Neste artigo, vamos comentar a prova Português da Polícia Civil Santa Catarina 2024 Psicólogo Policial Civil.
Neste artigo, comentei a prova 2, tipo verde:
1. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)
Assinale a frase que mostra problemas de correção com o emprego do acento grave indicativo da crase.
(A) Os sábios dizem que a vossa luz se apagará um dia, disseram os vagalumes às estrelas. Estas, porém, não responderam nada.
(B) Fique atento à tartaruga; ela faz progresso apenas quando estica o pescoço.
(C) Se achares três reais leva-os à polícia; se achares três mil reais, leva-os a um banco.
(D) Às vezes, só uma mudança de ponto de vista é suficiente para transformar uma obrigação numa interessante oportunidade.
(E) Dinheiro é igual à táxi: quando você mais precisa, ele não aparece.
Comentário: A alternativa (A) está correta, pois “disseram” rege a preposição “a” e o substantivo “estrelas” está precedido do artigo “as”, por isso há crase.
A alternativa (B) está correta, pois “atento” rege a preposição “a” e o substantivo “tartaruga” está precedido do artigo “a”, por isso há crase.
A alternativa (C) está correta, pois “leva” rege a preposição “a” e o substantivo “polícia” está precedido do artigo “a”, por isso há crase.
A alternativa (D) está correta, pois cabe crase na locução adverbial de base feminina “Às vezes”.
A alternativa (E) é a errada, pois o substantivo masculino “táxi” não admite ser precedido do artigo feminino “a”. Assim, cabe apenas a preposição “a” exigida pelo adjetivo “igual”.
Gabarito: E
2. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)
O célebre cientista Lineu disse certa vez:
“A natureza é um imenso dicionário!”
A comparação entre a natureza e o dicionário se justifica por duas marcas, que são:
(A) a quantidade e a variedade.
(B) a dificuldade e a necessidade.
(C) a necessidade e a precariedade.
(D) a precariedade e a quantidade.
(E) a variedade e a dificuldade.
Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois um dicionário é conhecido pela grande quantidade e variedade de palavras e definições que ele contém, assim como a natureza é conhecida pela sua imensa diversidade de espécies, ecossistemas e fenômenos naturais.
Essa comparação faz sentido e reflete as características compartilhadas entre um dicionário e a natureza.
A alternativa (B) está errada, pois, embora um dicionário possa ser necessário para entender as palavras e a natureza seja essencial para a vida, a comparação direta envolvendo “dificuldade” não é claramente justificada. Além disso, a “dificuldade” não é uma característica intrínseca de um dicionário ou da natureza.
A alternativa (C) está errada, pois precariedade não é uma característica associada a um dicionário ou à natureza de maneira geral. Embora ambos possam ser necessários (dicionários para compreensão da linguagem, natureza para a vida), a precariedade não se encaixa na comparação da frase.
A alternativa (D) está errada, pois, como vimos, precariedade não é uma característica relevante na comparação da frase. Como vimos anteriormente, quantidade é uma marca na comparação dessa frase.
A alternativa (E) está errada, pois, como vimos, cabe “variedade”, mas não cabe “dificuldade”.
Gabarito: A
3. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)
Muitas frases são construídas tendo por base outras frases famosas; entre as que estão abaixo, assinale aquela que está isenta dessa intertextualidade.
(A) Repolho não pensa. Logo, não existe.
(B) O céu é o pão de cada dia dos olhos.
(C) A Terra é o provável paraíso perdido.
(D) Antes um pássaro a voar que dois na mão.
(E) A mosca é o termômetro da higiene.
Comentário: Na alternativa (A), há intertextualidade, pois a frase “Repolho não pensa. Logo, não existe.” apresenta uma variação do famoso pensamento de René Descartes “Penso, logo existo”. Neste contexto, a ideia é invertida para um contexto humorístico.
Na alternativa (B), há intertextualidade, pois a frase “O céu é o pão de cada dia dos olhos.” apresenta uma reinterpretação da expressão bíblica “o pão nosso de cada dia“, que é usada na oração do Pai Nosso. A frase associa o céu a algo diariamente necessário ou apreciado, semelhante ao pão.
Na alternativa (C), há intertextualidade, pois a frase “A Terra é o provável paraíso perdido.” remete ao título da obra épica “Paraíso Perdido” de John Milton, mas a coloca em um contexto moderno, referindo-se à Terra.
Na alternativa (D), há intertextualidade, pois a frase “Antes um pássaro a voar que dois na mão.” apresenta uma variação do provérbio “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando“, mas com uma interpretação oposta, valorizando a liberdade em vez da posse segura.
A alternativa (E) é a que devemos marcar, pois a frase “A mosca é o termômetro da higiene.” não apresenta variação direta de nenhuma frase famosa e não apresenta nenhuma expressão dessa frase que seja variação ou faça alusão a alguma expressão famosa. Assim, não há intertextualidade.
Gabarito: E
4. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)
Assinale a frase em que a locução sublinhada foi corretamente substituída por um só vocábulo.
(A) O manancial desaprova quase sempre o itinerário do rio. / pluvial.
(B) A felicidade ou a infelicidade dos homens depende tanto de seus humores quanto de sua sorte. / masculina.
(C) Basta um minuto para fazer um herói; mas é necessária uma vida inteira para fazer um homem de bem. / benevolente.
(D) Nas situações de crise lembra-te de que deves conservar tranquila a tua cabeça. / críticas.
(E) A liberdade do outro amplia a minha. / altruísta.
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois a locução adjetiva “do rio” pode ser substituída pelo adjetivo de mesmo sentido “fluvial”. O adjetivo “pluvial” é relativo à chuva.
A alternativa (B) está errada, pois a locução adjetiva “dos homens”, neste contexto, é o mesmo que “dos seres humanos” e pode ser substituída pelo adjetivo de mesmo sentido “humanas”. O adjetivo “masculina” relaciona-se à restrição ao gênero masculino, isto é, sem mulheres neste grupo.
A alternativa (C) está errada, pois a locução adjetiva “de bem” pode ser substituída pelo adjetivo de mesmo sentido “íntegro”. Esse adjetivo transmite a ideia de alguém que é moralmente correto, honesto e possui princípios éticos sólidos, o que está em consonância com o sentido de homem “de bem”.
Já o adjetivo “benevolente” tem o mesmo sentido da locução adjetiva “de boa vontade”, pois tal locução transmite uma ideia similar de bondade, generosidade e disposição para fazer o bem, características associadas à benevolência.
A alternativa (D) é a correta, pois “situações de crise” é o mesmo que “situações críticas”.
A alternativa (E) está errada, pois a locução adjetiva “do outro”, neste contexto, é o mesmo que “outrem”. O adjetivo “altruísta” se refere a um nobre sentimento. A pessoa altruísta se doa para o próximo sem esperar nada em troca.
Gabarito: D
5. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)
Observe a seguinte frase:
“Os deuses fizeram o campo mais esplendidamente e melhor que tudo.”
Assinale a opção correta sobre as propostas de mudanças nessa frase.
(A) Se reescrevêssemos essa frase, iniciando-a pelo substantivo “campo”, sua forma adequada seria: “O campo, os deuses o fizeram mais esplendidamente e melhor que tudo.”
(B) Se colocarmos “campo” no plural, a forma do vocábulo “melhor” deve modificar-se para “melhores”.
(C) O vocábulo “melhor” poderia ser corretamente substituído por “mais bom”.
(D) A forma verbal “fizeram” poderia ser substituída convenientemente pela forma “construíram” de sentido mais específico.
(E) Se trocarmos “mais esplendidamente” por “da forma mais esplêndida”, o vocábulo “mais” muda de classe gramatical.
Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois a reescrita apenas apresenta enfaticamente o objeto direto com o pronome “o” como objeto direto pleonástico. Compare:
Os deuses fizeram o campo mais esplendidamente e melhor que tudo.
O campo, os deuses o fizeram mais esplendidamente e melhor que tudo.
A alternativa (B) está errada, pois, na frase “Os deuses fizeram o campo mais esplendidamente e melhor que tudo.”, os elementos comparativos de superioridade “mais esplendidamente e melhor que tudo” são constituídos dos advérbios “mais”, “esplendidamente” e “melhor”.
Como sabemos que advérbios não se flexionam no plural, a afirmação está errada.
A alternativa (C) está errada, pois só cabe a forma comparativa de superioridade sintética do advérbio “bem”, que é “melhor”. Note que não há adjetivo “bom”.
A alternativa (D) está errada, pois a forma “construíram” não tem sentido mais específico que “fizeram”.
A alternativa (E) está errada, pois o vocábulo “mais”, em “mais esplendidamente”, é advérbio de intensidade que modifica o advérbio “esplendidamente”. Em “da forma mais esplêndida”, o advérbio de intensidade “mais” modifica o adjetivo “esplêndida”.
Assim, não há mudança de classe gramatical. Permanece como advérbio.
Gabarito: A
6. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)
As opções abaixo mostram textos compostos de dois segmentos, separados por uma barra inclinada.
Assinale a relação lógica entre esses segmentos que está corretamente indicada.
(A) A cidade não é uma selva de concreto; / é um zoológico humano. – Relação de comparação.
(B) Não acuses a natureza. / Ela fez a parte dela. – Relação de explicação.
(C) Há boas razões para proteger a Terra. / É o modo mais seguro de prolongar a lucratividade. – Relação de conclusão.
(D) O sol não ganharia nada em beleza / se aparecesse somente uma vez ao ano. – Relação de concessão.
(E) Vamos deixar a natureza seguir seu caminho; / ela entende do negócio melhor do que nós. – Relação de causa e consequência.
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois, embora cada oração se estruture com base em metáfora (comparação), a relação entre essas orações é de contraste, pois a primeira oração nega, e a segunda afirma. Assim, a primeira metáfora de que a cidade é “selva de concreto” é rejeitada em favor de outra: a cidade é um zoológico humano.
Dessa forma, não há comparação entre as orações, mas contraste, oposição.
A alternativa (B) é a correta, pois a segunda oração explica ou justifica a primeira. A instrução para não acusar a natureza é apoiada pela explicação de que a natureza já cumpriu seu papel. Veja com a inserção de um conectivo adequado:
Não acuses a natureza, pois ela fez a parte dela.
A alternativa (C) está errada, pois a segunda frase é uma explicação ou justificativa das boas razões para proteger a Terra, isto é: prolonga a lucratividade. Assim, não cabe conclusão na segunda frase. Veja com a inserção de um conectivo adequado:
Há boas razões para proteger a Terra, pois é o modo mais seguro de prolongar a lucratividade.
A alternativa (D) está errada, pois a segunda oração transmite claramente o valor de condição, por meio da conjunção “se”, e não de concessão.
O sol não ganharia nada em beleza se aparecesse somente uma vez ao ano.
A alternativa (E) está errada, pois a segunda oração fornece um fundamento ou justificativa para a sugestão feita na primeira oração. Assim, não cabe consequência na segunda oração. Veja com a inserção de um conectivo adequado:
Vamos deixar a natureza seguir seu caminho, pois ela entende do negócio melhor do que nós.
Gabarito: B
7. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)
Observe, sob o ponto de vista argumentativo, a seguinte frase: “A cidade não é uma selva de concreto; é um zoológico humano.”
A afirmativa correta sobre a estruturação argumentativa dessa frase é:
(A) a tese do texto é a de que a cidade não é uma selva de concreto.
(B) o argumento que apoia a tese se baseia no bom-senso.
(C) a tese do texto é apresentada sem qualquer argumento que a suporte.
(D) a argumentação do texto se utiliza do método dedutivo.
(E) o argumentador apela para a intimidação do leitor.
Comentário: Normalmente, quando uma frase inicia por negação, quer-se negar algo comumente falado e em seguida há o pensamento do autor.
Assim, a frase “A cidade não é uma selva de concreto; é um zoológico humano” é estruturada de forma a criar um contraste direto entre duas visões diferentes da cidade.
Primeiro, ela refuta a ideia comum da cidade como uma “selva de concreto” e depois propõe uma perspectiva alternativa, comparando-a a um “zoológico humano”.
Note que a frase não oferece argumentos racionais ou evidências para apoiar sua visão. Em vez disso, ela procura provocar reflexão no leitor, incentivando-o a repensar as maneiras comuns de ver a cidade.
Agora, vamos às alternativas.
A alternativa (A) está errada, pois a frase começa negando que a cidade seja uma “selva de concreto”, como comumente se fala, mas a tese vai além disso: ela propõe uma visão alternativa da cidade como um “zoológico humano”.
A alternativa (B) está errada, pois o texto apresenta a tese. Não apresenta argumento. Além disso, não há elemento no texto que se possa julgar basear-se no bom-senso. Para isso, haveria necessidade de uma ampliação com outra frase que fornecesse, por exemplo, uma analogia mais detalhada e uma explicação concreta para a comparação feita entre a cidade e um zoológico humano. Mas isso é só uma possibilidade. O que importa é que não houve argumento na frase.
A alternativa (C) é a correta, pois realmente a tese do texto é apresentada sem qualquer argumento que a suporte. A frase apresenta uma afirmação metafórica, mas não oferece argumentos concretos ou evidências para apoiar a visão de que a cidade é um “zoológico humano”.
Como comentado anteriormente, a frase procura provocar reflexão no leitor, incentivando-o a repensar as maneiras comuns de ver a cidade, e não um argumento.
A alternativa (D) está errada, pois o método dedutivo envolveria uma lógica de premissas gerais levando a uma conclusão específica. A frase, por outro lado, é uma afirmação metafórica e não segue uma estrutura dedutiva.
A alternativa (E) está errada, pois não há elementos na frase que sugiram uma tentativa de intimidação. A frase é uma afirmação metafórica que busca provocar reflexão, e não intimidar.
Gabarito: C
8. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)
Todas as frases abaixo foram retiradas de um dicionário de citações e quatro delas apresentam erros relacionados à norma culta da língua portuguesa.
Assinale a única frase correta.
(A) Só se pode vencer a natureza obedecendo-a.
(B) Os rios são caminhos que marcham por si só.
(C) Todas as especulações são cinzas, meu amigo, mas a árvore de ouro da vida é eternamente verde.
(D) Destaca-se e viverás.
(E) Toda a vida é sonho e os sonhos, sonhos são.
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o verbo “obedecendo” é transitivo indireto e não admite o pronome átono “a” como objeto indireto. Veja a correção:
Só se pode vencer a natureza obedecendo-lhe.
A alternativa (B) está errada, pois o adjetivo “só” deve concordar com o seu referente plural “caminhos”. Veja a correção:
Os rios são caminhos que marcham por si sós.
A alternativa (C) está errada, pois “cinza” faz contraste com “verde”. Assim, tais palavras estão relacionadas à cor. O adjetivo “verde” se flexiona normalmente no plural quando o referente é plural: camisa verde, camisas verdes.
Porém, o substantivo que se relaciona à cor não deve flexionar-se. Assim, o correto é o emprego de “cinza” no singular. Veja a correção:
Todas as especulações são cinza, meu amigo, mas a árvore de ouro da vida é eternamente verde.
A alternativa (D) está errada, pois, pela conjugação do segundo verbo (“viverás”) na segunda pessoa do singular, notamos que o primeiro também deve ser conjugado nesta pessoa: “Destaca”. Porém, o pronome átono “se” não acompanhou tal pessoa. Assim, para ficar correto, deve-se estruturar da seguinte forma:
Destaca-te e viverás.
A alternativa (E) foi dada como a correta.
É certo que não cabe vírgula entre o sujeito e o predicativo de uma oração. Na oração “e os sonhos, sonhos são”, o termo “os sonhos” é o sujeito e o termo “sonhos” é o predicativo do sujeito. Note que “são” é verbo de ligação.
Mas note que a palavra “sonho” se repete neste pequeno período. Ocorre três vezes num segmento de pequena extensão. Isso nos dá sinal de estilo, de ênfase.
Assim, devemos analisar a pontuação também como expressividade, estilo, ênfase.
Como notamos que as demais alternativas apresentam erros gramaticais incontestáveis, notamos que cabe a vírgula por estilo, simplesmente para enfatizar a repetição do substantivo “sonhos” na última oração. Veja:
Toda a vida é sonho e os sonhos, sonhos são.
Gabarito: E
9. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)
Em todos os fragmentos textuais abaixo há processos de retomada dos termos sublinhados; assinale a frase em que o processo é realizado por uma classe gramatical diferente das demais.
(A) Não acuses a natureza. Ela já fez a parte dela.
(B) Graças a Deus o sol já se pôs, e não tenho mais de sair para aproveitá-lo.
(C) Considerai como crescem os lírios do campo; eles não trabalham nem fiam.
(D) Os moradores dos campos são melhores que os das cidades.
(E) Quando um homem não observa a natureza, sempre crê poder melhorá-la.
Comentário: Note que, nas alternativas (A), (B), (C) e (E), os pronomes pessoais “Ela”, “-lo”, “eles”, “-la” retomam seus antecedentes sublinhados.
Assim, o processo de retomada ocorreu com o emprego de pronomes pessoais.
Porém, na alternativa (D), o processo de retomada não ocorreu com pronome pessoal.
Na realidade, o artigo “os” faz subentender o substantivo plural “moradores”. Assim, ocorreu a elipse.
Por isso, a alternativa (D) é a que deve ser marcada.
Um detalhe importante: há quem entenda que “os” também pode ser percebido como pronome demonstrativo reduzido “os”, o qual tem o mesmo valor de “aqueles”. Veja:
Os moradores dos campos são melhores que os das cidades.
Os moradores dos campos são melhores que aqueles das cidades.
Assim, também o processo ocorreria por emprego de pronome. Por isso mesmo, a banca deixou as demais alternativas com retomada por pronome pessoal, para evitar recurso ou anulação da questão.
Entendendo como artigo (neste caso, seria elipse do substantivo) ou como pronome demonstrativo, o emprego de “os” é diferente do das demais alternativas.
Gabarito: D
10. (FGV / PCSC Psicólogo Policial Civil 2024)
As frases a seguir mostram a modificação de uma forma reduzida para uma forma de oração desenvolvida; assinale a opção em que essa modificação foi feita de forma adequada.
(A) Há boas razões para proteger a Terra. / Há boas razões para que protegêssemos a Terra.
(B) Quando um homem não observa a natureza, sempre crê poder melhorá-la. / Quando um homem não observa a natureza, sempre crê que possa melhorá-la.
(C) É impossível ensinar um gato a não pegar passarinhos. / É impossível ensinar um gato a que não pegasse passarinhos.
(D) Sirvo-me de animais para instruir os homens. / Sirvo-me de animais para a instrução dos homens.
(E) A natureza não nos permitiu conhecer o limite das coisas. / A natureza não nos permitiu que conheçamos o limite das coisas.
Comentário: A questão pede a modificação de uma forma reduzida para uma forma de oração desenvolvida.
Uma oração desenvolvida deve ser iniciada por uma conjunção ou pronome relativo (se for oração adjetiva) e deve conter verbo conjugado em modo e tempo verbal.
Assim, além de verificar se há oração desenvolvida, quando esse verbo sair da forma infinitiva, o seu tempo verbal deve combinar com o do verbo da oração principal.
A alternativa (A) está errada, pois o pretérito imperfeito do subjuntivo “protegêssemos” não combina com o presente do indicativo “Há”. Assim, para haver tal combinação, devemos passar o verbo para o presente do subjuntivo “protejamos”. Veja:
Há boas razões para que protejamos a Terra.
A alternativa (B) é a correta, pois a oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo “poder melhorá-la” passou a desenvolvida, tendo em vista que foi inserida a conjunção integrante “que” e o verbo auxiliar deixou de ser infinitivo e passou a ser presente do subjuntivo, combinando com o verbo da oração principal “crê”. Confirme:
Quando um homem não observa a natureza, sempre crê que possa melhorá-la.
Neste caso, como é algo que se crê, isto é, não é certeza, mas possibilidade, é ideal que o tempo verbal seja o presente do subjuntivo “possa”.
A alternativa (C) está errada, pois o pretérito imperfeito do subjuntivo “pegasse” não combina com o presente do indicativo “É“. Assim, para haver tal combinação, devemos passar o verbo para o presente do subjuntivo “pegue”. Veja:
É impossível ensinar um gato a que não pegue passarinhos.
A alternativa (D) está errada, pois houve uma nominalização, isto é, a transformação de uma oração (para instruir os homens) em termo da oração (para a instrução dos homens). Assim, não atende ao comando da questão.
A alternativa (E) está errada, pois o presente do subjuntivo “conheçamos” não combina com o pretérito perfeito do indicativo “permitiu”. Assim, para haver tal combinação, devemos passar o verbo para o pretérito imperfeito do subjuntivo “conhecêssemos”. Veja:
A natureza não nos permitiu que conhecêssemos o limite das coisas.
Gabarito: B