “-lo”, “eles”, “-la” retomam seus antecedentes sublinhados.

Assim, o processo de retomada ocorreu com o emprego de pronomes pessoais.

Porém, na alternativa (D), o processo de retomada não ocorreu com pronome pessoal.

Na realidade, o artigo “os” faz subentender o substantivo plural “moradores”. Assim, ocorreu a elipse.

Por isso, a alternativa (D) é a que deve ser marcada.

Um detalhe importante: há quem entenda que “os” também pode ser percebido como pronome demonstrativo reduzido “os”, o qual tem o mesmo valor de “aqueles”. Veja:

Os moradores dos campos são melhores que os das cidades.

Os moradores dos campos são melhores que aqueles das cidades.

Assim, também o processo ocorreria por emprego de pronome. Por isso mesmo, a banca deixou as demais alternativas com retomada por pronome pessoal, para evitar recurso ou anulação da questão.

Entendendo como artigo (neste caso, seria elipse do substantivo) ou como pronome demonstrativo, o emprego de “os” é diferente do das demais alternativas.

Gabarito: D

 

10. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)

As frases a seguir mostram a modificação de uma forma reduzida para uma forma de oração desenvolvida; assinale a opção em que essa modificação foi feita de forma adequada.

(A)  Há boas razões para proteger a Terra. / Há boas razões para que protegêssemos a Terra.

(B)  Quando um homem não observa a natureza, sempre crê poder melhorá-la. / Quando um homem não observa a natureza, sempre crê que possa melhorá-la.

(C)  É impossível ensinar um gato a não pegar passarinhos. / É impossível ensinar um gato a que não pegasse passarinhos.

(D)  Sirvo-me de animais para instruir os homens. / Sirvo-me de animais para a instrução dos homens.

(E)   A natureza não nos permitiu conhecer o limite das coisas. / A natureza não nos permitiu que conheçamos o limite das coisas.

Comentário: A questão pede a modificação de uma forma reduzida para uma forma de oração desenvolvida.

Uma oração desenvolvida deve ser iniciada por uma conjunção ou pronome relativo (se for oração adjetiva) e deve conter verbo conjugado em modo e tempo verbal.

Assim, além de verificar se há oração desenvolvida, quando esse verbo sair da forma infinitiva, o seu tempo verbal deve combinar com o do verbo da oração principal.

A alternativa (A) está errada, pois o pretérito imperfeito do subjuntivo “protegêssemos” não combina com o presente do indicativo “Há”. Assim, para haver tal combinação, devemos passar o verbo para o presente do subjuntivo “protejamos”. Veja:

boas razões para que protejamos a Terra.

A alternativa (B) é a correta, pois a oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo “poder melhorá-la” passou a desenvolvida, tendo em vista que foi inserida a conjunção integrante “que” e o verbo auxiliar deixou de ser infinitivo e passou a ser presente do subjuntivo, combinando com o verbo da oração principal “crê”. Confirme:

Quando um homem não observa a natureza, sempre crê que possa melhorá-la.

Neste caso, como é algo que se crê, isto é, não é certeza, mas possibilidade, é ideal que o tempo verbal seja o presente do subjuntivo “possa”.

A alternativa (C) está errada, pois o pretérito imperfeito do subjuntivo “pegasse” não combina com o presente do indicativo “É“. Assim, para haver tal combinação, devemos passar o verbo para o presente do subjuntivo “pegue”. Veja:

É impossível ensinar um gato a que não pegue passarinhos.

A alternativa (D) está errada, pois houve uma nominalização, isto é, a transformação de uma oração (para instruir os homens) em termo da oração (para a instrução dos homens). Assim, não atende ao comando da questão.

A alternativa (E) está errada, pois o presente do subjuntivo “conheçamos” não combina com o pretérito perfeito do indicativo “permitiu”. Assim, para haver tal combinação, devemos passar o verbo para o pretérito imperfeito do subjuntivo “conhecêssemos”. Veja:

A natureza não nos permitiu que conhecêssemos o limite das coisas.

Gabarito: B

 

Prova comentada Português – Prefeitura de BH 2024 Auditor de Controle Interno

Veja a Prova Resolvida Português FGV Prefeitura de Belo Horizonte 2024 Auditor de Controle Interno.

Não vi possibilidades de recurso contra o gabarito desta prova!

Vamos á resolução da prova!

 

Baixe a prova aqui!

Baixe o gabarito aqui!

Agora, veja a prova resolvida!

 

1. (FGV / Prefeitura Belo Horizonte-MG Auditor de Controle Interno 2024)

As frases a seguir mostram termos sublinhados que retomam termos anteriores. Assinale a frase em que o tipo de retomada está corretamente identificado.

(A)  Luís Filipe acaba de comprar três esferográficas, dois lápis e folhas de papel pautado. Ele necessita desses artigos para suas anotações arqueológicas. / Sinônimo.

(B)  Cristiane comprou recentemente novos patins. Os seus velhos já não cabiam mais. / Hiperônimo.

(C)  Desde alguns anos, nos foram indicados vários produtos para substituírem a aspirina. Entretanto esse medicamento permanece eficaz em muitas circunstâncias. / Grupo nominal.

(D)  A mulher ocupa mais e mais seu lugar em nossa sociedade. Não é raro ver mulheres ocupando cargos de chefia. / Repetição de termos com flexão diferente.

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o substantivo “artigos” tem um sentido geral (hiperônimo) e engloba os itens “três esferográficas”, “dois lápis” e “folhas de papel pautado” (hipônimos), os quais têm valores específicos. Assim, a retomada desses itens pelo substantivo “artigos” empregou o recurso do hiperônimo (nome geral que retoma nome específico), e não sinônimo.

A alternativa (B) está errada, pois o termo “Os seus velhos” retoma o substantivo “patins” e o faz ficar subentendido. Assim, o recurso de coesão empregado envolve a elipse do substantivo “patins” e o acúmulo de palavras, o qual também pode ser entendido como grupo nominal. Assim, não cabe hiperônimo.

A alternativa (C) está errada, pois “medicamento” tem sentido geral (hiperônimo) e retomou o substantivo de sentido específico “aspirina” (hipônimo). Assim, o recurso empregado foi hiperônimo, e não grupo nominal.

A alternativa (D) é a correta, pois “mulheres” repete o substantivo retomado, porém no plural. Assim, realmente o recurso de coesão foi a repetição de termos com flexão diferente.

Gabarito: D

 

2. (FGV / Prefeitura Belo Horizonte-MG Auditor de Controle Interno 2024)

Todas as frases abaixo mostram um grupo nominal formado por substantivo + adjetivo. Assinale a frase em que a troca de posição entre os dois modifica o sentido do grupo.

(A)  A agricultura fomenta a sensatez, sensatez de excelente índole.

(B)  Nenhum pássaro voa alto demais se voa com as próprias asas.

(C)  O trabalho do lavrador é o trabalho natural do homem, o único que acalma as paixões e vigoriza o corpo.

(D)  Lembrai-vos que as mais belas coisas do mundo são as mais inúteis: lírios e pavões, por exemplo.

Comentário: Na alternativa (A), a troca de posição entre substantivo e adjetivo não muda o sentido, pois mantém a mesma ideia de qualidade ou natureza positiva da “sensatez”. Confirme:

A agricultura fomenta a sensatez, sensatez de excelente índole.

A agricultura fomenta a sensatez, sensatez de índole excelente.

A alternativa (B) é a que devemos marcar, pois, na frase original, “próprias asas” enfatiza a ideia de autonomia e capacidade inerente do pássaro. Porém, com a troca “asas próprias”, o adjetivo “próprias” se posicionou após o substantivo “asas” e com isso passou a ter o sentido de que as asas são adequadas ou apropriadas. Isso significa que o adjetivo está enfatizando que as asas, além de serem pertencentes ao pássaro, também são adequadas, apropriadas ou suficientes para a tarefa de voar bem alto. O uso de “próprias” após o substantivo, neste contexto, transmite a ideia de que o pássaro tem tudo o que é necessário, de forma inerente e natural, para alcançar grandes alturas. Confirme:

Nenhum pássaro voa alto demais se voa com as próprias asas.

Nenhum pássaro voa alto demais se voa com as asas próprias.

Nenhum pássaro voa alto demais se voa com as asas adequadas.

Nenhum pássaro voa alto demais se voa com as asas apropriadas.

Na alternativa (C), a inversão para “natural trabalho” não altera fundamentalmente o sentido. Continua indicando que o trabalho do lavrador está de acordo com a natureza humana:

O trabalho do lavrador é o trabalho natural do homem, o único que acalma as paixões e vigoriza o corpo.

O trabalho do lavrador é o natural trabalho do homem, o único que acalma as paixões e vigoriza o corpo.

Na alternativa (D), se invertermos a posição do adjetivo e substantivo para formar “coisas mais belas” (note que o advérbio “mais” acompanha o adjetivo “belas”), o sentido da frase se mantém. A ênfase continua sendo que as coisas que são extremamente belas tendem a ser inúteis, como os lírios e pavões mencionados.

Lembrai-vos que as mais belas coisas do mundo são as mais inúteis: lírios e pavões, por exemplo.

Lembrai-vos que as coisas mais belas do mundo são as mais inúteis: lírios e pavões, por exemplo.

Gabarito: B

 

3. (FGV / Prefeitura Belo Horizonte-MG Auditor de Controle Interno 2024)

Assinale a opção que mostra a frase em que o emprego do pronome sublinhado está inadequado.

(A)     É uma coisa terrível para um intelectual quando ele encara uma ideia como uma realidade.

(B)     Uma ideia não é responsável por pessoas que acreditam nela.

(C)     A principal função do educador é cuidar para que ele não confunda o bem com a passividade e o mal com a atividade.

(D)     Se você quiser civilizar alguém, comece pela avó dele.

Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o pronome “ele” é usado para se referir ao substantivo “intelectual”. O uso é adequado porque está claro a quem o pronome se refere e está em concordância com o substantivo a que se refere tanto em gênero quanto em número. Confirme:

É uma coisa terrível para um intelectual quando ele encara uma ideia como uma realidade.

A alternativa (B) está correta, pois, na contração “nela”, o pronome “ela” refere-se claramente a “uma ideia”. O uso é apropriado, pois há concordância em gênero e número, e a referência está clara.

Uma ideia não é responsável por pessoas que acreditam nela.

A alternativa (C) está correta, pois o pronome “ele” se refere ao substantivo “educador”. Este uso é correto, pois o pronome está em concordância com o antecedente “educador” e a referência é clara.

A principal função do educador é cuidar para que ele não confunda o bem com a passividade e o mal com a atividade.

A alternativa (D) é a inadequada, pois, na contração “dele”, o pronome “ele” é usado para se referir ao pronome “alguém”. A inadequação surge porque o pronome “alguém” é indefinido e não especifica o gênero.

Assim, usar “dele” pode ser considerado inadequado, pois presume o gênero masculino para um antecedente que é neutro em relação ao gênero. Seria mais apropriado usar uma forma que não especifique o gênero, como “dessa pessoa” ou “dele ou dela”, para manter a neutralidade.

Se você quiser civilizar alguém, comece pela avó dele.

Se você quiser civilizar alguém, comece pela avó dessa pessoa.

Se você quiser civilizar alguém, comece pela avó dele ou dela.

Gabarito: D

 

4. (FGV / Prefeitura Belo Horizonte-MG Auditor de Controle Interno 2024)

Assinale a frase que se apresenta inteiramente coerente.

(A)  Não me lembro do que ele morreu. Só me lembro que não era nada sério.

(B)  Minha certidão de nascimento é velha, mas não a minha idade.

(C)  Casa, comida e diamantes – isso é essencial, o resto é supérfluo.

(D)  A única maneira de conter esta onda de suicídios é fazer com que seja um crime punido com pena de morte.

Comentário: A questão trabalha o que chamamos de incoerência aparente, o que é muito comum em nossa fala do dia a dia. Muitas vezes, examinando as frases, encontramos uma incoerência, a qual é inserida por motivo de ênfase e queremos com isso transmitir uma ideia adjacente.

Na alternativa (A), há incoerência, pois foi afirmado que a causa da morte não era nada sério. Porém, se houve morte, é fato que algum problema sério houve. Tanto assim que levou alguém à morte. Houve o chamado paradoxo, isto é, uma contradição e ela reforça que houve incoerência.

Mas note que há uma intenção por trás dessa incoerência aparente. Leia novamente:

Não me lembro do que ele morreu. Só me lembro que não era nada sério.

Essa incoerência sugere que alguém achou que o problema não era sério até saber da morte da pessoa.

Na alternativa (B), há incoerência, pois a idade de uma pessoa aumenta com o passar do tempo, assim como a “idade” de uma certidão de nascimento. A tentativa de separar a idade da pessoa da antiguidade do documento cria uma contradição, já que ambos envelhecem juntos.

Aqui também notamos uma intenção por trás dessa incoerência aparente. Leia novamente:

Minha certidão de nascimento é velha, mas não a minha idade.

Essa incoerência sugere que alguém não se sente com a idade que tem. Julga ter uma cabeça e atitude de pessoas mais jovens, diferentes da sua idade real.

A alternativa (C) é a que deve ser marcada, pois não apresenta nenhuma incoerência. Ela expressa a opinião de que “casa, comida e diamantes” são essenciais para a pessoa que está falando, enquanto tudo o mais é considerado supérfluo.

Embora possa parecer um pouco irônico ou humorístico (especialmente a inclusão de “diamantes” como essencial), a frase mantém a lógica interna e é consistente em si mesma.

Na alternativa (D), há incoerência, pois propor a pena de morte como punição para o suicídio é ilógico, já que o suicídio, por sua natureza, resulta na morte do indivíduo. Portanto, não faz sentido usar a morte como punição para alguém que já faleceu.

Aqui, a única ideia a ser entendida com essa incoerência é o humor.

A única maneira de conter esta onda de suicídios é fazer com que seja um crime punido com pena de morte.

Gabarito: C

 

5. (FGV / Prefeitura Belo Horizonte-MG Auditor de Controle Interno 2024)

As frases a seguir mostram uma comparação. Assinale a única frase em que a comparação feita não é seguida por uma explicação sobre ela.

(A) A vida é um circo gratuito: basta você prestar atenção.

(B) A alma humana é como a nuvem. Está sempre em movimento e mudando.

(C) A vida é bicicleta com câmbio de dez velocidades. A maioria de nós tem marchas que nunca usa.

(D) A maioria das pessoas são como os alfinetes: suas cabeças não são o mais importante.

Comentário: A alternativa (A) é a que deve ser marcada, pois a comparação da vida com um “circo gratuito” não é seguida por explicação.

A comparação inicial (“A vida é um circo gratuito”) usa uma metáfora para sugerir que a vida está cheia de espetáculos, cores, alegrias e talvez até caos, assim como um circo.

A oração subsequente (“basta você prestar atenção”) implica que, para experienciar e apreciar plenamente esses aspectos da vida, a única coisa necessária é a atenção.

Portanto, a segunda parte da frase serve mais como um conselho sobre como abordar a vida (prestando atenção) do que como uma explicação da comparação feita anteriormente.

Leia novamente a frase:

A vida é um circo gratuito: basta você prestar atenção.

A segunda oração é mais um aconselhamento. É como se o autor estivesse falando o seguinte: Se você ainda não acha que a vida é um circo gratuito, comece a prestar atenção nas coisas que nos rodeiam. Você vai conseguir notar.

Assim, notamos que a segunda oração não explica a comparação. Apenas aconselha que o interlocutor preste mais atenção.

Na alternativa (B), há comparação seguida de explicação dessa comparação. A comparação entre a “alma humana” e “a nuvem” é seguida por uma explicação direta: “Está sempre em movimento e mudando”. Essa explicação esclarece a comparação, mostrando como a alma humana é semelhante a uma nuvem em constante mudança. Confirme:

A alma humana é como a nuvem. Está sempre em movimento e mudando.

Na alternativa (C), há comparação seguida de explicação dessa comparação. A comparação da vida com uma “bicicleta com câmbio de dez velocidades” é explicada pela afirmação subsequente: “A maioria de nós tem marchas que nunca usa”. Isso esclarece a comparação, sugerindo que, assim como em uma bicicleta com muitas marchas, na vida, muitas vezes não utilizamos todas as nossas possibilidades ou recursos. Confirme:

A vida é bicicleta com câmbio de dez velocidades. A maioria de nós tem marchas que nunca usa.

Na alternativa (D), há comparação seguida de explicação dessa comparação. A comparação entre “pessoas” e “alfinetes” é seguida por uma explicação que esclarece o ponto de comparação: “suas cabeças não são o mais importante”. Isso esclarece a comparação, pois indica que, tanto para pessoas quanto para alfinetes, outras características (talvez a funcionalidade ou a ação) são mais importantes do que as “cabeças”. Confirme:

A maioria das pessoas são como os alfinetes: suas cabeças não são o mais importante.

Gabarito: A

 

Conheça o meu site: www.professordecioterror.com.br

Siga-me no Instagram: @decioterror

Inscreva-se no meu Youtube: Décio Terror

Prova e gabarito comentado de Português PC SP 2023 Investigador

A busca pela aprovação em concursos públicos é um desafio que exige dedicação, preparo e, acima de tudo, domínio das disciplinas que compõem o certame. Entre elas, a prova de português assume papel crucial, sendo um verdadeiro termômetro do nível de comunicação e interpretação dos candidatos. No contexto específico do concurso da Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC), a prova de português emerge como um ponto-chave, demandando dos concorrentes não apenas conhecimentos gramaticais, mas também habilidades analíticas e argumentativas.
Neste artigo, exploraremos os desafios e nuances enfrentados pelos candidatos nesta etapa crucial, destacando aspectos relevantes e estratégias que podem contribuir para o sucesso na busca pela tão almejada vaga na PCSC.

 

Segue a prova e o gabarito comentado de Português PC SP 2023 Investigador

Você pode baixar a prova original em PDF abaixo:

PC-SP – Caderno de Investigador

Leia o poema, para responder às questões de números 17 a 20.

 

Sei que fazer o inconexo aclara as loucuras.

Sou formado em desencontros.

A sensatez me absurda.

Os delírios verbais me terapeutam.

Posso dar alegria ao esgoto (palavra aceita tudo).

(E sei de Baudelaire que passou muitos meses tenso

porque não encontrava um título para os seus poemas. Um título que harmonizasse os seus conflitos.

Até que apareceu Flores do mal. A beleza e a dor.

Essa antítese o acalmou.)

As antíteses congraçam.

(Manoel de Barros, Livro sobre nada.)

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

Um dos recursos de que se vale o eu lírico para produzir efeitos de sentido poéticos consiste em

(A)  tratar a poesia como projeto de contestação da linguagem, por meio do emprego de termos em desuso na língua.

(B)  declinar de seu ofício de poeta, ao se identificar com a dificuldade de Baudelaire de criar antíteses.

(C)  propor ao leitor uma releitura do conceito de poesia, empregando verbos e adjetivos fora de contexto.

(D)  expressar sua subjetividade por meio de referências à dificuldade do ofício de ser poeta, de modo a dar-lhe ares de importância.

(E)   apresentar recriações, tais como a conjugação de substantivos, as quais ele chama de delírios verbais.

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois essa poesia não transmite contestação, nem palavras em desuso na língua. Pelo contrário, o eu lírico cria novas palavras e expressões que não existem na língua comum.

A alternativa (B) está errada, pois não há nenhum vestígio no texto que indique ou sugira que o poeta tivesse declinado de seu ofício, que tivesse desistido de fazer poesia. Na verdade, ele utiliza a experiência de Baudelaire como exemplo para expressar como as antíteses o acalmam.

A alternativa (C) está errada, pois o eu lírico não propõe uma releitura do conceito de poesia empregando verbos e adjetivos fora de contexto. Pelo contrário, ele utiliza recursos estilísticos para produzir efeitos de sentido poéticos. Assim, tais palavras estão, sim, contextualizadas.

A alternativa (D) está errada. É fato que o eu lírico expressou sua subjetividade, e isso é notado por meio de suas impressões em primeira pessoa do singular. Porém, não há nenhuma indicação no texto de que ele tenha feito isso com a intenção mostrar uma suposta dificuldade do ofício de ser poeta, de modo a dar-lhe ares de importância. Na realidade, ele afirma que os delírios verbais o terapeutam.

A alternativa (E) é a correta, pois realmente o texto apresenta recriações, tais como a conjugação de substantivos (“absurda”, “terapeutam”), as quais ele chama de delírios verbais. Esses delírios verbais são uma forma de criar novas palavras e expressões que não existem na língua comum, o que contribui para a originalidade e a criatividade da poesia moderna.

Gabarito: E

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

Os dois últimos versos – Essa antítese o acalmou.) / As antíteses congraçam. – expressam a ideia, desenvolvida no poema, de que a criação poética consiste em

(A) conceber novas formas de abordar os temas, priorizando a clareza das ideias.

(B) desafiar a coerência e produzir efeitos estéticos a partir de expressões inusitadas.

(C) conciliar as expectativas do leitor com o máximo de criatividade da linguagem.

(D) imitar poetas consagrados, para também alcançar reconhecimento.

(E) traduzir a subjetividade em dados reconhecíveis da realidade do leitor.

Comentário: A antítese é uma figura de linguagem que consiste na aproximação de palavras ou expressões de sentido oposto, como “beleza e dor” mencionado no poema.

Essa técnica é utilizada para produzir efeitos estéticos e criar novas formas de expressão que desafiam a coerência e a lógica da linguagem comum, como se observa nos versos:

“Sei que fazer o inconexo aclara as loucuras”, “Sou formado em desencontros”, “A sensatez me absurda”, “Os delírios verbais me terapeutam”, “As antíteses congraçam”.

Dessa forma, entendemos que a intenção da utilização da antítese é subverter a lógica. Por isso, a alternativa (B) é a correta: desafiar a coerência e produzir efeitos estéticos a partir de expressões inusitadas.

Dessa forma, percebemos que a antítese no texto não tem a intenção de transmitir clareza das ideias ou conciliar as expectativas do leitor, tampouco imitar poetas consagrados, nem transmitir dados reconhecíveis da realidade do leitor.

Por isso, as demais alternativas estão erradas.

Gabarito: B

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

As palavras “sensatez” (3º verso) e “congraçam” (11º verso) têm, respectivamente, como sinônimo:

(A) resolução e animam.

(B) prudência e monopolizam.

(C) reserva e destroem.

(D) comedimento e conciliam.

(E) submissão e desgraçam.

Comentário: No contexto do poema, “sensatez” refere-se à qualidade de ser sensato, prudente, enquanto “congraçam” sugere a ideia de conciliar, harmonizar. Portanto, “comedimento” e “conciliam” são termos que se aproximam dos significados dessas palavras no contexto apresentado e a alternativa (D) é a correta.

Gabarito: D

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

O pronome “o” em – Essa antítese o acalmou – representa o complemento do verbo, tal como ocorre com a expressão destacada na passagem:

(A) … não encontrava um título para os seus poemas.

(B) Os delírios verbais me terapeutam.

(C) Até que apareceu Flores do mal.

(D) Sou formado em desencontros.

(E) … passou muitos meses tenso…

Comentário: O complemento do verbo é o objeto direto ou objeto indireto.

A alternativa (A) é a correta, pois “encontrava” é verbo transitivo direto e “um título” é o objeto direto.

Na alternativa (B), o termo “Os delírios verbais” é o sujeito.

Na alternativa (C), o termo “Flores do mal” é o sujeito.

Na alternativa (D), o termo “em desencontros” é o complemento nominal do adjetivo “formado”.

Na alternativa (E), o termo “muitos meses” é o adjunto adverbial de tempo.

Gabarito: A

 

Leia o texto, para responder às questões de números 21 a 25.

A igualação e a desigualdade

            A ditadura da sociedade de consumo exerce um totalitarismo simétrico ao de sua irmã gêmea, a ditadura da organização desigual do mundo.

A maquinaria da igualação compulsiva atua contra a mais bela energia do gênero humano, que se reconhece em suas diferenças e através delas se vincula. O melhor que o mundo tem está nos muitos mundos que o mundo contém, as diferentes músicas da vida, suas dores e cores: as mil e uma maneiras de viver e de falar, crer e criar, comer, trabalhar, dançar, brincar, amar, sofrer e festejar que temos descoberto ao longo de milhares e milhares de anos.

A igualação, que nos uniformiza e nos apalerma, não pode ser medida. Não há computador capaz de registrar os crimes cotidianos que a indústria da cultura de massas comete contra o arco-íris humano e o humano direito à identidade. Mas seus demolidores progressos saltam aos olhos. O tempo vai se esvaziando de história e o espaço já não reconhece a assombrosa diversidade de suas partes. Através dos meios massivos de comunicação, os donos do mundo nos comunicam a obrigação que temos todos de nos contemplar num único espelho, que reflete os valores da cultura de consumo.

Quem não tem não é: quem não tem carro, não usa sapato de marca ou perfume importado está fingindo existir.

(Eduardo Galeano, De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso)

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

É correto afirmar que o autor assume a tese de que, na sociedade de consumo,

(A) existe uma desconstrução do sentido de vida social solidária.

(B) propõe-se uma nova perspectiva de vida, fundada na fruição do momento.

(C) há uma estandardização que descaracteriza as individualidades.

(D) vive-se uma realidade projetada para preservar valores pessoais.

(E) propaga-se a igualdade como forma de manter o senso de coletividade.

Comentário: O texto aborda a tese de que, na sociedade de consumo, há uma estandardização que descaracteriza as individualidades. Por isso, a alternativa (C) é a correta.

O autor argumenta que a maquinaria da igualação compulsiva atua contra a mais bela energia do gênero humano, que se reconhece em suas diferenças e através delas se vincula (2º parágrafo). Este trecho ressalta a ideia de que a igualação compulsiva vai contra a beleza da diversidade humana.

Ainda no mesmo parágrafo, ele afirma que o melhor que o mundo tem está nos muitos mundos que o mundo contém, as diferentes músicas da vida, suas dores e cores, as mil e uma maneiras de viver e de falar, crer e criar, comer, trabalhar, dançar, brincar, amar, sofrer e festejar que temos descoberto ao longo de milhares e milhares de anos.

No entanto, no terceiro parágrafo, é afirmado que a igualação, que nos uniformiza e nos apalerma, não pode ser medida. Através dos meios massivos de comunicação, os donos do mundo nos comunicam a obrigação que temos todos de nos contemplar num único espelho, que reflete os valores da cultura de consumo. Este ponto do texto nos sugere que a cultura de massas atua prejudicando a diversidade e a identidade humanas e como os meios de comunicação influenciam a obrigatoriedade de se conformar a um único padrão, refletindo os valores da cultura de consumo.

Portanto, confirmamos que esses trechos sustentam a ideia de que a sociedade de consumo busca a estandardização, prejudicando as individualidades.

A alternativa (A) está errada, pois o texto não aborda diretamente uma desconstrução do sentido de vida social solidária. Na realidade, a crítica principal é voltada para a uniformização e estandardização promovidas pela sociedade de consumo.

A alternativa (B) está errada, pois o texto não sugere uma nova perspectiva de vida baseada na fruição do momento. Pelo contrário, destaca as perdas decorrentes da uniformização e da ditadura da sociedade de consumo.

A alternativa (D) está errada, pois o texto não afirma que se vive uma realidade projetada para preservar valores pessoais. Pelo contrário, ele argumenta que a maquinaria da igualação compulsiva atua contra a mais bela energia do gênero humano, que se reconhece em suas diferenças e através delas se vincula.

A alternativa (E) está errada, pois a igualdade mencionada no texto é criticada como uma imposição uniformizadora que prejudica a diversidade e a individualidade. Portanto, a igualdade aqui não é vista como algo positivo para manter o senso de coletividade, mas como uma força homogeneizadora.

Gabarito: C

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

De acordo com o texto, a chamada “ditadura da sociedade de consumo” tem expressão

(A) em populações que prestigiam as atividades que produzem mais bem-estar.

(B) em aspirações direcionadas à posse de bens, forma de simulação do estar no mundo.

(C) nas possibilidades de ascensão por meio do esvaziamento do domínio do outro.

(D) em delitos comuns contra a humanidade praticados no dia a dia pelos indivíduos.

(E) no progresso que a comunicação de massa é capaz de propiciar à população mundial.

Comentário: O texto destaca como a sociedade de consumo impõe uma igualação compulsiva, promovendo a uniformização das pessoas com base na posse de bens materiais. A ideia é que a posse desses bens é muitas vezes utilizada como uma forma de simulação do “estar no mundo”, refletindo os valores da cultura de consumo.

Assim, a chamada “ditadura da sociedade de consumo” tem expressão em aspirações direcionadas à posse de bens, forma de simulação do estar no mundo.

Por isso, a alternativa (B) é a correta.

A alternativa (A) está errada, pois o texto não enfatiza a população que prestigia atividades que produzem bem-estar, mas sim critica a imposição de valores da cultura de consumo, especialmente relacionados à posse de bens materiais.

A alternativa (C) está errada, pois o texto não aborda diretamente a ascensão por meio do esvaziamento do domínio do outro. Ele não enfatiza diretamente a competição entre um e outro. A crítica está centrada na imposição de valores uniformizadores pela sociedade de consumo.

A alternativa (D) está errada, pois não há elementos no texto que sugira que a ditadura da sociedade de consumo se manifesta em delitos comuns praticados pelos indivíduos no dia a dia. A crítica está voltada para a imposição de valores e a perda da diversidade cultural.

A alternativa (E) está errada, pois o texto não elogia, não destaca o progresso à população mundial da comunicação de massa, mas sim como essa comunicação de massa é utilizada para impor valores específicos da cultura de consumo, uniformizando as pessoas.

Gabarito: B

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

Observe o emprego de dois-pontos e da vírgula na passagem:

Quem não tem não é: quem não tem carro, não usa sapato de marca ou perfume importado está fingindo existir.

É correto afirmar que os dois-pontos sinalizam a introdução de

(A) uma enumeração que detalha a afirmação “Quem não tem não é”, enquanto a vírgula está empregada para isolar o vocativo.

(B) informações que exemplificam as ideias de “ter” e “ser”, enquanto a vírgula está empregada para separar orações vinculadas a um mesmo sujeito.

(C) uma sequência de itens que complementam a oração anterior, enquanto a vírgula está empregada para isolar o aposto.

(D) afirmações que contradizem o que consta na afirmação anterior, enquanto a vírgula está empregada para separar orações com sujeitos independentes.

(E) dados para detalhar a afirmação precedente, enquanto a vírgula está empregada para destacar a oposição de ideias em sequência.

Comentário: Vamos explorar primeiramente o emprego da vírgula.

O verbo “está” tem como sujeito as orações “quem não tem carro” e “não usa sapato de marca ou perfume importado”.

Assim, entendemos que quem está fingindo existir é quem não tem carro, quem não usa sapato de marca ou quem não usa perfume importado.

Assim, notamos que a vírgula separou as duas orações que apresentam a mesma função sintática. Assim, ocorre enumeração.

Dessa forma, eliminamos a alternativa (A), pois não há vocativo, a alternativa (C), pois não há aposto, a alternativa (D), pois não são sujeitos independentes e a alternativa (E), pois não há oposição de ideias.

Assim, a alternativa (B) é a correta, pois as orações possuem o mesmo sujeito: “quem”.

Portanto, conseguimos perceber que o sinal de dois-pontos sinaliza a introdução de informações que exemplificam as ideias de “ter” e “ser”. É como se subentendêssemos a expressão “por exemplo”. Compare:

Quem não tem não é: quem não tem carro, não usa sapato de marca ou perfume importado está fingindo existir.

Quem não tem não é, por exemplo: quem não tem carro, não usa sapato de marca ou perfume importado está fingindo existir.

Gabarito: B

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

Assinale a alternativa em que o trecho destacado pode ser substituído pelo que está entre colchetes, segundo a norma-padrão de emprego do sinal indicativo de crase.

(A) A maquinaria da igualação compulsiva atua contra a mais bela energia do gênero humano… [contrariamente à toda bela energia]

(B) Não há computador capaz de registrar os crimes cotidianos… [hábil à registrar os crimes cotidianos]

(C) … num único espelho, que reflete os valores da cultura… [dá visibilidade à certos valores da cultura]

(D) … comete contra o arco-íris humano e o humano direito à identidade. [direito à alguma identidade]

(E) A ditadura da sociedade de consumo exerce um totalitarismo simétrico ao de sua irmã gêmea… [proporcional àquele de sua irmã gêmea]

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois não cabe artigo “a” diante do pronome indefinido “toda”, por isso não cabe crase.

A alternativa (B) está errada, pois não cabe artigo “a” diante de verbo (“registrar”), por isso não cabe crase.

A alternativa (C) está errada, pois não cabe artigo “a” diante de palavra masculina plural (“valores”), por isso não cabe crase.

A alternativa (D) está errada, pois não cabe artigo “a” diante do pronome indefinido “alguma”, por isso não cabe crase.

A alternativa (E) é a correta, pois “proporcional” rege a preposição “a” e o pronome demonstrativo “aquele” é iniciado com a vogal “a”. Assim, cabe crase.

Gabarito: E

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

A nova redação dada à passagem – O melhor que o mundo tem está nos muitos mundos que o mundo contém… – está de acordo com a norma-padrão de emprego de tempos e modos verbais em:

(A) Seria desejável que o melhor que o mundo tiver esteja nos muitos mundos que o mundo conter.

(B) Era desejável que o melhor que o mundo tivesse estava nos muitos mundos que o mundo conterá.

(C) Será desejável que o melhor que o mundo teve estava nos muitos mundos que o mundo contivesse.

(D) É desejável que o melhor que o mundo tenha esteja nos muitos mundos que o mundo contiver.

(E) Será desejável que o melhor que o mundo tem estará nos muitos mundos que o mundo conter.

Comentário: Na frase do texto “O melhor que o mundo tem está nos muitos mundos que o mundo contém, todos os verbos estão no presente do indicativo.

A alternativa (A) está errada, pois o futuro do pretérito do indicativo (“seria”) não combina com o futuro do subjuntivo (“tiver”), nem com o presente do subjuntivo (“esteja”).

A alternativa (B) está errada, pois o pretérito imperfeito do indicativo (“Era”) não combina com o futuro do presente do indicativo (“conterá”).

A alternativa (C) está errada, pois o futuro do presente do indicativo (“Será”) não combina com o pretérito perfeito do indicativo (“teve”), nem com o pretérito imperfeito do indicativo (“estava”), nem com o pretérito imperfeito do subjuntivo (“contivesse”).

A alternativa (D) é a correta, pois o presente do indicativo “É” combina com o presente do subjuntivo (“tenha” e “esteja”) e com o futuro do subjuntivo “contiver”. Veja:

É desejável que o melhor que o mundo tenha esteja nos muitos mundos que o mundo contiver.

A alternativa (E) está errada, pois o futuro do presente do indicativo “Será” não combina com o infinitivo “conter”, mas com o futuro do subjuntivo “contiver”.

Gabarito: D

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

Observe a charge.

Valendo-se do recurso à linguagem visual figurada, a charge é uma alegoria das relações humanas, representando,

(A) criticamente, a coisificação do ser manipulado pelo exercício da força e do poder.

(B) analiticamente, o contexto da sociedade contemporânea, em suas vicissitudes.

(C) objetivamente, a possibilidade de rompimento das amarras que cercam o homem.

(D) imparcialmente, a legitimação do jugo do forte sobre o desfavorecido da sorte.

(E) simbolicamente, a insurreição do frágil à imposição da mão soberana do opressor.

Comentário: Observe a imagem e os personagens:

Fica claro que o personagem da esquerda tem relação de poder sobre o da direita. Note que o da esquerda é mais alto, está numa cadeira maior e acolchoada. Além disso, ele está de posse  de cordéis de marionete, que manipula o outro, o qual se encontra numa cadeira de pior qualidade, está numa posição mais baixa e de postura subserviente.

Dessa forma, entendemos que a charge trata, criticamente, da coisificação do ser manipulado pelo exercício da força e do poder.

Por isso, a alternativa (A) é a correta.

A alternativa (B) está errada, pois não representa, analiticamente, o contexto da sociedade contemporânea, em suas vicissitudes, mas a relação de poder de um sobre o outro.

A alternativa (C) está errada, pois não há vestígio na imagem que demonstre uma possibilidade de rompimento das amarras que cercam o homem.

A alternativa (D) está errada, pois a charge critica a manipulação de poder. Ela não é imparcial. Também não a legitima o jugo do forte sobre o desfavorecido da sorte. É o contrário.

A alternativa (C) está errada, pois não há vestígio na imagem que demonstre uma insurreição do frágil à imposição da mão soberana do opressor.

Gabarito: A

 

Leia o texto, para responder às questões de números 27 a 34.

A fuga da autoridade adulta

            Eu estava falando em uma conferência em Nova Iorque durante o verão de 2016 quando descobri o termo “adultar”. Tomava um drinque em um bar quando vi um jovem na casa dos 30 usando uma camiseta que dizia “Chega de adultar por hoje”. Depois, entrevistei uma mulher cuja camiseta transmitia uma mensagem simples: “Adultar é cruel!”.

Caso você não esteja familiarizado com a palavra, adaptada do inglês “adulting”, adultar é definido como “a prática de se comportar do modo característico de um adulto responsável, especialmente na realização de tarefas mundanas, mas necessárias”. A palavra é usada para transmitir uma conotação negativa em relação às responsabilidades associadas à vida adulta. E sugere que, dada a oportunidade, qualquer mulher ou homem sensato na casa dos 30 preferiria não adultar, e evitar o papel de um adulto.

A tendência de retratar a vida adulta como uma conquista excepcionalmente difícil que precisa ser ensinada coexiste com uma sensação palpável de desencanto com o status de adulto. Em tudo além do nome a vida adulta se tornou desestabilizada, a ponto de ter se tornado alvo de escárnio e, para muitos, uma identidade indesejada. Não surpreende que adultar seja uma atividade que muitos indivíduos biologicamente maduros só estejam preparados para desempenhar em tempo parcial.

O corolário da idealização do adultamento em regime parcial é o desmantelamento da autoridade adulta. O impacto corrosivo da perda da autoridade adulta no desenvolvimento dos jovens foi uma grande preocupação para a filósofa política Hannah Arendt. Escrevendo nos anos 1950, Arendt chamou atenção para o “colapso gradual da única forma de autoridade” que existiu em “todas as sociedades conhecidas historicamente: a autoridade dos pais sobre filhos, dos professores sobre os alunos e, em geral, dos mais velhos sobre os mais novos”. Setenta anos depois, a desautorização da vida adulta se tornou amplamente celebrada na cultura popular ocidental. Em vez de se preocupar com as consequências da erosão da autoridade adulta, esse desenvolvimento é visto como positivo por partes da mídia, que acreditam que pessoas crescidas têm muito pouco a ensinar às crianças.

(Frank Furedi, revistaoeste.com. 24.07.2020. Adaptado)

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

É correto afirmar que o texto aborda criticamente

(A) a adesão da população jovem ao enfrentamento da autoridade das gerações precedentes.

(B) a incerteza acerca do futuro da geração atual diante da crise da autoridade parental.

(C) a recusa da geração dos anos 1950 em se sujeitar aos ditames do amadurecimento.

(D) o impacto, nas novas gerações, da crise de identidade própria da infância e da adolescência.

(E) a tendência ao adiamento da maturidade e das responsabilidades a ela vinculadas.

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o texto não aborda a adesão da população jovem a um suposto enfrentamento da autoridade das gerações precedentes. Na realidade, o texto destaca a preocupação com o desmantelamento da autoridade adulta.

A alternativa (B) está errada, pois tangencia a informação do texto. Embora o texto discuta a crise da autoridade parental, não se concentra na incerteza acerca do futuro da geração atual. A ênfase está na crítica à tendência de adiamento da maturidade.

A alternativa (C) está errada, pois o texto não aborda uma suposta recusa da geração dos anos 1950 em se sujeitar aos ditames do amadurecimento. Pelo contrário, destaca a preocupação da filósofa Hannah Arendt com o colapso gradual da autoridade adulta.

A alternativa (D) está errada, pois tangencia a informação do texto. Embora o texto sugira um possível colapso gradual da autoridade nas relações entre gerações, não aborda diretamente a crise de identidade própria da infância e adolescência. A ênfase está na crítica à perda da autoridade adulta.

A alternativa (E) é a correta, pois o autor expressa preocupação em relação à tendência contemporânea de adiar ou resistir ao adultamento, associado à realização de tarefas mundanas e responsabilidades típicas da vida adulta. A crítica se estende à perda da autoridade adulta.

Primeiramente, o texto introduz o conceito de “adultar”, referindo-se às responsabilidades associadas à vida adulta: “Adultar é definido como ‘a prática de se comportar do modo característico de um adulto responsável, especialmente na realização de tarefas mundanas, mas necessárias’.”.

Em seguida, há uma crítica à percepção contemporânea de que a vida adulta é excepcionalmente difícil e desencantadora, contribuindo para a resistência ao “adultamento”: “A tendência de retratar a vida adulta como uma conquista excepcionalmente difícil que precisa ser ensinada coexiste com uma sensação palpável de desencanto com o status de adulto.”

O texto prossegue relacionando a idealização do “adultamento” parcial ao desmantelamento da autoridade adulta, sugerindo uma conexão entre o adiamento da maturidade e a perda de autoridade: “O corolário da idealização do adultamento em regime parcial é o desmantelamento da autoridade adulta.”

Depois destaca como a desautorização da vida adulta é celebrada na cultura popular, reforçando a ideia da tendência contemporânea ao adiamento da maturidade: “A desautorização da vida adulta se tornou amplamente celebrada na cultura popular ocidental.”

Assim, esses trechos sustentam a crítica do autor à tendência de adiar a maturidade e as responsabilidades associadas.

Gabarito: E

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

O trecho no início do segundo parágrafo – Caso você não esteja familiarizado com a palavra adaptada do inglês “adulting”, adultar é definido como… – consiste em

(A)     um modo polido que o autor encontrou para expor o tema, descartando a hipótese de se tratar de novidade para seu leitor.

(B)     uma atitude profissional do autor para esclarecer um assunto que sabidamente é desconhecido do público leitor da revista.

(C)     um recurso do autor para apresentar a informação de modo cortês, sem aparentar superioridade em relação ao leitor.

(D)    uma estratégia do autor para trazer a informação, embora reconheça que o assunto não é novidade para o leitor.

(E)     uma forma pouco adequada de introduzir uma nova informação para o leitor, haja vista que está explícito que este já a conhece.

Comentário: O autor inicia o texto informando que descobriu o termo “adultar”. Assim, notamos que não é uma palavra usual, comum na língua. Dessa forma, ele a apresenta, com o cuidado de demonstrar que algum leitor pode desconhecer a palavra, como ele também não conhecia.

Assim, a alternativa (C) é a correta: um recurso do autor para apresentar a informação de modo cortês, sem aparentar superioridade em relação ao leitor.

A oração condicional “Caso você não esteja familiarizado com a palavra” demonstra que o autor não tem certeza se o leitor conhece ou não a palavra. Por isso, não cabe a ideia de que seria um assunto que sabidamente fosse desconhecido ou conhecido do público leitor da revista, como sugerem as afirmações das alternativas (A), (B), (D) e (E).

Gabarito: C

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

Assinale a alternativa em que há analogia de sentido entre a palavra destacada e as que a seguem.

(A) Escárnio – escarnecer e esbulho.

(B) Adultar – adulterar e adultério.

(C) Autoridade – alteridade e autoritarismo.

(D) Cruel – cru e crueza.

(E) Homem – homérico e homicídio.

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois “escárnio” é aquilo que é objeto de desdém, ironia ou sarcasmo. O verbo “escarnecer” é a ação relativa ao significado desse substantivo.

Porém, “esbulho” tem outro sentido: significa retirar de uma pessoa algo que está em sua posse ou é sua propriedade.

A alternativa (B) está errada, pois o próprio texto tratou do verbo “adultar” como a prática de se comportar do modo característico de um adulto responsável, especialmente na realização de tarefas mundanas, mas necessárias. Já adulterar significa modificar, alterar algo. E adultério é a infidelidade estabelecida por relação carnal com outro(a) parceiro(a) que não o(a) companheiro(a) habitual.

A alternativa (C) está errada, pois autoridade é quem tem o direito ou poder de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer obedecer. Autoritarismo é aquele que age com absoluta autoridade. Já alteridade é a natureza ou condição do que é outro, do que é distinto.

A alternativa (D) é a correta, pois “cruel” é característica de quem gosta de fazer o mal, atormentar, maltratar; impiedoso. Cru é aquilo que não teve cozimento suficiente. Seu segundo sentido é aquele que não tem piedade; cruel, feroz. Crueza é propriedade do que é natural, rude. Também é característica ou estado de cru, não preparado ou não cozido. Por extensão, tem o sentido de crueldade; castigo terrível.

A alternativa (E) está errada, pois “homem” se refere à espécie humana, à humanidade ou ao indivíduo do sexo masculino. Já homérico é aquilo que tem o caráter extraordinário, fantástico, desmedido das cenas épicas presumivelmente descritas por Homero. Homicídio é a destruição, voluntária ou involuntária da vida de um ser humano; assassínio, assassinato.

Gabarito: D

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

Considere os trechos:

Em tudo, além do nome, a vida adulta se tornou desestabilizada, a ponto de ter se tornado alvo de escárnio e, para muitos, uma identidade indesejada. (3º parágrafo)

Em vez de se preocupar com as consequências da erosão da autoridade adulta, esse desenvolvimento é visto como positivo por partes da mídia… (4º parágrafo)

É correto afirmar que as expressões destacadas estabelecem, correta e respectivamente, relações de sentido, de

(A) condição e modo.

(B) consequência e substituição.

(C) adição e comparação.

(D) concessão e ressalva.

(E) meio e causa.

Comentário: A locução prepositiva “a ponto de” transmite valor de consequência. Pelo contexto, entendemos que a vida adulta se tornou desestabilizada e isso levou a ter se tornado alvo de escárnio e, para muitos, uma identidade indesejada.

A locução prepositiva “Em vez de” transmite o valor de substituição de algo, isto é, no lugar de se preocupar com as consequências da erosão da autoridade adulta, esse desenvolvimento é visto como positivo por partes da mídia.

Assim, a alternativa (B) é a correta.

Gabarito: B

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

Assinale a alternativa que, de acordo com a norma-padrão de regência, dá sequência ao enunciado:

Qualquer homem ou mulher

(A) assistiria feliz o fim da autoridade da qual nunca depositou confiança.

(B) visaria menos deveres e obrigações dos quais se preocupar.

(C) consentiria de permanecer adolescente, sem deveres aos quais assumir.

(D) aspiraria a não adultar para evitar obrigações a que se prender.

(E) preferiria não adultar do que assumir deveres nos quais todos estão sujeitos.

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o verbo “assistir”, no sentido de ver, é transitivo indireto e rege a preposição “a”. O substantivo “confiança” rege a preposição “em”, e não “de”, diante do pronome relativo.

Qualquer homem ou mulher assistiria feliz ao fim da autoridade na qual nunca depositou confiança.

A alternativa (B) está errada, pois o verbo “visar”, no sentido de desejar, ter por objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”. O verbo pronominal “se preocupar” rege a preposição “com”.

Qualquer homem ou mulher visaria menos a deveres e obrigações com os quais se preocupar.

A alternativa (C) está errada, pois o verbo “consentir” é transitivo direto e não admite preposição. O verbo “assumir” é transitivo direto e não rege preposição “a” diante do pronome relativo.

Qualquer homem ou mulher consentiria permanecer adolescente, sem deveres os quais assumir.

A alternativa (D) é a correta, pois o verbo “aspirar”, no sentido de desejar, ter por objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”. Note que “se prender” rege a preposição “a” diante do pronome relativo “que”.

Qualquer homem ou mulher aspiraria a não adultar para evitar obrigações a que se prender.

A alternativa (E) está errada, pois o verbo “preferir” é transitivo direto e indireto e rege a preposição “a”. Além disso, “sujeitos” rege a preposição “a”, e não “em” diante do pronome relativo. Veja a correção:

Qualquer homem ou mulher preferiria não adultar a assumir deveres aos quais todos estão sujeitos.

Gabarito: D

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

A passagem em que a palavra destacada está empregada em sentido próprio é:

(A) … uma atividade que muitos indivíduos biologicamente maduros só estejam preparados para desempenhar em tempo parcial. (3º parágrafo)

(B) … do modo característico de um adulto responsável, especialmente na realização de tarefas mundanas, mas necessárias… (2º parágrafo)

(C) O impacto corrosivo da perda da autoridade adulta foi uma grande preocupação para a filósofa política Hannah Arendt. (4º parágrafo)

(D) Em tudo além do nome a vida adulta se tornou desestabilizada, a ponto de ter se tornado alvo de escárnio… (3º parágrafo)

(E) Em vez de se preocupar com as consequências da erosão da autoridade adulta, esse desenvolvimento é visto como positivo… (4º parágrafo)

Comentário: A palavra é empregada em sentido próprio quando transmite o significado original da palavra, normalmente associado ao primeiro significado que aparece na definição do dicionário, isto é, em seu sentido literal.

Na alternativa (A), a palavra “maduros” está sendo empregada em sentido figurado. O sentido literal dessa palavra é a característica em que se encontra o fruto que, tendo atingido seu completo desenvolvimento, pode ser comido, colhido ou semeado.

Por extensão de sentido, figurado, há uma comparação do pleno desenvolvimento do vegetal com o ser humano. Assim, o ser humano maduro é aquele que já atingiu seu pleno desenvolvimento, isto é, uma pessoa adulta.

No texto, a autora deixa subentender dois tipos de amadurecimento humano: o biológico e o comportamental. Assim, com a expressão “biologicamente maduros”, ela se refere à idade adulta, com o pleno desenvolvimento do corpo, mas não necessariamente com o comprometimento comportamental do adulto:

Não surpreende que adultar seja uma atividade que muitos indivíduos biologicamente maduros só estejam preparados para desempenhar em tempo parcial.

A alternativa (B) é a correta, pois o adjetivo “mundanas” está sendo empregado em sentido próprio, ou seja, de maneira literal. Neste contexto, mundanas são tarefas quotidianas e comuns, aquelas que fazem parte da vida quotidiana e que não possuem um carácter extraordinário ou excepcional. Ao usar “mundanas”, a frase destaca a natureza ordinária e a necessidade dessas atividades, ressaltando que são tarefas comuns que fazem parte da responsabilidade de um adulto.

Na alternativa (C), a palavra “corrosivo” é utilizada em sentido figurado, pois não se refere à corrosão química, mas sim ao efeito negativo que a perda da autoridade adulta pode ter sobre a sociedade.

Na alternativa (D), a palavra “alvo” está sendo empregada em sentido figurado porque não se refere literalmente a um objeto físico que pode ser atingido ou mirado. Em vez disso, neste contexto, “alvo” é utilizado metaforicamente para indicar que a vida adulta se tornou o foco ou objeto de escândalo, ou seja, é alvo de zombarias e críticas por parte de outras pessoas.

Na alternativa (E), a palavra “erosão” está sendo empregada em sentido figurado porque não se refere literalmente ao desgaste físico causado por processos naturais, como ocorre com a erosão do solo.

Neste contexto, “erosão” é utilizada metaforicamente para descrever um desgaste gradual ou uma diminuição gradual da autoridade adulta. A palavra é escolhida para transmitir a ideia de que, ao longo do tempo, a autoridade está praticando ou sendo erodida, assim como o solo é erodido pela ação do vento ou da água. Portanto, “erosão” é usado aqui como uma figura de linguagem para ilustrar a perda progressiva da autoridade adulta, conferindo um sentido mais simbólico e abstrato à situação.

Gabarito: B

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

Na passagem – A tendência de retratar a vida adulta como uma conquista excepcionalmente difícil… (3º parágrafo) –, excepcionalmente pertence à mesma classe de palavras que o vocábulo destacado em

(A) … partes da mídia, que acreditam que pessoas crescidas têm muito pouco a ensinar às crianças. (4º parágrafo)

(B) … “a prática de se comportar do modo característico de um adulto responsável, especialmente na realização de tarefas mundanas, mas necessárias”. (2º parágrafo)

(C) A palavra é usada para transmitir uma conotação negativa em relação às responsabilidades associadas à vida adulta. (2º parágrafo)

(D) … a desautorização da vida adulta se tornou amplamente celebrada na cultura popular ocidental. (4º parágrafo)

(E) … muitos indivíduos biologicamente maduros só estejam preparados para desempenhar em tempo parcial. (3º parágrafo)

Comentário: O vocábulo “excepcionalmente é um advérbio, pois modifica o adjetivo “difícil”.

A alternativa (A) é a correta, pois “muito” é advérbio que modifica outro advérbio: “pouco”.

Note que “necessárias” é adjetivo, “responsabilidades” é substantivo, “celebrada” é adjetivo e “desempenhar” é verbo.

Gabarito: A

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

Assinale a alternativa em que a frase está em conformidade com a norma-padrão de concordância e colocação dos pronomes átonos.

(A)     Poderia-se dizer que a vida adulta, hoje, representa um problema para os que não a enfrenta com maturidade.

(B)     Já vão fazer décadas que a ideia de as pessoas adultarem estão se firmando nas sociedades ocidentais.

(C)     Percebe-se que, em 2020, já havia setenta anos desde que Hannah Arendt mostrou-se preocupada com as formas de autoridade que entraram em colapso.

(D)    Foi constatado inúmeras formas de desautorização, até mesmo das que se via nos anos 1950 e às quais Hannah Arendt se referiu.

(E)     Existe sempre e em todos os tempos desafios à autoridade, em suas diversas manifestações, haja vista o que passa-se entre pais e filhos.

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois não cabe ênclise a verbo no futuro do pretérito do indicativo, mas mesóclise.

Além disso, o pronome relativo “que” ocupa a função de sujeito e retoma o pronome demonstrativo plural “os”, por isso o verbo deve flexionar-se no plural. Veja a correção:

Poder-se-ia dizer que a vida adulta, hoje, representa um problema para os que não a enfrentam com maturidade.

A alternativa (B) está errada, pois o verbo “fazer”, no sentido de tempo decorrido, não tem sujeito, por isso não se flexiona no plural e não deixa o seu verbo auxiliar se flexionar também.

Além disso, o sujeito singular “a ideia” força o verbo “estão” no singular.

A linguagem culta prevê que deve haver próclise em oração subordinada desenvolvida, por isso o pronome “se” deve posicionar-se antes de “está”. Veja a correção:

vai fazer décadas que a ideia de as pessoas adultarem se está firmando nas sociedades ocidentais.

A alternativa (C) é a correta. O verbo “Percebe” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador e o sujeito paciente é toda a oração “que, em 2020, já havia setenta anos”. Assim, tal verbo deve permanecer no singular.

O verbo “havia” encontra-se no sentido de tempo decorrido, por isso não tem sujeito e está flexionado no singular.

Além disso, o verbo “mostrou” está flexionado no singular para concordar com o sujeito “Hannah Arendt”.

Por fim, o pronome relativo “que” retoma o substantivo plural “formas” e está na função de sujeito, por isso o verbo “entraram” está flexionado no plural.

Há um detalhe de uma regra de colocação pronominal que a banca normalmente ignora: não cabe ênclise em oração subordinada desenvolvida. Note que a oração “desde que Hannah Arendt mostrou-se preocupada com as formas de autoridade” é subordinada adverbial temporal desenvolvida. Assim, o ideal seria a próclise: se mostrou.

Porém, como falei, esta é uma colocação pronominal que a banca normalmente ignora e, observando os erros das demais alternativas, sobra efetivamente esta como a correta.

A alternativa (D) está errada, pois o sujeito plural “inúmeras formas de desautorização” força a locução verbal da voz passiva ao plural e feminino “Foram constatadas”.

Como o pronome relativo “que” retoma o pronome demonstrativo plural “as” e se encontra na função de sujeito, o verbo “via” deve flexionar-se no plural.

Foram constatadas inúmeras formas de desautorização, até mesmo das que se viam nos anos 1950 e às quais Hannah Arendt se referiu.

A alternativa (E) está errada, pois o verbo “Existir” é intransitivo e deve concordar com o sujeito plural “desafios”. Além disso, o pronome “se” deve posicionar-se antes do verbo “passa”, porque o pronome “que” o atrai.

Existem sempre e em todos os tempos desafios à autoridade, em suas diversas manifestações, haja vista o que se passa entre pais e filhos.

Gabarito: C

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da seguinte afirmação:

Na passagem – Tomava um drinque em um bar quando vi um jovem na casa dos 30 usando uma camiseta que dizia “Chega de adultar por hoje”. Depois, entrevistei uma mulher cuja camiseta transmitia uma mensagem simples: “Adultar é cruel!”. – a palavra “que” é um pronome _____________ na função de _____________–; a palavra “simples” é um _____________ na função de_____________.

(A) relativo … adjunto adnominal … adjetivo … predicativo

(B) pessoal … adjunto adnominal … adverbio … adjunto adverbial

(C) demonstrativo … predicativo … substantivo … objeto direto

(D) demonstrativo … objeto direto … advérbio … adjunto adverbial

(E) relativo … sujeito … adjetivo … adjunto adnominal

Comentário: A palavra “que” retoma “camiseta” e pode ser substituída por “a qual”. Assim, é pronome relativo. Tal pronome é sujeito do verbo “dizia”.

Assim, já sabemos que a alternativa (E) é a correta.

A palavra “simples” é um adjetivo, o qual cumpre a função de adjunto adnominal, pois o núcleo do objeto direto é “mensagem”.

Gabarito: E

 

  1. (VUNESP / PC SP Investigador de Polícia 2023)

Assinale a alternativa cujo enunciado está redigido de acordo com a norma-padrão de ortografia e acentuação.

(A)     Antes de reinvindicar o direito ao lazer, é necessário empenhar-se na consecução de objetivos que convem não negligenciar.

(B)     É certa a existência de deveres pré-existentes à condição de adulto; e não faz sentido os indivíduos se degladiarem, querendo fugir deles.

(C)     Muitos consideram um previlégio chegar à maturidade podendo exercer plenamente as atividades e vencer os desafios que vem ao seu encontro.

(D)    A beneficência é uma das formas de prover o bem-estar comum, propiciando ao indivíduo as muitas recompensas que dela advêm.

(E)     Para todos que se vêem às voltas com a maturidade, é imprecindível a assunção das responsabilidades a ela inerentes.

Comentário: A alternativa (D) é a correta, pois a grafia de todas as palavras está de acordo com a norma culta. Note que “beneficência” tem acento por ser palavra paroxítona terminada em ditongo oral.

Note que a palavra composto sem elemento intercalado “bem-estar” apresenta hífen.

Note que, como o verbo “advêm” se refere ao plural “recompensas”, recebe acento circunflexo – regra do acento diferencial. Confirme:

A beneficência é uma das formas de prover o bem-estar comum, propiciando ao indivíduo as muitas recompensas que dela advêm.

Agora, veja a correção das palavras em negrito:

Antes de reivindicar o direito ao lazer, é necessário empenhar-se na consecução de objetivos que convém não negligenciar.

(Observe acima que o verbo “convém” é intransitivo e seu sujeito é a oração “negligenciar”. Por isso deve permanecer no singular)

É certa a existência de deveres preexistentes à condição de adulto; e não faz sentido os indivíduos se digladiarem, querendo fugir deles.

Muitos consideram um privilégio chegar à maturidade podendo exercer plenamente as atividades e vencer os desafios que vêm ao seu encontro.

Para todos que se veem às voltas com a maturidade, é imprescindível a assunção das responsabilidades a ela inerentes.

Gabarito: D

 

 

Espero ter contribuído com o seu aprendizado!

Grande abraço!

 

Conheça meu canal do Youtube: Décio Terror

Conheça meu Instagram: Décio Terror

Visite nosso site: Professor Décio Terror

 

 

 

 

 

 

 

 

Material de apoio das aulas no Youtube

Aula 19/09 Quinta com Terror / Concurso Correios / Questões IBFC

Material de Apoio

Aula 10/09 Prova Português TJ SP Escrevente 2024

Baixe a prova TJ SP 2024 aqui

 

Aula 05/09 Acentuação gráfica IBFC

1. Acentuação material de apoio

Confira a aula aqui:

 

Aula 03/09 Provas comentadas TJ SP

vunesp-2023-tj-sp-oficial-de-justica-prova

vunesp-2024-tj-sp-psicologo-judiciario-prova

Link da aula:

 

Aula 29/08 Significado de palavras banca VUNESP

24. Significado de palavras VUNESP material de apoio

Link da aula:

Aula 27/08 2 provas comentadas Português CEBRASPE

Prova 1 CEBRASPE Câmara de Maceió Apoio Administrativo

Prova 2 CEBRASPE Câmara de Maceió Analista Administrativo

 

Acesso a aula abaixo:

 

Aula 22/08 Quinta com Terror – Questões de pronomes

Material de Pronomes

 

 

Aula de 13/08 – Revisão CNU

Baixe o material 1 aqui

Baixe o material 2 aqui

A aula está disponível abaixo

22/02 – Português CEBRASPE:

Provas comentadas Português CNPQ e Prefeitura de Camaçari BA 2024

 

 

Baixe o Material em PDF aqui

 

Espero você!

Para ficar atenta(o) em todas as nossas postagens no blog, clique aqui.

Ficou com dúvida? Entre em contato via Whastapp: 32 98447-5981

Grande abraço!

Professor Décio Terror

 

Vícios de linguagem cobrados pela banca FGV: Pleonasmo e ambiguidade

Neste artigo vamos observar como os vícios de linguagem são cobrados pela banca FGV.

Primeiramente, vamos entender o que são os vícios de linguagem.

Conceito de vícios de linguagem

Vícios de linguagem são erros recorrentes ou inadequações na forma de se expressar por meio da linguagem.

Esses vícios podem ocorrer tanto na escrita quanto na fala e são considerados desvios das normas gramaticais e estilísticas que podem comprometer a clareza, a precisão e a correção da comunicação.

Os vícios de linguagem podem ser causados ​​pela falta de conhecimento das regras gramaticais, descuido na revisão do texto, influência de formas regionais de seleção, entre outros fatores.

Alguns exemplos de vícios de linguagem incluem cacofonia, ambiguidade, pleonasmo vicioso, solecismo, coloquialismo inadequado e uso inadequado de estrangeirsmos.

Mas nosso foco neste artigo são os vícios de linguagem cobrados pela banca FGV.

A banca normalmente cobra os seguintes:

Pleonasmo vicioso (redundância)

O pleonasmo vicioso é o uso desnecessário e redundante de palavras que não acrescentam nenhum valor adicional ao sentido já expresso no contexto, repetindo informações já contidas na frase.

Um exemplo de pleonasmo vicioso:

“Subir para cima”. Nesse caso, a expressão “para cima” é redundante, pois o verbo “subir” já indica a ideia de movimento na direção orientada à gravidade.

O pleonasmo vicioso pode ocorrer por diversos motivos, como hábitos linguísticos regionais, busca por ênfase exagerada, desconhecimento das regras gramaticais ou influência de construções coloquiais. Ele deve ser evitado em textos informativos, pois eles exigem a clareza e a elegância da comunicação.

Ambiguidade

Ambiguidade é uma situação linguística em que uma frase, expressão ou estrutura gramatical podem ser interpretadas de diferentes maneiras, resultando em mais de um significado possível.

Essa falta de clareza na interpretação pode gerar confusão e dificultar a compreensão do contexto.

Veja uxemplo de ambiguidade:

“Vi o homem com o telescópio.”

Nesse exemplo, a ambiguidade ocorre devido à falta de clareza sobre quem está usando o telescópio. Pode-se interpretar a frase de duas maneiras distintas:

  1. “Vi o homem que estava usando o telescópio.” (O homem estava usando o telescópio.)
  2. “Vi o homem através do telescópio.” (O observador estava usando o telescópio para enxergar o homem.)

A ausência de informações suficientes para determinar a interpretação correta torna essa frase ambígua, pois não é claro se o telescópio estava sendo usado pelo homem ou pelo observador.

Aula gratuita

Material da aula

Baixe o material da aula aqui : Material gratuito sobre vícios de linguagem FGV site

Gostou desse post, e da maneira como apresento as ideias? Confira aqui os meus cursos disponíveis preparatório para concursos.

Para ficar atenta(o) em todas as nossas postagens no blog, clique aqui.

Ficou com dúvida? Entre em contato via Whastapp: 32 98447-5981

 

Grande abraço!

Professor Décio Terror

 

Verbos Causativos e Sensitivos

Verbos Causativos e Sensitivos: Compreendendo suas Funções e Uso

Os verbos causativos e sensitivos são estruturas linguísticas que desempenham papéis importantes na comunicação, permitindo expressar ação, influência ou sensação.
No mundo dos concursos públicos, dominar a língua portuguesa é essencial para obter um bom desempenho nas provas. Dentre os diversos aspectos gramaticais, os verbos causativos e sensítivos merecem destaque. Neste artigo, vamos explicar de forma didática o que são esses verbos e como sua compreensão pode ser um diferencial na hora de enfrentar os desafios linguísticos nas avaliações.

 

Verbos Causativos:

Os verbos causativos são aqueles que expressam a ideia de causar ou provocar uma ação em outra pessoa ou coisa. Eles indicam que alguém ou algo é responsável por fazer com que algo aconteça. Podem transmitir a noção de obrigatoriedade, permissão ou capacidade de fazer algo acontecer.

Exemplos de verbos causativos incluem: fazer, deixar, obrigar, permitir, induzir, convencer, entre outros.

Vejamos alguns exemplos de como esses verbos são utilizados:

  • Ele fez o trabalho de casa.
  • A professora deixou os alunos saírem mais cedo.
  • O pai obrigou o filho a estudar.
  • Ela permitiu que eu usasse seu carro.
  • O treinador induziu a equipe a se esforçar mais.

Observe que, nos exemplos acima, os verbos causativos indicam uma influência externa sobre a ação, seja por meio de uma ordem, autorização, persuasão ou imposição. Eles transferem a responsabilidade de uma ação para outra pessoa ou objeto.

 

Verbos Sensitivos:


Os verbos sensitivos, por sua vez, expressam sensações, percepções ou estados mentais de uma pessoa em relação a algo ou alguém. Eles envolvem a capacidade de perceber, sentir, experimentar ou julgar algo através dos sentidos ou do pensamento.

Exemplos de verbos sensitivos incluem: ver, ouvir, sentir, notar, perceber, imaginar, pensar, entre outros.

 

Vamos conferir alguns exemplos de como esses verbos são usados:

  • Ele viu um pássaro no jardim.
  • Ela ouviu uma música bonita.
  • Sentimos o cheiro de comida deliciosa.
  • Notei que você estava triste.
  • Imagino que ela vá se sair bem na prova.

Nos exemplos acima, os verbos sensitivos transmitem a capacidade de perceber ou experimentar algo através dos sentidos ou do pensamento. Eles são responsáveis por expressar sensações, observações, percepções ou até mesmo suposições.

 

Uso e Considerações Finais:

 

Tanto os verbos causativos quanto os sensitivos são utilizados para transmitir informações mais detalhadas e precisas em um texto ou discurso. Eles contribuem para a criação de significados mais completos e enriquecem a comunicação.

É importante ter em mente que o uso correto desses verbos depende do contexto e da intenção do falante. É necessário compreender o significado de cada verbo e como ele se relaciona com as demais palavras da frase.

Ao utilizar verbos causativos e sensitivos, é essencial prestar atenção às regras gramaticais, como conjugação verbal, concordância e colocação pronominal. Esses aspectos garantem a clareza e a precisão da mensagem transmitida.

Em suma, os verbos causativos e sensitivos desempenham papéis fundamentais na comunicação, permitindo expressar ação, influência, sensação e percepção. Compreender sua função e uso adequado contribui para uma melhor expressão verbal e escrita, enriquecendo a linguagem e tornando a comunicação mais efetiva e precisa.

 

No mundo dos concursos públicos, dominar a língua portuguesa é essencial para obter um bom desempenho nas provas. Dentre os diversos aspectos gramaticais, os verbos causativos e sensíveis merecem destaque.

 

Neste vídeo falamos mais sobre assunto, confira aqui:

Gostou dessa aula? Aprenda Português de verdade com o Português 0 a 100

 

Português 0 a 100

Uma plataforma completa com todos os cursos do Professor Décio Terror, em vídeo e PDF, além de uma mentoria coletiva.
Com mais de 40 módulos e 10.000 questões comentadas, você encontra teoria, resumo e questões de diversas bancas, incluindo CESPE, FGV, FCC, Cesgranrio, Instituto AOCP, VUNESP e concursos militares. E o melhor: com o guia de estudo, você pode focar no conteúdo programático do seu concurso. Aproveite agora mesmo e conquiste a aprovação que tanto deseja, clique aqui e saiba mais.

 

 

Para ficar atenta(o) em todas as nossas postagens no blog, clique aqui.

Ficou com dúvida? Entre em contato via Whastapp: 32 98447-5981

 

Grande abraço!

Professor Décio Terror

 

Nomes dos sons de animais – Vozes dos animais

A língua portuguesa possui uma vasta lista de palavras para descrever os sons emitidos pelos animais, conhecidos como vozes dos animais.

Entre os mamíferos, temos o “latido” dos cachorros, o “ronco” dos porcos, o “miado” dos gatos, o “rugido” dos leões, o “chamado” dos macacos, o “mugido” das vacas, o “grunhido” dos ursos, entre outros. Cada espécie animal possui um som característico que pode ser descrito com uma palavra específica.

As aves também possuem sons marcantes, como o “canto” dos canários, o “cacarejo” das galinhas, o “grasnado” dos gansos e o “trinado” dos bem-te-vis. Os répteis, como as cobras e os crocodilos, emitem sons como o “chiado” e o “rugido”, respectivamente.

No mundo aquático, as baleias são conhecidas por seu “canto”, que é utilizado para se comunicar com outros membros da espécie. Já os golfinhos emitem um “grito” característico e as focas produzem um “ronco” peculiar. Até mesmo os peixes-boi possuem um “chiado” específico.

Os insetos, como as cigarras e os grilos, também possuem sons característicos. A cigarra emite um “canto” estridente e o grilo produz um “chirp” repetitivo e ritmado.

Em resumo, conhecer os nomes para designar os sons emitidos pelos animais é uma informação importante para quem busca elevar o nível do seu vocabulário.

Esses termos podem ser cobrados em provas de português, como aconteceu no concurso 2023 BANESTES – Banco do estado do Espirito Santo, na prova de nível médio para o cargo técnico bancário, banca FGV. 

Veja abaixo a questão:

Um aluno do ensino fundamental decidiu dar voz aos animais que estavam presentes em sua redação.

Assinale a opção em que o verbo utilizado está adequado ao nome do animal:

(A) a galinha balia.
(B) o peru bramia.
(C) o lobo uivava.
(D) a vaca rosnava.
(E) o cavalo silvava.

Resposta: Letra C

Animal Som do animal
Abelha zumbir, zunir, zoar
Abutre crocitar, grasnar, gritar
Águia grasnar, crocitar, piar
Andorinha grinfar, chilrear, gorjear
Anta assobiar
Arara palrar, grasnar, taramelar
Avestruz grasnar, roncar, rugir
Baleia bufar
Beija-flor arrulhar, trissar, gavear
Bem-te-vi cantar, estridular, assobiar
Besouro zoar, zumbir, zunir
Bezerro berrar, mugir
Bode bodejar, balar, balir
Boi / vaca mugir, berrar, bufar
Búfalo bramar, berrar, mugir
Burro zurrar, relinchar, ornejar
Cabra balar, balir, berregar
Cabrito balar, balir, berregar
Cachorro latir, rosnar, ganir
Camelo blaterar, roncar
Camundongo chiar, guinchar
Canário cantar, dobrar, trinar
Capivara assobiar
Carneiro balar, balir, berrar
Cavalo relinchar, rinchar, bufar
Cegonha glotorar, gritar, grasnar
Chacal regougar, latir, uivar
Cigarra cigarrear, cantar, ciciar
Cisne arensar, cantar
Cobra sibilar, silvar, chocalhar
Codorna piar, trilar, cantar
Coelho chiar, guinchar
Condor crocitar
Cordeiro balar, balir, berrar
Coruja corujar, chirriar, piar
Corvo corvejar, crocitar, grasnar
Crocodilo bramir, rugir, chorar
Cuco cucar, cucular, piar
Cutia gargalhar, bufar
Doninha chiar, guinchar
Dromedário blaterar
Elefante barrir, bramir, berrar
Ema grasnar, roncar, gemer
Falcão crocitar, piar, gritar
Gafanhoto chirriar, ziziar, estrilar
Gaivota grasnar, crocitar, chiar
Galinha cacarejar, piar, carcarear
Galinha-d’angola fraquejar
Galo cantar, cocoricar, clarinar
Gambá chiar, guinchar, regougar
Ganso grasnar, gracitar
Garça gazear, chilrear, grasnar
Gato miar, ronronar, resbunar
Gavião guinchar, crocitar, atitar
Girafa assobiar, relinchar, chorar
Gralha gralhar, grasnar, crocitar
Grilo cantar, chirriar, estridular
Hiena gargalhar, rir, uivar
Hipopótamo grunhir, roncar, soprar
Inseto zumbir, chiar, estridular
Jacaré bramir, rugir, chorar
Jaguar bramar, rugir, esturrar
Javali grunhir, roncar, rosnar
Jumento zurrar, ornejar, rebusnar
Lagarto gecar, farfalhar, bramir
Leão rugir urrar, bramar
Lebre assobiar, guinchar, berrar
Leitão grunhir, bacorejar, guinchar
Leopardo rugir urrar, bramar
Lobo uivar, ulular, ladrar
Lontra assobiar, chiar, guinchar
Macaco guinchar, gritar, assobiar
Marreco grasnar, gracitar
Melro assobiar, cantar
Mocho piar, chirriar
Morcego farfalhar, trissar
Mosca zoar, zumbir, zunir
Mosquito zoar, zumbir, zunir
Mula zurrar, relinchar, ornejar
Onça bramar, rugir, esturrar
Ovelha balar, balir, berrar
Pantera rosnar, rugir, roncar
Papagaio parlar, charlar, taramelar
Pardal chilrear, piar, pipilar
Passarinho chilrear, cantar, trinar
Pato grasnar, gracitar
Pavão pupilar, piar
Peixe roncar
Pelicano grasnar, gracitar
Periquito palrar, chalrear
Pernilongo zumbir, zunzunar, cantar
Peru grugulejar, gorgolejar
Pica-pau estridular
Pinto piar, pipilar, pipiar
Pombo arrulhar, arrolar
Porco grunhir, guinchar, roncar
coaxar, grasnar, rouquejar
Raposa regougar, uivar, roncar
Rato chiar, guinchar
Rinoceronte bramir, grunhir, bufar
Rola arrolar, arrulhar, gemer
Rouxinol cantar, gorjear, trinar
Sabiá cantar, gorjear, trinar
Sapo coaxar, grasnar, rouquejar
Serpente sibilar, silvar, chocalhar
Tigre bramir, bramar, rugir
Toupeira chiar
Touro mugir, bufar, urrar
Tucano chalrear, gorjear
Urso bramar, bramir, rugir
Urubu crocitar, corvejar, grasnar
Vaca / boi mugir, berrar
Veado bramar, berrar, rebramar
Vespa zumbir, zunir, zoar
Zebra zurrar, relinchar, rinchar

 

Confira aqui, outras questões comentadas da banca FGV:

 

 

Aprenda Português de verdade com o Português 0 a 100!  Uma plataforma completa com todos os cursos do Professor Décio Terror, em vídeo e PDF, além de uma mentoria coletiva.
Com mais de 40 módulos e 10.000 questões comentadas, você encontra teoria, resumo e questões de diversas bancas, incluindo CESPE, FGV, FCC, Cesgranrio, Instituto AOCP, VUNESP e concursos militares. E o melhor: com o guia de estudo, você pode focar no conteúdo programático do seu concurso. Aproveite agora mesmo e conquiste a aprovação que tanto deseja, clique abaixo e saiba mais.

Português 0 a 100

Para ficar atenta(o) em todas as nossas postagens no blog, clique aqui.

Ficou com dúvida? Entre em contato via Whastapp: 32 98447-5981

Grande abraço!

Professor Décio Terror

Entendendo o que é semântica

Semântica: Entenda como essa disciplina pode ser decisiva para sua aprovação!

Se você quer se destacar na prova de Português, precisa ter conhecimento de semântica. Mas afinal, o que é semântica?

Semântica é o estudo do significado das palavras, das frases e dos textos em um determinado contexto.

A semântica pode ser decisiva em concursos que cobram questões sobre interpretação de texto e gramática, já que ela permite compreender o real sentido das palavras e, consequentemente, identificar possíveis erros ou ambiguidades em uma frase.

Um exemplo de questão que pode ser resolvida com base na semântica é:

“O menino entregou a carta para a moça que estava no banco”.

Nesse caso, a palavra “que” pode gerar ambiguidade, já que não fica claro se o menino entregou a carta para a moça que estava no banco ou para a moça que estava no banco entregar a carta para outra pessoa. Ao utilizar a semântica, é possível identificar que o correto seria “O menino entregou a carta à moça que estava no banco”.

Além disso, a semântica também é importante para compreender palavras com múltiplos significados, como “bola”, que pode significar um objeto redondo utilizado em jogos ou também uma festa em que as pessoas dançam com acompanhantes.

Para entender melhor o conceito de semântica, vamos dar alguns exemplos práticos:

  • Homônimos: São palavras que possuem a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Por exemplo, “manga” pode ser uma fruta ou uma peça de roupa. Já “cesta” pode ser um objeto para carregar coisas ou uma pontuação no basquete.
  • Sinônimos e antônimos: Sinônimos são palavras que têm o mesmo significado, como “alegre” e “feliz”. Já antônimos são palavras que têm significados opostos, como “amor” e “ódio” ou “grande” e “pequeno”.
  • Denotativo e conotativo: O significado denotativo é o significado literal de uma palavra. Já o significado conotativo é o significado atribuído culturalmente ou por contexto. Por exemplo, a palavra “rosa” denota uma flor, mas pode ter um significado conotativo de amor, paixão ou beleza.

 

Por fim, é importante lembrar que a semântica não se limita apenas à gramática e interpretação de texto. Ela também está presente em outras áreas, como a linguística e a psicologia, e pode ser utilizada para compreender as diferentes formas de comunicação e expressão em nosso dia a dia.

A semântica é uma área fundamental da linguística e da comunicação humana. Ela nos ajuda a entender como os significados das palavras e das frases são construídos e interpretados, garantindo uma comunicação efetiva e clara.

Estudar semântica pode ser fundamental para sua aprovação em um concurso público, já que essa disciplina pode ser decisiva para a resolução de questões de interpretação de texto e gramática. Não deixe de dedicar um tempo aos estudos e compreender as nuances do significado das palavras.

Separamos alguns vídeos que podem te ajudar neste tema:

 

Gostou do conteúdo?

Para ficar atenta(o) em todas as nossas postagens no blog, clique aqui.

Português 0 a 100

Ficou com dúvida?

Entre em contato via Whastapp: 32 98447-5981

 

Siga-me para mais dicas no Instagram @decioterror.

Inscreva-se no meu canal do Youtube Décio Terror

 

 

Abraços,
Professor Décio Terror

hiperônimo, hipônimo, merônimo, holônimo

Saiba a diferença entre hiperônimo, hipônimo, merônimo, holônimo e sua aplicação na linguagem.

 

Você sabe a diferença entre hiperônimo, hipônimo, merônimo, holônimo?

 

hiperônimo: palavra constituída do prefixo grego “hiper-”, que significa maior, geral.

hipônimo: palavra constituída do prefixo grego “hipo-”, que significa menor, específico.

holônimos: palavra constituída do radical grego “-holos-”, que significa completo, inteiro, total.

merônimos: palavra constituída do radical grego “-meros-”, que significa parte, porção.

 

Está parecendo que é tudo a mesma coisa, não é mesmo? Então vamos observar cada dupla de palavras para você entender direitinho.

 

Hiperônimo é palavra de sentido geral, mais abrangente. Já hipônimo é palavra de sentido mais específico. Assim, um hipônimo é um tipo, uma classe de um hiperônimo.

 

Vamos tomar como base a palavra fruta.

 

São vários os tipos de fruta, como laranja, abacate, maçã, limão. Assim, a palavra “fruta” tem valor mais abrangente (hiperônimo), e “laranja”, “abacate”, “maçã”, “limão” têm valor mais específico, por isso são hipônimos.

 

Da mesma forma, são vários os tipos de “verdura” (hiperônimo), como “alface”, “couve”, “espinafre”, “cebolinha” (hipônimos).

 

Dessa forma, entendemos que hipônimo é palavra de valor específico, menos abrangente, do que o hiperônimo.

 

Agora, vamos entender holônimo e merônimo:

 

Palavras merônimas são partes constituintes de uma palavra holônima.

 

Vamos nos basear na palavra “casa”. Dentro de uma casa, há quarto, sala, banheiro.

 

Assim, entendemos que quarto, sala, banheiro são elementos constituintes de uma casa. São partes de um todo. Com isso, as palavras quarto, sala, banheiro são merônimos, partes menores de um todo.

 

Vamos partir de outra palavra: fruta

 

Como vimos anteriormente, se falamos os tipos de fruta, como maçã, laranja, banana, goiaba, tais palavras são hipônimos e fruta é o hiperônimo.

 

Porém, se falamos as partes da fruta, como semente, casca, polpa, essas são partes constituintes de uma fruta, por isso são merônimos e fruta é holônimo.

 

Percebeu a diferença?

 

hiperônimo: fruta

hipônimos: maçã, laranja, banana, goiaba

holônimo: fruta

merônimos: semente, casca, polpa

 

hiperônimo: casa

hipônimos: casinha, casebre, mansão, barraco

holônimo: casa

merônimos: quarto, sala, cozinha, banheiro

 

Portanto, hipônimo tem sentido mais específico e é um tipo, uma classe em relação a uma palavra de valor mais abrangente: hiperônimo.

 

merônimo é parte constituinte de um holônimo.

 

Como isso é usado na linguagem?

 

Para evitar a repetição desnecessária de palavra, pode-se empregar os pares hiperônimo, hipônimo ou holônimo, merônimo.

 

Cuidado com o sentido das palavras. Veja a relação “escola” e “sala de aula” abaixo:

 

A escola é o lugar de aprendizagem. Não se evolui cognitivamente, se o aluno não estiver na sala de aula com acesso a livros, a professores, a interação com os outros.

 

A expressão “sala de aula” é merônimo, porque é parte da “escola”, seu holônimo. Veja: sala de aula não é um tipo de escola, por isso não é hipônimo. Ela é parte constituinte da escola, por isso é merônimo.

 

Veja outro exemplo com as palavras “casa” e “teto”:

 

Minha casa é pequenina, não tem jardim, mas é meu teto.

 

A palavra “teto” é merônimo, por ser parte de “casa”, seu holônimo.

 

Agora, vamos ver a aplicação dos hiperônimos e hipônimos:

 

Muitos comem maçã, porque dizem que é bom para a voz. Mas eu gosto da fruta mesmo porque é saborosa.

 

Note que “maçã” é um tipo de fruta, não é parte da fruta. Por isso, maçã é hipônimo de fruta.

 

Vejamos a palavra “sargento”.

 

O sargento percebeu que o problema se aprofundou. Por isso, o militar reagiu rapidamente a fim de conter a situação.

 

O substantivo militar tem caráter abrangente, pois sargento é uma patente de militar, como ocorre com soldado, cabo, subtenente, tenente, capitão, major, coronel.

 

Assim, militar é hiperônimo e sargento é hipônimo.

 

Gostou do conteúdo?

Para ficar atenta(o) em todas as nossas postagens no blog, clique aqui.

Conheça o Português 0 a 100
Português 0 a 100

Ficou com dúvida?

Entre em contato via Whastapp: 32 98447-5981

 

Siga-me para mais dicas no Instagram @decioterror.

Inscreva-se no meu canal do Youtube Décio Terror

Abraços,
Professor Décio Terror