Olá, concurseiro(a), vamos conversar sobre esta prova comentada da Escola de Sargentos das Armas (ESA)?
A prova ESA, que será comentada logo à frente, ocorreu no ano de 2019. Nela, traz à luz os principais aspectos pedidos acerca do conteúdo programático de Língua Portuguesa!
Sem mais delongas, confira a baixo a Prova Comentada ESA 2019:
PROVA COMENTADA ESCOLA DE SARGENTO DAS ARMAS (ESA)
13. (Exército / Escola de Sargentos das Armas 2019)
Na oração: “Conheci, pois, Ari Ferreira, quando comecei a trabalhar em Clínica Médica, portanto em 1924”, os termos sublinhados, ambos têm função morfológica de:
a) conjunções conclusivas.
b) conjunções adversativas.
c) conjunções explicativas.
d) conjunções alternativas.
e) conjunções aditivas.
Comentário: Quando a conjunção “pois” aparece entre vírgulas e após o verbo, ela tem valor conclusivo, assim como a conjunção conclusiva “portanto”.
Dessa forma, a alternativa (A) é a correta.
Gabarito: A
14. (Exército / Escola de Sargentos das Armas 2019)
Leia os versos a seguir, e assinale a alternativa que os analisa corretamente.
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices de vozes
Dos ventos vivas, vãs, vulcanizada.
a) a combinação vocabular provoca a ênfase na sonoridade típica do Simbolismo.
b) a linguagem dos versos materializa no texto a visão bucólica do Arcadismo.
c) os versos decassílabos apresentam os paradoxos característicos do Barroco.
d) as metáforas insólitas traduzem a crítica social própria do Modernismo.
e) a expressão objetiva aponta para a racionalidade dos poetas do Realismo.
Comentário: Note que a repetição da consoante “v” caracteriza a aliteração e a repetição das vogais “o” e “a” caracteriza a assonância. Tais características pertencem ao Simbolismo, escola literária que procurava estimular os sentidos humanos por meio das figuras de linguagem, valorizando a linguagem e a forma como maneiras de provocar experiências sensoriais nos leitores.
Portanto, a alternativa (A) é a correta.
Gabarito: A
TEXTO – Para que ninguém a quisesse
Marina Colasanti
Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Antes disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, das gavetas tirou todas as joias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.
Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquivava-se como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair.
Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras.
Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.
Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos.
Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.
15. (Exército / Escola de Sargentos das Armas 2019)
Assinale o item em que a explicação que corresponde ao excerto citado:
a) “Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias.”/ A esposa perde a matéria que a torna ser.
b) “E continuou andando pela casa de vestido de chita.” / Reforça a ideia de que o homem não se importava com a esposa.
c) “Largou o tecido em uma gaveta, esqueceu o batom.” / Ela não tem mais atitudes humanas por causa da anulação de sua identidade.
d) “…permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos…”/ A esposa silencia para agradar o marido.
e) “Ninguém a olhava duas vezes.” / Sua aparência não mais chamava a atenção.
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o trecho em destaque na alternativa é sobre a saudade que o homem começou a sentir do desejo que sentia pela esposa antes das transformações que ele a obrigou a fazer. Confirme:
Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.
A alternativa (B) está errada, pois o trecho em destaque na alternativa reforça que a mudança da mulher foi profunda e que aquilo que a interessava antes não a interessa mais. Assim, ela continuou a andar como o marido impôs a ela. Confirme:
Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.
A alternativa (C) está errada, pois o trecho em destaque na alternativa mostra a anulação da identidade da mulher que não se interessa mais por aquilo que a interessava. Entretanto, isso não quer dizer que ela não tem mais atitudes humanas, mas sim que não liga mais para sua aparência. Confirme:
Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom.
A alternativa (D) está errada, pois o trecho em destaque na alternativa mostra a anulação da mulher perante o homem, que, a partir do momento em que ela perdeu a identidade, passou a andar em silêncio, sem demonstrar seus sentimentos, confundindo-se com os móveis, a tal ponto que o homem foi perdendo o interesse. Confirme:
Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras.
A alternativa (E) é a correta, pois o fato de ninguém olhar para a mulher duas vezes demonstra que ela parou de chamar a atenção. Nenhum homem interessava-se por ela. Confirme:
Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela.
Gabarito: E
16. (Exército / Escola de Sargentos das Armas 2019)
Assinale a alternativa em que todas as palavras são consideradas paroxítonas na escrita:
a) publica – astronauta – viajaram – história.
b) Paris – Brasil – Londres – Munique.
c) Brasília – Amazônia – Califórnia – Júpiter.
d) universidade – significado – Singapura – país.
e) rubrica – satélites – fenômeno – planetário.
Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois todas as palavras apresentam a tonicidade na penúltima sílaba, sendo consideradas paroxítonas. Confirme:
pu-bli-ca (verbo) – as-tro-nau-ta – vi-a-ja-ram – his-tó-ria.
A alternativa (B) está erada, pois “Pa-ris” e “Bra-sil” são oxítonas e “Lon-dres” e “Mu-ni-que” são paroxítonas.
A alternativa (C) está errada, pois “Bra-sí-lia”, “A-ma-zô-nia” e “Ca-li-fór-nia” são paroxítonas e “Jú-pi-ter” é proparoxítona.
A alternativa (D) está errada, pois “u-ni-ver-si-da-de”, “sig-ni-fi-ca-do”, “Sin-ga-pu-ra” são paroxítonas e “pa-ís” é oxítona.
A alternativa (E) está errada, pois “ru-bri-ca” e “pla-ne-tá-rio” são paroxítonas e “sa-té-li-tes” e “fe-nô-me-no” são proparoxítonas.
Gabarito: A
17. (Exército / Escola de Sargentos das Armas 2019)
Marina Colasanti ressalta tanto a violência física quanto a violência simbólica praticada contra a mulher. Assinale o item em que há um exemplo de violência física:
a) “…pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.”
b) “…foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos.”
c) “Dois armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as joias.”
d) “…um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela…”
e) “…mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar.”
Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois o homem encostou na mulher para cortar-lhe os cabelos.
As demais alternativas estão erradas, pois não configuram agressões físicas, mas morais, como impor modo de a mulher se vestir e os olhares dos homens para ela na rua.
Gabarito: A
18. (Exército / Escola de Sargentos das Armas 2019)
Assinale a alternativa em que todas as palavras possuam encontros consonantais:
a) samba, clima, apto.
b) exceção, mundo, sonda.
c) mnemônico, obturar, subdelegado.
d) jejum, aquilo, chave
e) sucção, istmo, chave.
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois há encontro consonantal em “clima” e “apto”. Já em “samba” há dígrafo vocálico.
A alternativa (B) está errada, pois há dígrafo consonantal em “exceção” e dígrafos vocálicos em “mundo”, “sonda”.
A alternativa (C) é a correta, pois há encontro consonantal em todas as palavras. Confirme: mnemônico, obturar, subdelegado.
A alternativa (D) está errada, pois há dígrafo vocálico em “je-jum” e dígrafo consonantal em “aquilo” e “chave”.
A alternativa (E) está errada, pois há encontro consonantal em “sucção” e “istmo” e há dígrafo consonantal em “chave”.
Gabarito: C
19. (Exército / Escola de Sargentos das Armas 2019)
Assinale a alternativa em que a figura de linguagem corresponde à frase relacionada:
a) “Preferimos o desconforto no estômago vazio.” (catacrese)
b) “Aquele o surpreendeu e foi morar longe.” (antítese)
c) “Família é prato difícil de preparar.” (metáfora)
d) “Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo.” (ironia)
e) “Às vezes, dá até vontade de desistir” (metonímia)
Comentário: A alternativa (C) é a correta, pois há uma comparação implícita da família com um prato difícil de preparar.
Gabarito: C
20. (Exército / Escola de Sargentos das Armas 2019)
Assinale a alternativa que explica o sentido do trecho “enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda” (última linha);
a) A imagem da rosa desbotada traduz a anulação da identidade da personagem.
b) O desbotamento da rosa simboliza a perda do estereótipo de fragilidade imputado à mulher.
c) A perda de cor da rosa equivale ao comportamento da resistência e força da mulher.
d) A rosa, tanto no conto como a literatura universal, simboliza a autonomia da mulher.
e) O desbotamento sugere raiva e desleixo da personagem que não cuidou da rosa.
Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois a imagem da rosa desbotando pode ser associada à mulher que foi perdendo sua identidade, ficando sem cor, sem vida, sem beleza.
A alternativa (B) está errada, pois a rosa está associada à beleza da mulher e não a sua fragilidade.
A alternativa (C) está errada, pois a perda de cor da rosa equivale ao comportamento de submissão da mulher.
A alternativa (D) está errada, pois a rosa simboliza a beleza da mulher.
A alternativa (E) está errada, pois o desbotamento sugere o desleixo da personagem que não cuidava de si.
Gabarito: A
21. (Exército / Escola de Sargentos das Armas 2019)
Assinale a alternativa que apresenta a correta análise dos termos respectivamente destacados na frase: “Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade.”
a) adjunto adverbial e predicativo do objeto.
b) adjunto adnominal e aposto.
c) objeto direto e aposto.
d) adjunto adverbial e predicativo do sujeito.
e) objeto indireto e predicativo do sujeito.
Comentário: A questão aborda a função sintática de “no ponto”, dentro de uma estrutura sintática da linguagem informal, haja vista que o verbo “veio” rege a preposição “a”, e não “em”.
Assim, o verbo “veio” é intransitivo e “no ponto” é o adjunto adverbial de lugar. Assim, eliminamos as alternativas (B), (C) e (E).
Como “unanimidade” se refere ao sujeito “Beltrano”, e não há objeto direto na oração, eliminamos a alternativa (A), pois não cabe predicativo do objeto direto, restando a alternativa (D) como a correta.
Gabarito: D
22. (Exército / Escola de Sargentos das Armas 2019)
Assinale a alternativa em que as regras de acentuação, nos conjuntos de palavras, foram empregadas de acordo com a norma padrão:
a) taínha, juiz e juízes
b) panacéia, apto, décadas
c) taxímetro, pangeia, baú.
d) imã, apto, bíceps
e) herói, jaú, geléia.
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois hiato não é acentuado quando nasalizado. Logo, o certo é “tainha”. A palavra “ju-iz” não recebe acento, mesmo havendo hiato, pois a vogal “i” tônica é seguida de “z” na mesma sílaba.
A alternativa (B) está errada, pois a palavra “panaceia” não recebe acento, pois é paroxítona com ditongo aberto tônico “-ei”. Permaneceu o acento somente nas oxítonas (“anéis”) e monossílabos tônicos (“méis”). A palavra “apto” não recebe acento, pois é paroxítona terminada em “o”. A palavra “dé-ca-das” recebe acento, pois é proparoxítona.
A alternativa (C) é a correta, “ta-xí-me-tro” é proparoxítona, por isso é acentuada, “pan-gei-a” é paroxítona com ditongo aberto tônico “-ei”, por isso não é acentuada e “ba-ú” é acentuada, uma vez que segue as regras do hiato.
A alternativa (D) está errada, pois “í-mã” deve receber acento por ser paroxítona terminada em “ã”. A palavra “bí-ceps” é acentuada por ser paroxítona terminada em “-ps”. A palavra “apto” não recebe acento, pois é paroxítona, terminada em “o”.
A alternativa (E) está errada, pois “he-rói” é acentuada por ser oxítona terminada em ditongo aberto tônico “ói”, “ja-ú” segue a regra do hiato e “ge-lei-a” não recebe acento, pois é paroxítona com ditongo aberto tônico “-ei”.
Gabarito: C
23. (Exército / Escola de Sargentos das Armas 2019)
Com relação ao plural dos adjetivos compostos, assinale a alternativa que apresenta uma forma INCORRETA:
a) letras anglo-germânicas
b) consultórios médico-cirúrgicos.
c) uniformes verdes-olivas.
d) canários amarelo-ouro
e) institutos afro-asiáticos.
Comentário: Quando o adjetivo composto apresenta a última palavra como adjetivo, a primeira palavra não se flexiona e a última deve se flexionar: anglo-germânicas, médico-cirúrgicos, afro-asiáticos.
Quando a última palavra não for adjetivo, a primeira palavra não se flexiona e a última também não: verde-oliva, amarelo-ouro.
Como na alternativa (C) houve a flexão errada “verdes-olivas”, deve-se marcar esta alternativa.
Gabarito: C
24. (Exército / Escola de Sargentos das Armas 2019)
A respeito da regência verbal dos verbos nocionais na língua portuguesa, sabe-se que alguns possuem dupla regência. Assinale aquele que admite apenas uma regência:
a) chamar
b) aspirar
c) esquecer
d) assistir
e) carecer
Comentário: Na alternativa (A), o verbo “chamar” apresenta duas regências: pode ser transitivo direto com o sentido de “convocar” (“Chamei-o aqui”) ou transitivo direto e indireto, com o sentido de “qualificar”, “apelidar” (Chamei-o de louco).
Na alternativa (B), o verbo “aspirar” pode ser transitivo direto quando significa “sorver”, “inspirar”, “levar o ar aos pulmões” (Aspiramos o ar frio da manhã) ou transitivo indireto, com a preposição a, quando significa “desejar”, “almejar”: Ele aspira ao cargo.
A alternativa (C) está errada, pois o verbo “esquecer” pode ser transitivo direto, sem os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos) (Ele esqueceu o livro) ou transitivo indireto com pronomes oblíquos átonos, exigindo preposição de: Ele se esqueceu do livro.
A alternativa (D) está errada, pois o verbo “assistir” poder ser transitivo direto no sentido de “dar assistência”, “amparar” (O médico assistiu o paciente); transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “ver”, “presenciar” (meu filho assistiu ao jogo);transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “caber”, “competir” (Esse direito assiste ao réu); intransitivo, com a preposição em, com o sentido de “morar” (Seu tio assistia em um sítio) (o termo grifado é o adjunto adverbial de lugar).
A alternativa (E) é a correta, pois o verbo “carecer” é apenas transitivo indireto e rege a preposição de: Toda criança carece de atenção.
Gabarito: E
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