Onde ou aonde? Aprenda a utilizar cada um deles

Onde ou aonde? Aprenda a utilizar cada um deles — Uma dúvida muito frequente da língua portuguesa será o tema do nosso artigo de hoje: onde e aonde.

 

Em quais situações utilizar cada um deles? Venha conosco para descobrir!

 

Onde

Primeiramente, acreditamos que a classificação sintática da palavra “onde” seja de devida importância para a nossa discussão. A palavra “onde” é classificada como um advérbio de lugar, possuindo um significado bastante similar à expressão “em que”.

Além dessa classificação mais preponderante, também é possível que “onde” seja utilizado como pronome relativo. Isso acontece em situações nas quais a palavra “onde” retoma um lugar que fora mencionado anteriormente.

Exemplo de onde como advérbio de lugar:

Fabrício se questionou onde estaria o controle remoto.

 

Uma reescrita da frase poderia ser:

Fabrício se questionou em que lugar estaria o controle remoto.

 

Exemplo de onde como pronome relativo:

Flávio e Roberto passaram pelo vilarejo, onde conseguiram abastecer o carro.

 

Nesse caso, “onde” retoma o termo “vilarejo”, o qual foi previamente mencionado na frase.

 

Regência

Após a apresentação da palavra “onde”, iremos para o próximo passo em nossa jornada de explicação sobre onde e aonde. Regência refere-se a relações que os termos de uma oração estabelecem entre si. Temos dois tipos de termos: o regido e o regente. Termo regido é aquele que completa o sentido do outro, o termo regente. Ou seja, o termo regente não possui um sentido completo sem o seu termo regido.

Sabemos que, ao ouvir a palavra regência, muitos alunos devem se lembrar de regência verbal e/ou nominal. A regência verbal indica a relação entre o verbo, que nesse caso é o termo regente, e o seu complemento, o termo regido. Os complementos dos verbos, que são os termos regidos, podem ser classificados em objetos diretos e indiretos. Os objetos diretos não necessitam de preposição, enquanto os indiretos possuem essa necessidade.

Exemplos de regência verbal que necessitam de preposição:

  • Morar em;
  • Sonhar com;
  • Simpatizar com;
  • Chegar a;
  • Morrer de.

É importante ficar claro que alguns verbos possuem diferentes regências, ou seja, podem utilizar diferentes preposições. Dessa forma, o verbo pode assumir diferentes sentidos a depender de qual preposição o acompanha.

No caso da regência nominal, a relação se estabelece entre um nome e seu complemento, com a utilização de preposição. Portanto, quando falamos de regência nominal, haverá a existência de uma preposição na relação entre termo regido e termo regente.

Exemplos de regência nominal:

  • Capacidade de;
  • Compatível com;
  • Essencial para;
  • Interesse em;
  • Respeito por;
  • Livre de.

Assim como fora comentado na regência verbal, um mesmo nome pode requerer diferentes preposições. Nesses casos, assim como na regência verbal, diferentes preposições podem ou não resultar em significados distintos para o nome.


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Aonde = a + onde

Pelo título dessa sessão já deve ter ficado claro por que apresentamos minuciosamente o conceito de regência, não é mesmo? A palavra aonde não passa da junção da preposição “a” com o advérbio de lugar “onde”. Dessa forma, o termo aonde só pode ser utilizado quando houver a necessidade de utilização da preposição a.

Conforme explicado no tópico acima, a necessidade da presença da preposição pode decorrer de um verbo ou de um nome. Dessa forma, iremos trazer alguns exemplos do emprego de aonde e onde.

Exemplos

  • Aonde você quer ir?

Na frase, o verbo ir traz a necessidade da utilização da preposição a, já que Pedro vai algum lugar.

  • Você sabe onde fica a sala de prova?

Nesse caso, o verbo fica não traz a necessidade de utilização de preposição, o que resulta na utilização de onde.

  • Eles chegaram aonde queriam: foram aprovados em um ótimo concurso.

O verbo chegaram precisa do complemento pela preposição a. Quem chega, chega algum lugar. Portanto, utilizamos o aonde.

  • Onde Rodrigo mora?

Rodrigo mora em algum lugar, certo? O verbo necessita de uma preposição, porém, não se trata da preposição a.


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Onde e aonde: conclusão

Dúvidas em quais momentos utilizar o onde e aonde são muitos comuns. Ao tentar solucionar essa dúvida na internet, uma dica que é muito encontrada é que “onde” traz a ideia de lugar e “aonde” ideia de movimento. Entendemos a lógica desse macete, porém, é possível que o candidato se perca ao tentar encaixar cada uma das situações.

Em nosso artigo, trouxemos a raiz da diferença entre os dois termos: regência. Pensando em qual termo utilizar por meio da necessidade ou não da utilização da preposição a, não haverá nenhuma exceção. Esperamos que vocês tenham gostado do conteúdo e que o artigo ajude nessa dúvida daqui para a frente. Desejo ótimos estudos a todos e um grande abraço!


Você ainda tem dúvidas sobre a língua portuguesa? Deixe sugestões nos comentários ou verifique os artigos que já postamos, pois provavelmente sua dúvida poderá ser sanada por eles!

 

Grande abraço,

Décio Terror


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Saiba a diferença no uso dos porquês

USO DOS PORQUÊS – Escrevo este artigo, porque sempre me perguntam, porque é junto ou separado, com acento ou sem? A resposta é: depende do contexto.

 

É início de pergunta direta? É uma resposta? Quer dizer “motivo” ?

 

Para cada contexto há um porquê diferente. Observe a tirinha abaixo e já tente perceber as diferenças.

https://mundotexto.wordpress.com/2013/09/17/para-uma-aula-de-porques-com-armandinho/

Viu que há quatro porquês diferentes? Quer entender cada um deles? Vamos às explicações.


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Porquê (junto e com acento)

Porquê (junto e com acento) é usado quando for sinônimo de motivocausaindagação. Por ser substantivo, admite artigo e pode se flexionar no plural:

  • Os considerandos são os porquês de um decreto.
  • O Relator explicou o porquê de cada emenda.
  • Qual é o porquê desta vez?

 

Por quê (separado e com acento)

Por quê (separado e com acento) é usado quando a expressão aparecer em fim de frase, ou sozinha:

  • Brigou de novo, por quê?
  • Brigou de novo? Por quê?
  • Ria, ria sem saber por quê.

 

Porque (junto e sem acento)

Porque (junto e sem acento) é usado nos seguintes casos:

 

Para introduzir explicação, causa, motivo, podendo ser substituído por conjunções causais ou explicativas como poisporquantovisto que:

  • Traga agasalho, porque vai fazer frio.(conjunção coordenativa explicativa = pois).
  • A reunião foi adiada porque faltou energia.(conjunção subordinativa causal = pois).
  • Porque ainda é cedo, proponho esperarmos um pouco mais. (conjunção subordinativa causal = como).

 

Nas frases interrogativas a que se responde com “sim” ou “não”:

  • Ele não votou o projeto porque estava de licença?
  • Essa medida provisória está na pauta de votação porque é urgente?

 

Na realidade, a conjunção “porque” continua sendo subordinativa adverbial causal. A diferença é que na própria pergunta já se dá a causa (oração subordinada adverbial causal).

 

Como conjunção de finalidade (= para que), levando o verbo para o subjuntivo. Esta construção é arcaica, mas vez por outra tem sido encontrada:

  • Rezo porque tudo corra bem.
  • Não expressou sua opinião porque não desanimasse os colegas.

 

Contemporaneamente, para exprimir finalidade, objetivo, prefere-se usar para que em lugar de porqueRezo para que tudo corra bem.


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Por que (separado e sem acento)

Por que (separado e sem acento) é usado nos seguintes casos:

 

Nas interrogativas diretas e indiretas:

  • Por que você demorou tanto? (interrogativa direta)
  • Quero saber por que meu dinheiro está valendo menos. (interrogativa indireta)

 

Sempre que se puder inserir as palavras motivorazão:

  • Não sei por que ele se ofendeu. (Não sei por que motivo ele se ofendeu.)
  • O funcionário explicou por que havia faltado. (O funcionário explicou por que motivo havia faltado.)

 

Quando a expressão puder ser substituída por pelo qualpela qualpelos quaispelas quais, confirma-se que há pronome relativo “que” antecedido da preposição “por”:

  • A estrada por que passamos está em péssimo estado de conservação. (A estrada pela qual passamos está em péssimo estado de conservação.)
  • Esse é o motivo por que a reunião foi adiada. (Esse é o motivo pelo qual a reunião foi adiada.)

 

Quando “que” for conjunção integrante iniciando oração subordinada substantiva objetiva indireta ou completiva nominal, com imposição da preposição “por” pelo verbo ou nome, respectivamente:

  • Torcemos por que tudo se resolva logo. (= torcemos por isso)
  • O Relator estava ansioso por que começasse a votação. (= ansioso por isso)

 

Não se pode confundir este último caso com o uso da conjunção de finalidade (conforme visto anteriormente). Veja a diferença:

  • Não expressou sua opinião porque não desanimasse os colegas.

 

Note que o nome opinião, anterior à conjunção, não exigiu a preposição por. Além disso, percebe-se a intenção, a finalidade de não expressar sua opinião: para que não desanimasse os colegas.

  • O Relator estava ansioso por que começasse a votação.

 

Aqui, o nome ansioso exige a preposição por, razão pela qual deve ser separada do que.

E aí, gostou da nossa dica?

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