Prova comentada Tribunal de Contas do Estado do Pará TCE PA 2024 Auditor de Controle Externo

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Prova comentada Tribunal de Contas do Estado do Pará TCE PA 2024 Auditor de Controle Externo

Olá!

Vamos a mais uma prova comentada da banca FGV!

Após ler este material, dê um feedback para mim no Whatsapp (32 98447-5981) ou nos comentários deste post sobre este método escrito: se auxilia mais em relação ao vídeo, ok? É sempre importante entender o que funciona melhor para você!

Após a prova, você encontrará o raio-x e o gabarito.

Em seguida, você encontrará a prova comentada para sanar possíveis dúvidas.

Bom estudo!

Você pode baixar esta prova aqui!

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Assinale a opção em que os termos estão em paralelismo sintático, ou seja, apresentam segmentos estruturalmente idênticos.

(A) Viajarei pela Europa, conhecerei Paris e voltarei feliz da vida.

(B) Pelas notícias de ontem, o jornal de hoje faz temer as de amanhã.

(C) A imprensa mente, deturpa os fatos e agride o vernáculo.

(D) A conversação não é apenas dizer a coisa certa no momento certo, mas não dizer o que está errado no momento preciso.

(E) O amor é mais precioso que a vida, e a honra é mais preciosa que o dinheiro.

Comentário: O paralelismo sintático apresenta segmentos estruturalmente idênticos, ou seja, apresenta uma coordenação de termos ou orações de mesma base. Vale ressaltar que o fato de não haver paralelismo sintático não significa necessariamente que haverá erro gramatical.

Na alternativa (A), os verbos estão paralelos, pois estão enumerados no mesmo tempo: futuro do presente do indicativo. Porém, quanto à regência, eles não estão paralelos, pois o primeiro é intransitivo e é seguido do adjunto adverbial de lugar “pela Europa”; o segundo é transitivo direto e é seguido do objeto direto “Paris” e o terceiro é intransitivo e é seguido do predicativo do sujeito dentro de um predicado verbo-nominal “feliz”. Confirme:

Viajarei pela Europa, conhecerei Paris e voltarei feliz da vida.

Na alternativa (B), não há paralelismo, por não haver termos coordenados, enumerados. Confirme:

Pelas notícias de ontem, o jornal de hoje faz temer as de amanhã.

Na alternativa (C), os verbos estão paralelos, pois estão enumerados no mesmo tempo: presente do indicativo. Porém, quanto à regência, eles não estão paralelos, pois o primeiro é intransitivo; o segundo é transitivo direto e é seguido do objeto direto “os fatos” e o terceiro é transitivo direto e é seguido do objeto direto “o vernáculo”. Confirme:

A imprensa mente, deturpa os fatos e agride o vernáculo.

Na alternativa (D), o verbo “dizer” é transitivo direto e é repetido com dois objetos diretos de bases diferentes: o primeiro é constituído do substantivo “coisa” precedido do artigo “a”; o segundo é constituído do pronome demonstrativo “o” seguido da oração subordinada adjetiva “que está errado”. Ambos objetos diretos são seguidos de adjuntos adverbiais temporais “no momento certo” e “no momento preciso”. Confirme:

A conversação não é apenas dizer a coisa certa no momento certo, mas não dizer o que está errado no momento preciso.

A alternativa (E) é a correta, pois há duas orações coordenadas entre si com sujeito constituído de substantivo precedido de artigo definido (“O amor” e “a honra”). Ambas orações apresentam o verbo de ligação “é” e o predicativo é constituído de adjetivo comparativo (“mais precioso que a vida”, “mais preciosa que o dinheiro”).

Assim, há um paralelismo sintático perfeito. Confirme:

O amor é mais precioso que a vida, e a honra é mais preciosa que o dinheiro.

Gabarito: E

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

As frases abaixo mostram uma comparação. Assinale a opção em que a comparação não é explicada.

(A) Ideias são como crianças. As nossas são sempre maravilhosas.

(B) As bibliotecas são como as farmácias: muitos venenos e poucos remédios.

(C) A leitura, como a comida, não alimenta se não digerida.

(D) Os discursos são como as orações copiadas dos textos religiosos.

(E) Os talheres são como o papel higiênico: só ficam limpos se não forem usados.

Comentário: Na alternativa (A), há a comparação entre “ideias” e “crianças”. A explicação reside na oração seguinte, a qual afirma que, assim como as crianças, nossas ideias são sempre vistas por nós como maravilhosas. Para confirmar, poderíamos até reajustar os períodos com a conjunção “pois”. Compare:

Ideias são como crianças. As nossas são sempre maravilhosas.

Ideias são como crianças, pois nossas são sempre maravilhosas.

Na alternativa (B), há a comparação entre “bibliotecas” e “farmácias”. O sinal de dois-pontos evidencia que o termo “muitos venenos e poucos remédios” é um aposto explicativo. Veja:

As bibliotecas são como as farmácias: muitos venenos e poucos remédios.

Na alternativa (C), há comparação entre “leitura” e “comida”, e a explicação está no segmento “não alimenta se não digerida”. Veja de forma mais evidente por meio da conjunção “pois”:

A leitura, como a comida, não alimenta se não digerida.

A leitura é como a comida, pois não alimenta se não digerida.

A alternativa (D) é a que deve ser marcada, pois houve apenas a comparação entre “os discursos” e “as orações copiadas dos textos religiosos”. Note que não há qualquer segmento explicativo:

Os discursos são como as orações copiadas dos textos religiosos.

Na alternativa (E), há a comparação entre “talheres” e “papel higiênico”. O sinal de dois-pontos evidencia que a oração “só ficam limpos se não forem usados” é explicativa, tanto assim que podemos trocar o sinal de dois-pontos pela conjunção “pois”. Compare:

Os talheres são como o papel higiênico: só ficam limpos se não forem usados.

Os talheres são como o papel higiênico, pois só ficam limpos se não forem usados.

Gabarito: D

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

As frases abaixo são construídas contando com a duplicidade de sentido de um termo, à exceção de uma. Assinale-a.

(A) Livro raro é aquele devolvido depois de emprestado.

(B) Eu, quando tenho de enviar uma mensagem, não escrevo um livro: vou aos Correios.

(C) Como dizia o esquartejador, vamos por partes.

(D) Os homens de poucas palavras são os melhores.

(E) A única pessoa que escuta os dois lados de uma discussão é o sujeito do apartamento vizinho.

Comentário: A questão parece pedir a alternativa que não apresenta ambiguidade. Mas, na realidade, ao observarmos as alternativas, notamos que a questão apresenta 4 alternativas com palavras que têm um sentido original comum, mas, pelo contexto, está sendo empregada em sentido diferente.

Na alternativa (A), o adjetivo “raro”, originalmente, significa algo que é incomum, difícil de encontrar ou valioso devido à sua escassez. Por exemplo, um “livro raro” pode ser uma edição especial ou antiga, a que poucas pessoas têm acesso.

Na frase, “raro” é usado de maneira figurativa e irônica. O autor brinca com o fato de que é incomum que as pessoas devolvam livros depois de emprestá-los. Aqui, “raro” não se refere ao valor ou à dificuldade de encontrar o livro em si, mas ao fato de que é raro (incomum) que alguém devolva um livro que pegou emprestado.

Na alternativa (B), a palavra “livro” pode referir-se a uma obra escrita ou, de forma figurada, a um texto muito longo. A frase aproveita essa duplicidade de sentidos ao sugerir que, quando a pessoa precisa enviar uma mensagem, ela prefere ser breve e objetiva, em vez de escrever um texto longo e detalhado (que é comparado metaforicamente a “escrever um livro”). Em vez de escrever um livro, o que tomaria muito tempo, a pessoa “vai aos Correios”, que é uma maneira figurada de dizer que ela faz algo mais direto ou prático para se comunicar.

Na alternativa (C), a duplicidade de sentido está na expressão “vamos por partes”. Essa frase pode ser interpretada literalmente, referindo-se à ação do esquartejador, cortar literalmente, ou figuradamente, como uma sugestão de resolver um problema de maneira organizada, dividindo-o em etapas.

A alternativa (D) é a que não apresenta ambiguidade, pois a frase faz uma afirmação direta sobre homens de poucas palavras, sem explorar um jogo de palavras ou significados duplos.

Na alternativa (E), há ambiguidade, pois há um jogo de palavras com “escutar os dois lados”. No sentido figurado, que é o mais usado, refere-se à imparcialidade de considerar diferentes pontos de vista; no literal, refere-se à habilidade física de ouvir. O humor da frase surge da interpretação literal, em que o vizinho escuta ambos os lados da discussão devido à proximidade física.

Gabarito: D

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Assinale a opção em que a frase inicial, introduzida pela conjunção “se”, não apresenta valor de condição.

(A) Se a voz do povo é a voz de Deus, começo a pressupor que Deus é um sujeito muito calado.

(B) Se os homens são tão maus com o auxílio da religião, como seriam sem ela?

(C) Se os homens tivessem verdadeiramente convicção de sua fé, seriam todos santos.

(D) Se quiserdes saber o que Deus pensa do dinheiro, é só olhar a quem Ele o dá.

(E) Se existe Deus, por que há coisas como a fome e os horários políticos na televisão?

Comentário: Na alternativa (A), há relação de condição factual e resultado. A frase sugere que, caso a voz do povo seja realmente considerada a voz de Deus, então é possível concluir que Deus é muito calado, supostamente porque a população não se manifesta, não busca seus direitos. Confirme:

Se a voz do povo é a voz de Deus, começo a pressupor que Deus é um sujeito muito calado.

A alternativa (B) é a que não apresenta valor de condição. Como há uma estrutura parecida com a da alternativa (E), vamos apontar as diferenças das duas mais adiante, com uma explicação mais didática.

Na alternativa (C), há uma relação de condição hipotética e resultado. A frase afirma que, caso os homens tivessem verdadeira convicção de sua fé, o resultado seria que todos seriam santos. Confirme:

Se os homens tivessem verdadeiramente convicção de sua fé, seriam todos santos.

Na alternativa (D), há uma relação de condição hipotética e resultado, pois entendemos que, se a pessoa quiser saber algo sobre o pensamento de Deus, o resultado será obtido ao observar quem Ele favorece. Confirme:

Se quiserdes saber o que Deus pensa do dinheiro, é só olhar a quem Ele o dá.

Na alternativa (E), há uma relação de condição e resultado.

As alternativas (B) e (E) apresentam uma estrutura semelhante, pois há oração subordinada iniciada com a conjunção “se” e a oração principal é uma pergunta.

Vamos observar primeiramente a alternativa (E).

Nela se percebe um questionamento da existência de Deus, porque, se ele existisse mesmo, não deveria haver coisas como a fome e, de uma forma bem-humorada, os horários políticos na televisão.

Assim, percebe-se que a pergunta é retórica e é feita justamente para provocar a reflexão sobre a existência de Deus. A pergunta não induz uma resposta direta.

Para deixar mais claro, poderíamos reconstruir essa relação de condição e resultado com a transformação dessa pergunta retórica numa afirmação já gerada dessa condição. Compare:

Se existe Deus, por que há coisas como a fome e os horários políticos na televisão?

Se existe Deus, não deveria haver coisas como a fome e os horários políticos na televisão.

Percebeu agora que o questionamento é retórico e conseguimos desenvolvê-lo numa afirmação resultante da condição?

Agora, vamos à alternativa (B), a qual também apresenta questionamento.

Note que há uma relação de condição hipotética. O resultado (“como seriam”) se dá pela condição expressa no adjunto adverbial condicional “sem ela”, e não pela oração subordinada “Se os homens são tão maus com o auxílio da religião”.

Assim, tal oração subordinada não é a condição para a pergunta. Ela é a base de raciocínio que fica subentendida no adjunto adverbial condicional “sem ela”. Vamos a algumas formas para deixar isso bem claro:

Já que os homens são tão maus com o auxílio da religião, como seriam sem a religião?

Como seriam os homens sem a religião, já que eles são tão maus com o auxílio dela?

Se os homens são tão maus com o auxílio da religião, como seriam sem ela?

Agora ficou mais fácil notar que a condição não está na oração subordinada, mas no adjunto adverbial de condição “sem ela”.

Isso confirma a alternativa (B) como o gabarito desta questão.

Gabarito: B

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Assinale a frase em que o termo sublinhado mostra valor interrogativo.

(A) Não sei como é a alma de um criminoso, mas a alma do homem bom, honesto, é um inferno.

(B) Se quem ama o vinho e o amor vai para o inferno, o paraíso deve estar vazio.

(C) Onde há humanos há moscas e deuses.

(D) Uma sociedade sem religião é como um navio sem bússola.

(E) Não é lícito confiar quando os deuses são contrários.

Comentário: As palavras grifadas “como”, “quem”, “onde”, “quando” podem fazer parte de frases interrogativas diretas ou indiretas.

Numa frase interrogativa direta, deve haver finalização com ponto de interrogação, mas isso não ocorreu em nenhuma alternativa.

Numa frase interrogativa indireta, a palavra “quem” pode ser um pronome interrogativo, quando a oração principal transmitir dúvida, por meio do verbo “saber” ou sinônimo, como, por exemplo:

Eu não sei quem está aí.

O mesmo ocorre com os vocábulos “como”, “onde”, “quando”, que passam a advérbios interrogativos, como nos exemplos:

Eu não sei como ela está.

Eu não sei onde ela está.

Eu não sei quando ela vem.

Assim, notamos que a alternativa (A) é a correta, pois “como” é um advérbio interrogativo de modo, dentro de uma típica frase interrogativa indireta, constituída da oração principal, que expressa dúvida, por meio do verbo “saber” e da oração “como é a alma de um criminoso”, que é subordinada substantiva objetiva direta, cujo conectivo não é conjunção integrante, mas o advérbio interrogativo de modo “como”.

Sempre que há uma frase interrogativa indireta, pode-se transpô-la em direta:

Como é a alma de um criminoso?

Gabarito: A

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Assinale a opção que apresenta o texto que deve ser classificado como descritivo.

(A) A escola de samba entrou na avenida, passou diante dos jurados e, quando saiu na zona de dispersão, dava a impressão de ter certeza da vitória.

(B) Os jurados estavam sentados numa espécie de plataforma que se debruçava sobre a passarela do desfile, mostrando sempre muita atenção ao que se desenrolava à sua frente.

(C) As escolas de samba continuam sendo uma grande atração do carnaval carioca e é a razão principal da presença de turistas na cidade do Rio.

(D) O mestre-sala exibiu toda a sua categoria de sambista, fez os cumprimentos necessários aos jurados, agradeceu os aplausos do público e continuou sua caminhada.

(E) A bateria de uma escola de samba é uma atração à parte, atraindo o interesse do público em geral, já que ela se encarrega de dar o ritmo necessário ao samba.

Comentário: Para identificar qual das alternativas apresenta um texto de natureza descritiva, é importante entender que um texto descritivo tem como principal característica a apresentação de detalhes que visam retratar uma cena, objeto, pessoa ou ambiente, com o objetivo de criar uma imagem mental clara no leitor. O foco está nas características, qualidades e estados, sem que haja progressão temporal ou uma sequência de ações que mova a narrativa adiante.

Na alternativa (A), a frase apresenta uma sequência de ações realizadas pela escola de samba. O foco está na ação (entrar, passar, sair), o que caracteriza um texto narrativo, e não descritivo. Confirme:

 A escola de samba entrou na avenida, passou diante dos jurados e, quando saiu na zona de dispersão, dava a impressão de ter certeza da vitória.

A alternativa (B) é a correta, pois há uma descrição da posição dos jurados e da plataforma onde estavam, além da atenção que eles demonstravam. A frase não narra uma ação, mas sim descreve um cenário e o comportamento dos jurados, o que é característico de um texto descritivo. Confirme:

Os jurados estavam sentados numa espécie de plataforma que se debruçava sobre a passarela do desfile, mostrando sempre muita atenção ao que se desenrolava à sua frente.

Na alternativa (C), a frase faz uma afirmação sobre a importância das escolas de samba no carnaval carioca e sua atração para turistas. É uma frase dissertativa e transmite uma opinião, não descrevendo uma cena ou objeto. Confirme:

As escolas de samba continuam sendo uma grande atração do carnaval carioca e é a razão principal da presença de turistas na cidade do Rio.

Na alternativa (D), há novamente uma sequência de ações (exibir, fazer, agradecer, continuar). Portanto, é um texto narrativo, e não descritivo. Confirme:

O mestre-sala exibiu toda a sua categoria de sambista, fez os cumprimentos necessários aos jurados, agradeceu os aplausos do público e continuou sua caminhada.

Na alternativa (E), a frase também faz uma afirmação sobre a importância da bateria de uma escola de samba, explicando seu papel no contexto do desfile. É uma frase dissertativa e transmite uma opinião, não descrevendo uma cena ou objeto. Confirme:

A bateria de uma escola de samba é uma atração à parte, atraindo o interesse do público em geral, já que ela se encarrega de dar o ritmo necessário ao samba.

Gabarito: B

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Observe o trecho descritivo abaixo, que tem por objeto um personagem de uma cidade interiorana:

’Seu Paulo’ era um mineiro já de alguma idade, que já havia trabalhado em São Paulo como motorista, mas agora era um faz-tudo em Lavras. Tinha bom humor, gostava muito de conversar e, na minha pequena propriedade, fazia as pequenas tarefas agrícolas diárias, como limpar o terreno, botar água nas plantas e tirar pragas que surgissem na grama.

Essa pequena descrição

(A) procura identificar o personagem por meio de seus traços físicos.

(B) destaca sobretudo os traços psíquicos do personagem.

(C) mostra traços físicos e psíquicos do personagem.

(D) descreve o personagem em diversas épocas, procurando valorizá-lo.

(E)   indica somente características sociais do personagem descrito, mostrando-o como símbolo do interiorano.

Comentário: Para resolver essa questão, é necessário analisar o trecho descritivo e identificar o tipo de características que são enfatizadas na descrição do personagem “Seu Paulo”.

A alternativa (A) está errada, pois o trecho não menciona características físicas detalhadas. Apenas é mencionado que “Seu Paulo” já tinha “alguma idade”, o que não é suficiente para considerar uma descrição física. As características físicas de uma pessoa envolveriam sua altura, cor de cabelo, tipo físico, feições, etc., o que não ocorreu no texto.

A alternativa (B) é a correta, pois esse trecho foca nas características psicológicas e comportamentais de “Seu Paulo”, como seu bom humor e gosto por conversar, além de descrever suas atividades diárias, que são tarefas agrícolas. Confirme:

’Seu Paulo’ era um mineiro já de alguma idade, que já havia trabalhado em São Paulo como motorista, mas agora era um faz-tudo em Lavras. Tinha bom humor, gostava muito de conversar e, na minha pequena propriedade, fazia as pequenas tarefas agrícolas diárias, como limpar o terreno, botar água nas plantas e tirar pragas que surgissem na grama.

A alternativa (C) está errada, pois, como vimos na alternativa (A), o trecho não menciona características físicas.

A alternativa (D) está errada, pois o texto menciona o passado de “Seu Paulo” como motorista em São Paulo, mas foca principalmente em sua vida atual em Lavras. Não há uma narrativa detalhada que aborde diversas épocas ou tente valorizar o personagem por esse viés.

A alternativa (E) está errada, pois, embora o trecho mostre “Seu Paulo” como um faz-tudo em Lavras, o foco não é exclusivamente social, mas também abrange aspectos de sua personalidade e atividades diárias.

Gabarito: B

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Observe o pequeno texto narrativo a seguir:

Passeava despreocupadamente pelas ruas do meu bairro e passei diante de uma loja da loteria esportiva e me lembrei de que havia um alto prêmio acumulado. Fiquei tentado em jogar, mas não podia gastar aquele dinheiro no momento e desisti. Um pouco mais adiante, porém, arrependi-me e voltei para a loja.

Sobre a estruturação desse texto narrativo, assinale a afirmação inadequada.

(A) Há uma situação inicial que mostra o passeio despreocupado do narrador.

(B) Ocorre um fato motivador de uma modificação na situação inicial, que é o fato de passar pela loja de loteria e lembrar-se do prêmio acumulado.

(C) Há uma discussão interior do personagem que corresponde à trama narrativa e a um problema a ser resolvido.

(D) Desistir de jogar corresponde a uma solução temporária do conflito interior do narrador.

(E) Arrepender-se equivale ao final da narrativa, em que o conflito do texto é resolvido.

Comentário: O texto narrativo descreve uma sequência de eventos simples.

Quanto à estrutura, há uma situação inicial, em que o narrador está passeando despreocupadamente pelas ruas do bairro.

Em seguida, há um fato motivador (complicação), em que o narrador passa por uma loja de loteria, lembra-se do prêmio acumulado e sente-se tentado a jogar.

Em seguida, há um conflito, uma discussão interior, pois o narrador pondera sobre a possibilidade de jogar, mas decide não gastar o dinheiro no momento.

Posteriormente, o narrador continua o passeio, mas se arrepende de não ter jogado e decide voltar para a loja.

Como fecho, o arrependimento leva o narrador a retornar à loja de loteria, sugerindo que o conflito interior foi resolvido ao tomar essa decisão.

A alternativa (A) está adequada, pois a situação inicial (“Passeava despreocupadamente pelas ruas do meu bairro”) é, de fato, o passeio despreocupado do narrador pelas ruas do bairro.

A alternativa (B) está adequada, pois realmente há o fato motivador, que introduz o conflito, é o momento em que o narrador passa pela loja de loteria e lembra-se do prêmio acumulado: “e passei diante de uma loja da loteria esportiva e me lembrei de que havia um alto prêmio acumulado”.

A alternativa (C) está adequada, pois realmente o narrador enfrenta uma discussão interior sobre gastar ou não o dinheiro para tentar ganhar o prêmio, o que corresponde ao conflito central da narrativa: “Fiquei tentado em jogar, mas não podia gastar aquele dinheiro no momento e desisti”.

A alternativa (D) está adequada, pois o narrador inicialmente desiste de jogar, o que pode ser visto como uma solução temporária para o conflito. No entanto, o arrependimento posterior mostra que o conflito não estava completamente resolvido: “Fiquei tentado em jogar, mas não podia gastar aquele dinheiro no momento e desisti. Um pouco mais adiante, porém, arrependi-me e voltei para a loja.”.

A alternativa (E) é a inadequada, pois o arrependimento do narrador não representa o final da narrativa ou a resolução do conflito; ele apenas leva a um novo desdobramento, que é a decisão de voltar para a loja, onde o conflito interior do narrador é finalmente resolvido: “Um pouco mais adiante, porém, arrependi-me e voltei para a loja.

Logo, o fim da narrativa está no momento em que ele volta para a loja e joga.

Gabarito: E

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Assinale a oração adversativa que estabelece entre os segmentos indicados uma relação de real oposição.

(A) A palavra é dom de todos, mas a sabedoria cabe a poucos.

(B) Há muito o que saber, mas pouco que viver.

(C) O que os homens realmente querem não é conhecimento, mas certezas.

(D) Esteja pronto para escutar, mas lento para dar a resposta.

(E) Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.

Comentário: Uma oração coordenada adversativa é aquela que estabelece uma relação de contraste ou oposição entre duas ideias. Geralmente, é introduzida por conjunções como “mas”, “porém”, “contudo”, “entretanto”, “todavia”, entre outras.

A característica principal da oração adversativa é que as ideias contrastadas têm sentidos opostos ou, pelo menos, apresentam algum tipo de divergência significativa.

Mas a questão pede o sentido de oposição, contrário.

Na alternativa (A), ocorre contraste, pois houve apenas a generalização de que a palavra é dom de todos e em seguida a restrição de que a sabedoria cabe a poucos. Note que essas palavras não são contrárias, opostas.

Na alternativa (B), não há uma relação de oposição no sentido de que essas duas ideias sejam contrárias, mas sim uma comparação entre a quantidade de conhecimento disponível e o tempo limitado de vida. Essa comparação é feita para destacar a diferença entre saber e viver.

Na alternativa (C), há contraste entre “conhecimento” e “certezas”. Embora “conhecimento” e “certezas” sejam diferentes, a oposição não é tão direta, pois as duas ideias podem coexistir; não há uma oposição completa, mas sim uma distinção de valor ou prioridade.

Na alternativa (D), não há oposição direta. Estar pronto não é contrário ou oposto de ser lento, da mesma que forma escutar não é oposto de dar a resposta.

A alternativa (E) é a correta, pois a frase estabelece uma clara oposição entre “quem sempre ensina” e “quem de repente aprende“, já que a frase desafia a concepção tradicional de um mestre como alguém que está constantemente em posição de ensinar, ao propor que o verdadeiro mestre é aquele que, em vez de apenas ensinar, também está aberto a aprender.

Gabarito: E

 

  1. (FGV / TCE PA Auditor de Controle Externo 2024)

Leia a frase abaixo com atenção:

Ninguém fica velho apenas por viver, mas por perder o interesse em viver.

Assinale a afirmativa correta o significado ou a estruturação dessa frase.

(A) A relação entre os segmentos da frase não é de oposição, mas de diferença.

(B) O adjetivo “velho”, no contexto da frase, tem alto valor pejorativo.

(C) O segundo segmento da frase retifica algo dito erradamente no primeiro segmento.

(D) O termo “fica velho” pode ser adequadamente substituído por “envelheceu”.

(E) O emprego de “apenas” mostra uma visão negativa do ato de viver.

Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois oposição significa ideias contrárias. Note que a segunda causa “por perder o interesse em viver” não é contrária, oposta à anterior: por viver.

Assim, houve apenas um contraste, uma diferença, entre ficar velho por viver e ficar velho por perder o interesse em viver.

A alternativa (B) está errada, pois o adjetivo “velho” não carrega um valor pejorativo, negativo. A frase está focada na ideia de envelhecimento como um estado de espírito ou condição emocional, e não em uma crítica ou desvalorização explícita da velhice.

A alternativa (C) está errada, pois o segundo segmento da frase não corrige ou retifica o primeiro; em vez disso, ele aprofunda a ideia, acrescentando uma explicação mais completa sobre a causa do envelhecimento. Não há uma correção de erro, mas uma complementação que diferencia as causas de “ficar velho”.

A alternativa (D) está errada, pois a expressão “fica velho” é empregada em sentido figurativo e sugere que a velhice é mais uma questão de estado mental, de comportamento, da perda de interesse em viver (conforme se percebe no segundo segmento da frase).  Por isso, foi afirmado que ninguém fica velho apenas por viver, mas por perder o interesse em viver.

A troca por “envelheceu” daria ao trecho o sentido literal, que é o processo natural de envelhecimento, o que altera o sentido original da frase e implicaria incoerência na frase. A própria frase defende que ficar velho não é envelhecer, isto é, não é apenas pelo longo tempo de vida.

A alternativa (E) está errada, pois o uso de “apenas” não carrega uma visão negativa do ato de viver, mas sim relativiza a ideia de que viver por si só não é suficiente para “ficar velho”. A frase sugere que envelhecer está mais relacionado à perda do interesse em viver do que ao simples ato de viver.

Gabarito: A