Veja a Prova Resolvida Português FGV Prefeitura de Belo Horizonte 2024 Auditor de Controle Interno.
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Vamos á resolução da prova!
Agora, veja a prova resolvida!
1. (FGV / Prefeitura Belo Horizonte-MG Auditor de Controle Interno 2024)
As frases a seguir mostram termos sublinhados que retomam termos anteriores. Assinale a frase em que o tipo de retomada está corretamente identificado.
(A) Luís Filipe acaba de comprar três esferográficas, dois lápis e folhas de papel pautado. Ele necessita desses artigos para suas anotações arqueológicas. / Sinônimo.
(B) Cristiane comprou recentemente novos patins. Os seus velhos já não cabiam mais. / Hiperônimo.
(C) Desde alguns anos, nos foram indicados vários produtos para substituírem a aspirina. Entretanto esse medicamento permanece eficaz em muitas circunstâncias. / Grupo nominal.
(D) A mulher ocupa mais e mais seu lugar em nossa sociedade. Não é raro ver mulheres ocupando cargos de chefia. / Repetição de termos com flexão diferente.
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o substantivo “artigos” tem um sentido geral (hiperônimo) e engloba os itens “três esferográficas”, “dois lápis” e “folhas de papel pautado” (hipônimos), os quais têm valores específicos. Assim, a retomada desses itens pelo substantivo “artigos” empregou o recurso do hiperônimo (nome geral que retoma nome específico), e não sinônimo.
A alternativa (B) está errada, pois o termo “Os seus velhos” retoma o substantivo “patins” e o faz ficar subentendido. Assim, o recurso de coesão empregado envolve a elipse do substantivo “patins” e o acúmulo de palavras, o qual também pode ser entendido como grupo nominal. Assim, não cabe hiperônimo.
A alternativa (C) está errada, pois “medicamento” tem sentido geral (hiperônimo) e retomou o substantivo de sentido específico “aspirina” (hipônimo). Assim, o recurso empregado foi hiperônimo, e não grupo nominal.
A alternativa (D) é a correta, pois “mulheres” repete o substantivo retomado, porém no plural. Assim, realmente o recurso de coesão foi a repetição de termos com flexão diferente.
Gabarito: D
2. (FGV / Prefeitura Belo Horizonte-MG Auditor de Controle Interno 2024)
Todas as frases abaixo mostram um grupo nominal formado por substantivo + adjetivo. Assinale a frase em que a troca de posição entre os dois modifica o sentido do grupo.
(A) A agricultura fomenta a sensatez, sensatez de excelente índole.
(B) Nenhum pássaro voa alto demais se voa com as próprias asas.
(C) O trabalho do lavrador é o trabalho natural do homem, o único que acalma as paixões e vigoriza o corpo.
(D) Lembrai-vos que as mais belas coisas do mundo são as mais inúteis: lírios e pavões, por exemplo.
Comentário: Na alternativa (A), a troca de posição entre substantivo e adjetivo não muda o sentido, pois mantém a mesma ideia de qualidade ou natureza positiva da “sensatez”. Confirme:
A agricultura fomenta a sensatez, sensatez de excelente índole.
A agricultura fomenta a sensatez, sensatez de índole excelente.
A alternativa (B) é a que devemos marcar, pois, na frase original, “próprias asas” enfatiza a ideia de autonomia e capacidade inerente do pássaro. Porém, com a troca “asas próprias”, o adjetivo “próprias” se posicionou após o substantivo “asas” e com isso passou a ter o sentido de que as asas são adequadas ou apropriadas. Isso significa que o adjetivo está enfatizando que as asas, além de serem pertencentes ao pássaro, também são adequadas, apropriadas ou suficientes para a tarefa de voar bem alto. O uso de “próprias” após o substantivo, neste contexto, transmite a ideia de que o pássaro tem tudo o que é necessário, de forma inerente e natural, para alcançar grandes alturas. Confirme:
Nenhum pássaro voa alto demais se voa com as próprias asas.
Nenhum pássaro voa alto demais se voa com as asas próprias.
Nenhum pássaro voa alto demais se voa com as asas adequadas.
Nenhum pássaro voa alto demais se voa com as asas apropriadas.
Na alternativa (C), a inversão para “natural trabalho” não altera fundamentalmente o sentido. Continua indicando que o trabalho do lavrador está de acordo com a natureza humana:
O trabalho do lavrador é o trabalho natural do homem, o único que acalma as paixões e vigoriza o corpo.
O trabalho do lavrador é o natural trabalho do homem, o único que acalma as paixões e vigoriza o corpo.
Na alternativa (D), se invertermos a posição do adjetivo e substantivo para formar “coisas mais belas” (note que o advérbio “mais” acompanha o adjetivo “belas”), o sentido da frase se mantém. A ênfase continua sendo que as coisas que são extremamente belas tendem a ser inúteis, como os lírios e pavões mencionados.
Lembrai-vos que as mais belas coisas do mundo são as mais inúteis: lírios e pavões, por exemplo.
Lembrai-vos que as coisas mais belas do mundo são as mais inúteis: lírios e pavões, por exemplo.
Gabarito: B
3. (FGV / Prefeitura Belo Horizonte-MG Auditor de Controle Interno 2024)
Assinale a opção que mostra a frase em que o emprego do pronome sublinhado está inadequado.
(A) É uma coisa terrível para um intelectual quando ele encara uma ideia como uma realidade.
(B) Uma ideia não é responsável por pessoas que acreditam nela.
(C) A principal função do educador é cuidar para que ele não confunda o bem com a passividade e o mal com a atividade.
(D) Se você quiser civilizar alguém, comece pela avó dele.
Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o pronome “ele” é usado para se referir ao substantivo “intelectual”. O uso é adequado porque está claro a quem o pronome se refere e está em concordância com o substantivo a que se refere tanto em gênero quanto em número. Confirme:
É uma coisa terrível para um intelectual quando ele encara uma ideia como uma realidade.
A alternativa (B) está correta, pois, na contração “nela”, o pronome “ela” refere-se claramente a “uma ideia”. O uso é apropriado, pois há concordância em gênero e número, e a referência está clara.
Uma ideia não é responsável por pessoas que acreditam nela.
A alternativa (C) está correta, pois o pronome “ele” se refere ao substantivo “educador”. Este uso é correto, pois o pronome está em concordância com o antecedente “educador” e a referência é clara.
A principal função do educador é cuidar para que ele não confunda o bem com a passividade e o mal com a atividade.
A alternativa (D) é a inadequada, pois, na contração “dele”, o pronome “ele” é usado para se referir ao pronome “alguém”. A inadequação surge porque o pronome “alguém” é indefinido e não especifica o gênero.
Assim, usar “dele” pode ser considerado inadequado, pois presume o gênero masculino para um antecedente que é neutro em relação ao gênero. Seria mais apropriado usar uma forma que não especifique o gênero, como “dessa pessoa” ou “dele ou dela”, para manter a neutralidade.
Se você quiser civilizar alguém, comece pela avó dele.
Se você quiser civilizar alguém, comece pela avó dessa pessoa.
Se você quiser civilizar alguém, comece pela avó dele ou dela.
Gabarito: D
4. (FGV / Prefeitura Belo Horizonte-MG Auditor de Controle Interno 2024)
Assinale a frase que se apresenta inteiramente coerente.
(A) Não me lembro do que ele morreu. Só me lembro que não era nada sério.
(B) Minha certidão de nascimento é velha, mas não a minha idade.
(C) Casa, comida e diamantes – isso é essencial, o resto é supérfluo.
(D) A única maneira de conter esta onda de suicídios é fazer com que seja um crime punido com pena de morte.
Comentário: A questão trabalha o que chamamos de incoerência aparente, o que é muito comum em nossa fala do dia a dia. Muitas vezes, examinando as frases, encontramos uma incoerência, a qual é inserida por motivo de ênfase e queremos com isso transmitir uma ideia adjacente.
Na alternativa (A), há incoerência, pois foi afirmado que a causa da morte não era nada sério. Porém, se houve morte, é fato que algum problema sério houve. Tanto assim que levou alguém à morte. Houve o chamado paradoxo, isto é, uma contradição e ela reforça que houve incoerência.
Mas note que há uma intenção por trás dessa incoerência aparente. Leia novamente:
Não me lembro do que ele morreu. Só me lembro que não era nada sério.
Essa incoerência sugere que alguém achou que o problema não era sério até saber da morte da pessoa.
Na alternativa (B), há incoerência, pois a idade de uma pessoa aumenta com o passar do tempo, assim como a “idade” de uma certidão de nascimento. A tentativa de separar a idade da pessoa da antiguidade do documento cria uma contradição, já que ambos envelhecem juntos.
Aqui também notamos uma intenção por trás dessa incoerência aparente. Leia novamente:
Minha certidão de nascimento é velha, mas não a minha idade.
Essa incoerência sugere que alguém não se sente com a idade que tem. Julga ter uma cabeça e atitude de pessoas mais jovens, diferentes da sua idade real.
A alternativa (C) é a que deve ser marcada, pois não apresenta nenhuma incoerência. Ela expressa a opinião de que “casa, comida e diamantes” são essenciais para a pessoa que está falando, enquanto tudo o mais é considerado supérfluo.
Embora possa parecer um pouco irônico ou humorístico (especialmente a inclusão de “diamantes” como essencial), a frase mantém a lógica interna e é consistente em si mesma.
Na alternativa (D), há incoerência, pois propor a pena de morte como punição para o suicídio é ilógico, já que o suicídio, por sua natureza, resulta na morte do indivíduo. Portanto, não faz sentido usar a morte como punição para alguém que já faleceu.
Aqui, a única ideia a ser entendida com essa incoerência é o humor.
A única maneira de conter esta onda de suicídios é fazer com que seja um crime punido com pena de morte.
Gabarito: C
5. (FGV / Prefeitura Belo Horizonte-MG Auditor de Controle Interno 2024)
As frases a seguir mostram uma comparação. Assinale a única frase em que a comparação feita não é seguida por uma explicação sobre ela.
(A) A vida é um circo gratuito: basta você prestar atenção.
(B) A alma humana é como a nuvem. Está sempre em movimento e mudando.
(C) A vida é bicicleta com câmbio de dez velocidades. A maioria de nós tem marchas que nunca usa.
(D) A maioria das pessoas são como os alfinetes: suas cabeças não são o mais importante.
Comentário: A alternativa (A) é a que deve ser marcada, pois a comparação da vida com um “circo gratuito” não é seguida por explicação.
A comparação inicial (“A vida é um circo gratuito”) usa uma metáfora para sugerir que a vida está cheia de espetáculos, cores, alegrias e talvez até caos, assim como um circo.
A oração subsequente (“basta você prestar atenção”) implica que, para experienciar e apreciar plenamente esses aspectos da vida, a única coisa necessária é a atenção.
Portanto, a segunda parte da frase serve mais como um conselho sobre como abordar a vida (prestando atenção) do que como uma explicação da comparação feita anteriormente.
Leia novamente a frase:
A vida é um circo gratuito: basta você prestar atenção.
A segunda oração é mais um aconselhamento. É como se o autor estivesse falando o seguinte: Se você ainda não acha que a vida é um circo gratuito, comece a prestar atenção nas coisas que nos rodeiam. Você vai conseguir notar.
Assim, notamos que a segunda oração não explica a comparação. Apenas aconselha que o interlocutor preste mais atenção.
Na alternativa (B), há comparação seguida de explicação dessa comparação. A comparação entre a “alma humana” e “a nuvem” é seguida por uma explicação direta: “Está sempre em movimento e mudando”. Essa explicação esclarece a comparação, mostrando como a alma humana é semelhante a uma nuvem em constante mudança. Confirme:
A alma humana é como a nuvem. Está sempre em movimento e mudando.
Na alternativa (C), há comparação seguida de explicação dessa comparação. A comparação da vida com uma “bicicleta com câmbio de dez velocidades” é explicada pela afirmação subsequente: “A maioria de nós tem marchas que nunca usa”. Isso esclarece a comparação, sugerindo que, assim como em uma bicicleta com muitas marchas, na vida, muitas vezes não utilizamos todas as nossas possibilidades ou recursos. Confirme:
A vida é bicicleta com câmbio de dez velocidades. A maioria de nós tem marchas que nunca usa.
Na alternativa (D), há comparação seguida de explicação dessa comparação. A comparação entre “pessoas” e “alfinetes” é seguida por uma explicação que esclarece o ponto de comparação: “suas cabeças não são o mais importante”. Isso esclarece a comparação, pois indica que, tanto para pessoas quanto para alfinetes, outras características (talvez a funcionalidade ou a ação) são mais importantes do que as “cabeças”. Confirme:
A maioria das pessoas são como os alfinetes: suas cabeças não são o mais importante.
Gabarito: A
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